A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)

"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)
O Perdão é a chave para a Felicidade... Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a Paz de Deus.

Um Curso em Milagres

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO




Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável! A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia: – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade... Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite. O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite... Que saudade do compadre e da comadre!


José Antônio Oliveira de Resende - Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.
Texto enviado pelas amigas, Zezé e Maria
Imagem: Internet

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Não seja razoável




"Eis um pensamento excêntrico e divino, e que um dia pode salvar a sua vida: a felicidade não precisa de motivo ou razão!
A felicidade imotivada é natural em bebês que sorriem sem motivo, riem porque é divertido e brincam por brincar. A felicidade imotivada também é natural para seu Eu incondicionado. A verdadeira felicidade não precisa de razão, de equipamentos especiais (como dinheiro, por exemplo), de momento perfeito, de permissão, de justificativa e de circunstância ideal. Ser feliz é valer-se de algo que já é inato em você.
Você ainda consegue fazer isso? Consegue relaxar e permitir-se rir sem motivo algum? Você sorri um sorriso sem razão alguma? Você se permite ser surpreendido pela satisfação? Você consegue ser espontâneo, sem inibições? Você ainda ama incondicionalmente sem razão, expectativa ou demanda? Consegue ser alegre porque sim? Experimente!
Silencie um instante e medite sobre a alegria imotivada. Veja se consegue faze sua alegria inata aflorar sem um bom motivo. Entre em contato direto com seu Eu incondicionado e entregue-se ao pensamento da alegria imotivada - nada de esforço, de mérito, de busca, de razão necessária. Razões, condições e regras ão, na verdade, a resistência natural à alegria, à inocência e a voltar a ser incondicional.
Hoje, tente ser mais irracional que de costume. Lembre-se de que é fácil optar pela alegria, pelo amor e pela bondade. Eis algumas sugestões:
* Seja incondicionalmente bom para consigo mesmo hoje.* Dê um beijo em seu parceiro sem qualquer motivo.* Sorria no trabalho, sem razão alguma.* Dê um telefonema para um amigo só para dizer alô.* Opte por ter um excelente dia, independente do que aconteça.* Vista-se bem, coma fora, trate-se bem, sem qualquer razão.* Não perita que a razão o impeça de ser você mesmo hoje.
Quanto mais incondicional você for consigo mesmo e com os outros, mais fácil será lembrar-se de que, na verdade, não há um bom motivo para não ser amável, para não ser bom e para não ser alegre. Não seja razoável!"
Robert Holden, "Mudanças acontecem".


Texto enviado p/ Eliane...
Imagem: Internet

O Jogo do sucesso e do fracasso...






Perguntaram a Osho: Por que é tão difícil aceitar que se é um fracasso? Eu preferiria sacrificar o meu bem-estar a admitir que falhei.A pergunta que você faz é a pergunta de todas as pessoas que foram treinadas para ser egoístas. E, infelizmentem toda a educação moderna, baseada na psicologia moderna, ensina todo o mundo a ser egoísta, forte, cristalizado.
A ideia é que você está sendo preparado pela educação para um mundo competitivo. É uma batalha constante. Todos são seus inimigos, porque todos são seus concorrentes. E, a não ser que você tenha um ego muito forte, não virá a ser um presidente, não será o homem mais rico do mundo. Você permanecerá um ninguém, deixado de lado na estrada, e toda a caravana de competidores seguirá à sua frente. Você será esmagado por todos.
Esse medo tem sido criado em toda criança — que você tem de ser muito forte, de outro modo será esmagado. Todos estão tentando ser vitoriosos de uma forma ou de outra. Todos estão competindo para chegar à frente, para se tornar especiais.
Sua questão surgiu devido a esse ensinamento errado, esse ensinamento profundamente desumano. Você é uma vítima de um mundo iníquo, de uma civilização iníqua, de um sistema educacional iníquo.
Você pergunta: "Por que é tão difícil aceitar que se é um fracasso?" Porque fere o ego; de outra forma não haveria problema. Você se sente desnecessariamente preocupado porque não aceita ser um fracasso. Você diz: "Eu preferiria sacrificar o meu bem-estar a admitir que falhei". A própria ideia de ser competitivo é egoísta. É doente.
Não há nada errado em ser um fracasso. Apenas seja um fracasso total! Faça tudo o que puder fazer e, se o fracasso vier, aceite-o com dignidade.
Alguém tem de falhar, alguém tem de ganhar. Você não deve ficar muito apegado ao seu ego, que sempre tem de ganhar. De vez em quando, apenas para variar, não faz mal falhar. Pode-se aprender muito tanto pelo fracasso quanto pela vitória.
Você pode aprender o não-egocentrismo, você pode aprender a humildade, você pode aprender a aceitar o que quer que a vida traga a você. E todas essas coisas lhe trarão maturidade. Então quem se preocupa com quem é o ganhador e quem é o perdedor?
As pessoas receiam, desnecessariamente, que o mundo inteiro esteja observando. Ninguém tem tempo. Todo mundo está interessado em sua própria competição.
Depois de ser eleito presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan retorna à pequena cidade onde cresceu. "Suponho que todos vocês saibam da grande honra que me foi conferida", ele diz a um velho colega de escola."Sim", é a resposta."E o que todos dizem a respeito?", pergunta Reagan."Não dizem nada", responde o homem. "Apenas riem."
Quem se importa? As pessoas simplesmente riem de que esse idiota tenha se tornado presidente. De fato, se você é um fracasso, pode ter a simpatia de todos. Mas, se for um sucesso, não terá a simpatia de todos.
Mas deveríamos aprender a arte de jogar. Deveríamos aprender que alguém tem de ganhar e alguém tem de perder. E, se você for um homem humilde, vai preferir ser um fracasso a impedir alguém mais de ser vitorioso. Talvez você nunca tenha pensado sobre a possibilidade de desfrutar o passado porque deu chance a alguém de desfrutar a vitória. A vitória do outro depende de você; você poderia ter impedido a vitória dele.
Porém , tudo o que é necessário é uma profunda consciência para pensar e ver que essas são as únicas duas possibilidades. Lute com sua total energia e intensidade, mas não é necessário que você seja um vencedor.
E, quando o outro ganhar, regozije-se em sua vitória também. Foi um belo jogo. Não se sinta derrotado. Seu fracasso será uma derrota somente se você não tiver posto toda a energia nisso. Se você pôs, pode tornar seu fracasso mais valioso do que a própria vitória.
Você parece ser uma pessoa muito séria. Leve a vida como um jogo, desfrute cada lado dele: a derrota, a vitória, desviando-se ou encontrando o caminho correto, a escuridão da noite e a beleza do amanhecer. Desfrute ambos os lados, todas as possibilidades, e aprenda de cada experiência algo que lhe traga mais maturidade.
E aprenda a ser um pouco menos sério e a ter um pouco mais de entendimento... Tenha um pouco mais de senso de humor. Só para você, uma pequena história...
Três mulheres morreram e chegaram à porta do céu, onde tiveram um encontro com São Pedro. "Você evitou o sexo na Terra?", ele pergunta à primeira senhora.
"Evitei completamente", ela responde."Muito bem", diz Pedro. "Aqui está a chave dourada - ela abrirá as portas do paraíso."
Então ele se volta para a segunda mulher e pergunta: "E quanto a você?""Bem", ela responde, "mais ou menos.""O.k.", diz Pedro. "Aqui está uma chave de prata - ela abrirá as portas do purgatório."
"Então ele pergunta à terceira mulher: "E quanto a você?""Eu? Fiz todas as coisas que você puder imaginar e também muitas coisas que você não pode imaginar!""Ótimo!", diz Pedro. "Aqui está a chave do meu quarto - estarei lá em um minuto."

Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"

Imagem por Duchamphttp://www.palavrasdeosho.com/

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Os sons da serenidade...




Como surge instantaneamente a memória de Deus na mente que não tem nenhum medo que a mantenha afastada! Sua própria lembrança se foi. Não há nenhum passado para manter sua imagem amedrontadora impedindo o alegre despertar para a paz presente. As trombetas da eternidade ressoam através da serenidade, entretanto, não a perturbam. E o que é lembrado agora não é o medo, mas a Causa e o medo foi feito para não deixar que Ela fosse lembrada e para desfazê-La. A serenidade fala em sons gentis do amor que o Filho de Deus recorda de um tempo anterior, antes que a sua própria lembrança se interpusesse entre o presente e o passado tomando-os inaudíveis.
Um Curso Em Milagres (T28, I, 13)

O pequeno jardim




"O amor não conhece corpos e alcança todas as coisas criadas como ele próprio. Sua total falta de limites é o seu significado. Ele é completamente imparcial no que dá, abrangendo apenas para preservar e manter completo aquilo que quer dar. No teu reino diminuto tu tens tão pouco!... Olha para o deserto – seco e improdutivo, alquebrado e sem alegria que compõe o teu pequeno reino. E reconhece a vida e a alegria que o amor traria a ele do lugar de onde vem e para onde retornaria contigo.
O Pensamento de Deus cerca o teu pequeno reino, aguardando na barreira que tu construíste para vir para dentro e brilhar sobre a terra estéril. Vê como a vida brota em toda parte! O deserto vem a ser um jardim, verde e profundo e quieto, oferecendo descanso àqueles que perderam o seu caminho e vagam no pó. Dá-lhes um local de refúgio, preparado pelo amor para eles onde antes havia um deserto... E sob a sua beneficência, o teu pequeno jardim se expandirá e alcançará a todos os que têm sede da água viva, mas estão por demais cansados para seguirem adiante sozinhos
Sai e acha-os, pois trazem consigo o teu Ser. E conduze-os gentilmente ao teu jardim de quietude e lá recebe a sua bênção. Assim ele crescerá e se espalhará através do deserto, sem deixar nem sequer um pequeno reino isolado, trancado para o amor, contigo lá dentro. E reconhecerás a ti mesmo e verás o teu pequeno jardim gentilmente transformado no Reino do Céu com todo o amor do seu Criador brilhando dentro dele.
O instante santo é o teu convite para que o amor entre em teu reino desolado e sem alegria e o transforme em um jardim de paz e boas-vindas. A resposta do amor é inevitável... No instante santo, só pedes ao amor o que ele oferece a todas as pessoas, nem mais nem menos. Pedindo tudo, tu o receberás. E o teu Ser resplandecente elevará o aspecto diminuto que tentaste ocultar do Céu diretamente para o Céu. Nenhuma parte do amor chama pelo todo em vão. Nenhum Filho de Deus fica fora da Sua Paternidade"
Um Curso em Milagres - Capítulo 18.VIII


Enviado p/ Eliane.





"Um verdadeiro Mestre não é o que tem mais alunos, mas o que cria mais Mestres.

Um verdadeiro líder não é o que tem mais seguidores, mas o que cria mais líderes.

Um verdadeiro monarca não é o que tem mais súditos, mas o que conduz o maior numero deles à realeza.

Um verdadeiro professor não é o que possui o maior saber, mas o que faz com que a maioria dos outros o obtenha.

Um verdadeiro Deus não é o que tem mais servos, mas O que serve o maior numero de pessoas, tornando assim Deuses todos os outros.

Eis, portanto, o propósito e a glória de Deus: que os Seus súbitos deixem de sê-lo e que todos venham a conhecê-l'O não como o inatingível mas como o inevitável.

Gostaria que entendessem isto: o vosso destino feliz é inevitável.
Não podem não ser "salvos".
O único Inferno que existe é não sabê-lo."

Walsch, Neale Donald, "Conversas com Deus - Livro 1", Lisboa, Sinais de Fogo, 1997




Texto partilhado pelo amigo Gilberto

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Não se torture




O mestre Lu-Tzu diz:"Quando se começa a levar adiante a decisão, cuidados devem ser tomados para que tudo possa acontecer de uma maneira confortável e relaxada."Essa é a primeira coisa a ser entendida. Uma vez que você tome a decisão de seguir o caminho para dentro, uma vez que você tome a decisão de ser um sannyasin, de ser um meditador, uma vez que você tome a decisão que agora o interior está chamando e você vai procurar e buscar pela questão 'Quem sou?', então a primeira coisa a ser lembrada é: não se mova de uma maneira tensa. Mova-se de uma maneira muito relaxada, certifique-se de que sua jornada interior está confortável. Isso agora é de imensa importância.
Normalmente esse primeiro erro acontece a todo mundo. As pessoas começam a fazer sua jornada interior desnecessariamente complicada, desconfortável. Isso acontece por uma certa razão. As pessoas estão raivosas com os outros em sua vida normal. Elas estão violentas com os outros. Em suas extrovertidas jornadas normais elas são sádicas: elas gostam de torturar os outros, de derrotar os outros, de competir com os outros, de conquistar os outros. Todo o seu prazer está em como fazer os outros se sentirem inferiores a elas.
Isso é a sua jornada extrovertida. Isso é a política. Essa é a mente política, constantemente tentando tornar-se superior aos outros, legalmente ou ilegalmente, mas mantendo o constante esforço para derrotar os outros, a qualquer custo. Mesmo que o outro tenha que ser destruído, então que ele seja destruído. Mas há que se vencer: ser o primeiro-ministro, ser o presidente, ser isto ou aquilo, a qualquer custo. E todos são inimigos, pois todos são competidores.
Lembre-se disto: toda a sua educação prepara-o e dá-lhe prontidão para lutar. Ela não o prepara para a amizade e o amor; ela o prepara para o conflito, a inimizade e a guerra.
Sempre que há competição, é muito provável que exista inimizade. Como você pode ser amigável com pessoas que estão competindo consigo, que são perigosas para você e para quem você é perigoso? Ou elas vencerão e você será derrotado, ou você será o vencedor e elas terão que ser derrotadas.
Assim, tudo o que vocês chamam de amizade, é simplesmente uma fachada, uma formalidade. É um tipo de lubrificante que faz a vida se movimentar suavemente, mas no fundo ninguém é amigo. Mesmos os amigos não são amigos pois eles estão se comparando, uns com os outros, brigando uns com os outros. Este mundo tornou-se um campo de guerra devido à educação orientada para a ambição e a política.
Quando um homem se volta para dentro o problema surge: o que ele fará com sua raiva, inimizade, agressão e violência? Agora ele está só; ele começará a se torturar, ele ficará raivoso consigo mesmo. Isto é o que são os chamados Mahatmas. Por que eles se torturam? Por que eles jejuam? Por que eles se deitam em camas de espinho? Quando existe uma árvore com uma bela sombra, por que eles permanecem em pé sob o sol quente? Quando está quente, por que eles se sentam ao lado do fogo? Quando está frio, por que eles permanecem em pé nus dentro dos rios ou na neve? Estes são os políticos invertidos. Primeiro eles estavam brigando com os outros. Agora não há com quem brigar e eles estão brigando consigo mesmos.
Eles são esquizofrênicos, eles estão divididos. Agora é uma guerra civil, eles estão lutando contra o corpo. O corpo é a vítima dos seus chamados Mahatmas. O corpo é inocente, ele não fez coisa alguma errada para você, mas as suas chamadas religiões seguem ensinando que o corpo é o inimigo; torture-o.
A jornada extrovertida era uma jornada de sadismo. A introvertida se torna uma jornada de masoquismo, você começa a se torturar. E existe um certo prazer, uma certa alegria pervertida em se torturar. Se você pesquisar na história, ficará surpreso, você não acreditará no que o homem tem feito consigo mesmo.
Pessoas têm ferido seus corpos e têm mantido aquelas feridas sem curá-las; porque o corpo é o inimigo. Existem seitas cristãs, seitas hindus, seitas jainas e muitas outras que se tornaram muito astutas, habilidosas e eficientes no que diz respeito à tortura do próprio corpo. Eles desenvolveram grandes métodos de como torturar o corpo. (...)
Toda espécie de estupidez tornou-se possível por causa de um simples erro. O erro é: enquanto você vive externamente, você tentar fazer com que a vida seja difícil para os outros; e quando você começa a se voltar para dentro, existe uma possibilidade de que a velha mente tentará fazer com que a sua vida seja difícil. Lembre-se de que o buscador interior tem que estar confortável, porque somente numa situação confortável, num estado relaxado, alguma coisa pode acontecer.
Quando você está tenso e desconfortável, nada é possível. Quando você está tenso e desconfortável, sua mente está preocupada, você não está num espaço de silêncio. Quando você está faminto, como você pode estar num espaço de silêncio. E as pessoas têm ensinado a jejuar e dizem que o jejum o ajudará a meditar.
Uma vez ou outra, o jejum pode ajudá-lo a ter uma saúde melhor, ele tirará alguns quilos do seu corpo, quilos desnecessários. Mas o jejum não pode ajudar a meditação. Quando você está jejuando, constantemente estará pensando em comida. (...)
As pessoas que estão reprimindo suas fomes, estão constantemente pensando em comida. É natural. Como você consegue meditar? Quando você está jejuando, cardápios e mais cardápios começam a flutuar em sua mente, eles vêm de todos os lugares; belos pratos. Com todo o cheiro de comida, pela primeira vez você começará a sentir que seu nariz está vivo, e que sua língua está viva. É bom jejuar de vez em quando para que você possa se interessar novamente pela comida, mas isso não é bom para a meditação. É bom para que seu corpo fique um pouco mais sensitivo e assim você possa saborear novamente. O jejum deve estar a serviço da festa.
É bom não comer de vez em quando, assim o apetite pode voltar. Para a saúde é bom, mas a meditação nada tem a ver com isso. Será mais difícil meditar quando você está com fome do que quando você está totalmente satisfeito. Sim, comer demais lhe trará problemas de novo, porque quando você come em demasia você se sente sonolento. E quando você não come nada você se sente faminto.
Estar no meio é o caminho certo: o Meio Dourado.
Coma de modo que você não sinta fome, mas não coma demais para você não ficar sobrecarregado, sonolento. E a meditação será mais fácil. O Meio Dourado tem que ser seguido de todas as maneiras, em todo tipo de situações.
Esteja confortável, esteja relaxado. Não há qualquer necessidade de se torturar, nem de criar problemas desnecessários. Abandone essa mente de raiva, violência e agressão; e somente então você conseguirá mover-se para dentro. Porque somente numa consciência relaxada é possível flutuar internamente, cada vez mais fundo. Em completo relaxamento alcança-se o centro mais interno. (...)"
Osho, em "The Secret of Secrets"Tradução: Sw. Bodhi Champak
Imagem por Armando Maynezhttp://www.palavrasdeosho.com/

Qual é a sua desculpa?




"Sempre que acusamos alguém, estamos usando essa pessoa como uma desculpa para não estarmos vivendo de forma completa. Como seres humanos, somos mestres em inventar desculpas para justificar a vida que levamos. Como um leopardo que se mistura à mata, nossas desculpas são camufladas como verdades. Elas se escondem e sussurram em nossos ouvidos todas as vezes que tentamos ir além das fronteiras de nossas histórias. A parte assustadora disso tudo é que a maioria guarda suas justificativas como verdades e não como desculpas. Para que possamos nos libertar de nossas histórias, é preciso que desejemos expor as desculpas que usamos para manter nossas histórias intactas. Com um olhar perscrutador, devemos observar nossos dramas diários, percorrer a nossa lista de razões e álibis e perguntar: 'Trata-se de uma verdade ou não passa de uma desculpa?'.
Para começar o processo de mudança de vida demonstrando a nossa realidade atual, precisamos desmascarar as desculpas que usamos para nos manter na retaguarda e nos impedir de manifestar tudo aquilo que desejamos. Nossas descupas agem como redomas invisíveis dispostas à nossa volta, estabelecendo os limites até onde podemos ir e o que podemos alcançar. Elas justificam a condição em que vivemos, fazendo-nos acreditar que não temos capacidade para alcançar o inalcançável e atingir o inatingível.
Inconscientemente, acabamos no lugar de onde viemos, porque nossas limitações foram estabelecidas. Elas foram programadas profundamente em nossas mentes e, como qualquer com sistema, elas estão apenas seguindo instruções e perpetuam o ciclo contínuo da nossa insatisfação.
Assumir a responsabilidade de tudo o que somos é o maior presente que podemos dar a nós mesmos, porque nos faz inteiros, transmite-nos poder e nos apóia enquanto seguimos em direção ao nosso potencial completo".
Debbie Ford - "O segredo da sombra"




Texto enviado p/ Eliane
Imagem da Judy

Mude sua mente...




Mude sua mente e você muda o mundo...

Uma animação curtinha que nos ajuda a meditar sobre nosso estado mental. Quando o mudamos, transformamos aquilo que nos incomoda em algo que pode nos beneficiar.


Imagem: Internet
Video enviado pela amiga Zezé

Juramento de Hipócrates - Revelações Surpreendentes








Os médicos, até os dias de hoje, quando se formam, fazem um juramento: o Juramento de Hipócrates. É verdade que em países como o Brasil o Juramento de Hipócrates é meramente simbólico (como veremos, não é obrigatório fazer o Juramento de Hipócrates na íntegra para se formar médico no Brasil). De qualquer modo, o Juramento de Hipócrates está entre os mais famosos de todos os textos da Grécia Antiga.
Os médicos, no dia da formatura, pensam que fazem o Juramento de Hipócrates, ainda que simbolicamente.
Neste documento, guardado pela National Library of Medicine, nos Estados Unidos, o Juramento de Hipócrates encontra-se em grego na coluna da esquerda, com tradução para o latim na coluna da direita. Hippocrates. Ta euriskomena ... Opera omnia … (Francofurti: Apud Andreae Wecheli heredes, 1595). Estima-se que o texto original do Juramento tenha sido escrito no Século 4 Antes de Cristo.
Pensam que fazem.
Pois na verdade, boa parte do texto original do Juramento de Hipócrates é simplesmente “cortada”. Omitida. Essa parte, quase sempre, o médico desconhece, pois não é ensinada a ele. Não é divulgada.
Vamos dar uma olhada no texto original, traduzido livremente por mim, abaixo.
Eu juro por Apolo, o médico; e por Esculápio, Higéia, Panacéia, tendo todos os deuses e deusas como minhas testemunhas que, de acordo com minha habilidade e julgamento, manterei este Juramento e este contrato:
Eu vou nutrir a mesma afeição que tenho para com meus pais àquele indivíduo que me ensinou esta arte, ser dele um parceiro na vida e preencher suas necessidades quando requisitado; considerar os filhos dele como iguais aos meus próprios irmãos, e ensinar-lhes esta arte caso desejem aprendê-la, sem pagamento ou contrato; e que através das regras, aulas e todos os demais métodos de instrução pré-estabelecidos, transmitirei um conhecimento da arte para meus próprios filhos e para os filhos de meus professores, e para os estudantes presos a este contrato e que proferiram este Juramento à lei da medicina, mas não a outros.
Também prescreverei regimes de estilo de vida que beneficiem meus pacientes, de acordo com minha melhor capacidade e julgamento, E EU NÃO VOU LHES CAUSAR MAL ou causar-lhes maus tratos.
Eu não darei droga letal para ninguém, caso isso me seja solicitado, nem aconselharei tal procedimento; e similarmente, não darei a uma mulher um pessário que lhe provoque um aborto.
Na pureza e de acordo com a lei divina, cumprirei minha vida e minha arte.
Eu não utilizarei a faca, nem mesmo naqueles que sofrem de cálculos, mas deixarei essa tarefa para aqueles que foram treinados nesta arte.
Em qualquer casa que eu vá, entrarei pelo benefício do doente, evitando qualquer ato voluntário de impropriedade ou corrupção, incluindo a sedução de mulheres ou homens, sejam eles livres ou escravos.
Qualquer coisa que eu veja ou escute nas vidas de meus pacientes, seja em conexão com minha prática profissional ou não, e que não convenham ser comentadas do lado de fora, eu manterei secretas, considerando todas essas coisas como privativas.
Contanto que eu mantenha este Juramento fielmente e sem corrupção, que me possa ser permitido partilhar plenamente da vida e da prática de minha arte, ganhando o respeito de todos os homens por todos os tempos. No entanto, caso eu transgrida e viole este Juramento, possa o contrário ser meu destino.
Agora, analisemos o conteúdo deste Juramento de Hipócrates.
Logo de início, o Juramento invoca uma série de personagens da mitologia grega (e mais tarde romana). E é sobre esses personagens que o médico está jurando. Veja por que isso faz sentido:
Até hoje, quando se faz um juramento, jura-se sempre por alguma coisa, ou alguém, ou alguma coisa que representa algo de caráter sagrado. E esse alguém é, quase sempre, um ancestral (vivo ou morto) ou uma entidade divina. Comumente ouvimos dizer hoje em dia: – “Juro pela alma de …” (ancestral falecido), ou – “Juro pela minha mãe” (ancestral vivo), ou até mesmo – “Juro por Deus” (alguém de caráter sagrado). Nos tribunais dos Estados Unidos, o réu e as testemunhas juram pela Bíblia, (coisa que representa o sagrado para a civilização judaico-cristã). Mas o Juramento de Hipócrates consegue abranger tudo: ao invocar personagens da mitologia grega, etrusca e romana, estão na verdade sendo invocados nossos ancestrais de tempos imemoriais, do berço da civilização ocidental, a quem devemos não apenas nossa herança genética, mas também de conhecimento, e que por sua vez criaram esses personagens mitológicos (deuses, portanto sagrados para nossos remotos ancestrais) através de sua vivência e sabedoria há muito, muito tempo atrás. Esses personagens sempre foram simbólicos e representavam uma série de fenômenos até hoje inexplicáveis pela lógica.
Assim, a palavra Apolo (que em grego pronuncia-se algo como Apólon) dá origem às palavras redimir/salvar/resgatar (ἀπόλυσις), assim como purificação (ἀπόλουσις). Apolo é um personagem mitológico, filho de Zeus (rei dos deuses do Olimpo). Apolo é um dos mais importantes deuses do Olimpo, sendo conhecido como deus da luz e do Sol, da verdade e da profecia, da medicina e da cura, das artes, da poesia e da música, entre outras coisas. A medicina e a cura eram associadas a Apolo, e também pela mediação de seu filho, Esculápio.
Enquanto Apolo possuía vários domínios, Esculápio (que em grego pronuncia-se algo como Asclépios) (Asklēpiós) era deus, especificamente, da medicina e da cura, dentro da antiga mitologia grega.
Sua mãe, Coronis, foi morta enquanto ainda grávida de Esculápio, por ter sido infiel a Apolo; mas seu filho foi resgatado vivo de seu útero. Por isso recebeu o nome Asclépios, que significa algo como “abrir com um corte”. Os romanos traduziram Asclépios para Esculápio (Aesculapius).
Esculápio segurando bastão envolvido por serpente
As palavras escalpelo (sinônomimo de bisturi) e scalpel (bisturi em inglês) não são mera coincidência. Esculápio era o deus específico da medicina, da cura, do rejuvenecimento e também dos médicos. Várias regiões da Grécia Antiga possuíam santuários dedicados a Esculápio, inclusive a ilha de Kos, onde Hipócrates, o lendário médico grego, teria iniciado sua carreira. Os ancestrais da nossa civilização ocidental peregrinavam em massa, quando doentes, para esses templos de cura. Esculápio é simbolizado por um bastão envolvido por uma serpente. Em homenagem a Esculápio, durante os rituais de cura, várias cobras não venenosas eram deixadas serpenteando no chão dos quartos habitados pelos doentes e feridos.
Higéia, na mitologia grega, é filha de Esculápio. Se, de um lado, Esculápio era associado à recuperação e cura, a figura de Higéia (Ὑγεία) era associada à prevenção das doenças e à continuidade da boa saúde. Ela era a deusa da saúde, da limpeza e do saneamento. Seu nome deu origem à palavra higiene.
Muitas estátuas e monumentos na Grécia, retratam Higéia segurando um receptáculo circular que recebe o nome de pátera, envolto por uma serpente dócil e prestes a se alimentar do seu conteúdo. A serpente representa, simbolicamente, o paciente que está prestes a compartilhar do tratamento, ao mesmo tempo em que está assumindo controle sobre seu próprio bem-estar ao fazer as escolhas corretas.
O Significado da Serpente:
A serpente está relacionada a uma crença grega ainda mais ancestral, de que as cobras seriam donas de grande sabedoria e capacidade de regeneração e cura (as cobras trocam de pele “renovando-se”). Acreditava-se que os mortos iam para “baixo”, para o fundo da terra, num lugar parecido com um sonho, denominado Hades (e que não é nem bom, nem ruim). As serpentes manteriam contato com os mortos, e poderiam até transportar a alma de antepassados que retornariam de baixo para ajudar os vivos. A idéia de que as serpentes possuem sabedoria provém justamente da crença que elas transportavam o espírito dos nossos antepassados falecidos.
Panacéia (em grego Πανάκεια) é irmã de Higéia, portanto filha de Esculápio e neta de Apolo. Panacéia é deusa da cura. Observe que Apolo também era deus da cura, entre outras coisas. Acontece que Panacéia e suas 5 irmãs, possuíam, cada, uma faceta específica da arte de Apolo: Panacéia, a cura; Higéia, a prevenção; Meditrina, a longevidade; Algéia, a beleza natural; E Akeso (ou Aceso), a recuperação. Panacéia detinha uma poção, com a qual curava os doentes. Daí surgiu o termo panacéia, utilizado até hoje para descrever um medicamento capaz de curar muitas doenças, ou “remédio universal” capaz de solucionar todos os males.
E é assim que o Juramento de Hipócrates se inicia, com a invocação solene: “Eu juro por Apolo o Médico, e por Esculápio, Higéia e Panacéia, tendo como testemunhas todos os deuses e deusas…“
Pergunto: será que isso não possui um forte significado simbólico até os dias de hoje, conectando-nos com as ‘forças’ (até hoje não completamente explicadas) que governam nosso bem mais sagrado – a nossa saúde? Será que isso não representa um compromisso solene com toda herança de nossa civilização e conhecimento?
O médico jura, em primeiro lugar, ser profundamente agradecido ao Mestre que lhe ensinou esta Arte, e a considerar os filhos de seu Mestre como seus próprios irmãos.
No tocante aos seus pacientes, o médico jura, antes de mais nada, tratá-los com orientações de estilo de vida que lhes tragam benefícios. Sim – estilo de vida mesmo! O texto original em grego fala em prescrição de diaita; repare na linha 16 do documento acima. Ao contrário do moderno significado de “dieta”, a palavra diaita não dizia respeito apenas a hábitos alimentares, mas sim a exercícios físicos, hábitos de trabalho, saúde mental, comportamento sexual, padrões de sono, higiene corporal etc. Na tradução latina do documento acima, encontramos a palavra victus. Victus também significa estilo de vida, modo de vida, além do significado mais conhecido que possui (de provisões, nutrição, alimentos). Está escrito Victus quoque rationem : “Estilo de vida também prescreverei“.
O Juramento de Hipócrates prossegue: em seguida, o médico jura que não vai causar mal a seus pacientes, e jura que não vai lhes dar droga letal em nenhuma hipótese.
Qualquer bula de qualquer droga vai confirmar imediatamente: elas podem podem fazer mal. Aliás, elas podem fazer mais mal que bem.
Diz o juramento:
(…)E EU NÃO VOU CAUSAR-LHES MAL(…).
Ou seja: antes de mais nada, o médico não deve causar, JAMAIS, um mal aos seus pacientes.
Mas o que são os eufemisticamente chamados “efeitos colaterais”, senão males causados pelas drogas?
E mesmo assim, é perfeitamente aceitável para nós, médicos, prescrever a um paciente drogas que podem causar-lhes danos nos rins, ou asma, obesidade, anorexia, queda dos cabelos, diminuição da libido, alergia, falência hepática, gastrite, úlcera, fibrose, problemas no coração, na pressão… enfim, danos ao organismo que podem ser maiores do que a própria doença para a qual o paciente está ingerindo essas drogas!
É claro que tomar essas drogas – que a propósito, não curam a doença – não significa, necessariamente, que elas provocarão tais efeitos colaterais. Mas será aceitável correr esse risco?
Alguém poderia até achar que é aceitável. Alguém, por exemplo, com muita dor há bastante tempo (por exemplo, a dor de cabeça crônica da enxaqueca), alguém em total desespero, à busca de uma solução – seja ela qual for. Alguém que “topasse tudo”, até mesmo a possibilidade de efeitos colaterais piores que a própria doença.
Porém, nessa hora é preciso lembrar de um outro detalhe: TODAS as drogas vão perdendo o seu efeito com o tempo.
Conclusão: além de correr um risco de ficar muito mais doente, ou até perder a vida por conta de efeitos colaterais das drogas, existe a certeza de que essas drogas, com o tempo, vão perdendo seu efeito “benéfico”.
Uma verdadeira situação perde-perde. Você perde de todos os lados.
E mesmo que as chances de uma determinada droga provocar a morte ou danos irreparáveis fossem de uma em um milhão, de que adiantaria se essa pessoa fosse você? Será que essa estatística serviria de consolo para você seus familiares? “- …Olha, mas a chance disso ter acontecido era de apenas uma em cem mil!…”, ou 10 mil, ou mil… Quem se consolaria com essa justificativa?
É bem verdade que certas coisas mudaram desde a época de Hipócrates. Por exemplo, naquele tempo médico era uma coisa e cirurgião era outra:
Eu não utilizarei a faca, nem mesmo naqueles que sofrem de cálculos, mas deixarei essa tarefa para aqueles que foram treinados nesta arte.
Hoje em dia, os cirurgiões são médicos. Mas até mesmo hoje, a maioria dos médicos não são cirurgiões.
Para os médicos cirurgiões da atualidade, essa pequena frase do Juramento de Hipócrates não é válida.
Mas para todos os médicos (cirurgiões inclusive), o restante do Juramento de Hipócrates continua repleto de sabedoria e Ética.
A Ciência de ponta já comprovou que a grande maioria das doenças é causada por fatores ambientais e comportamentais, ou seja, nossos hábitos e estilo de vida, os quais influenciam enormemente, desde nossa imunidade até nossa saúde mental.
Na minha opinião, infelizmente, a maioria dos médicos está cada vez mais especializada em denças, e menos em saúde!
Mais que isso, as doenças estão sendo encaradas como um estado de “falta de droga”: Enxaqueca é “falta de remédio (droga) para enxaqueca”. Pressão alta é “falta de remédio para pressão”, e assim por diante. Infelizmente, o que eu vejo é um mundo cada vez mais doente, tomando cada vez mais drogas. Prova disso é que muitas doenças que antes ocorriam quase que exclusivamente em indivíduos mais velhos, estão ocorrendo em pessoas cada vez mais jovens.
É claro que as drogas, a meu ver, podem, em certos casos, possuir grandes benefícios (apesar de não curar o paciente). Mas a aplicabilidade de cada um desses casos deve, na minha opinião, ser analisada à luz do atualíssimo Juramento de Hipócrates.
Portanto,
Se você acredita que seus hábitos e estilo de vida podem influenciar positivamente sua saúde;
Se você concorda que nenhum remédio e nenhum médico são capazes de curar uma doença, mas apenas aliviar seus sintomas com drogas e outros procedimentos;
Se você concorda que a cura das doenças existe, porém se encontra dentro de você, e não fora;
Se você acredita que seu organismo não pode ser dividido em infinitos compartimentos, portanto todas as doenças são resultado de um desequilíbrio de todo o organismo;
Então este site é para você!
Medicina do Estilo de Vida é o nome que dou para a arte da manutenção da saúde, prevenção e recuperação de doenças através de uma ação conjunta que envolve, principalmente, mudanças de hábitos e estilo de vida.
Aqui, você lerá artigos sobre os mais diversos assuntos (até mesmo assuntos como restaurantes, cinema e viagens) que na minha visão podem influenciar, de alguma forma, nossa saúde. As informações deste site são de caráter geral, e jamais devem ser interpretadas como métodos para diagnosticar e tratar doenças. Ou seja, este site não substitui, de forma alguma, um médico. Ele tem, isso sim, a missão de informar e transmitir conhecimento ao público sobre questões de saúde, principalmente hábitos e estilo de vida saudáveis. Possui também a missão de revelar “o outro lado” de algumas (muitas!) informações e “crenças” sobre saúde, que infelizmente se transformaram em quase unanimidade, mas que na verdade estão longe de serem verdades absolutas.
Para receber um e-mail a cada artigo novo publicado aqui no site (e portanto tornar-se um “assinante” do site), basta preencher seu e-mail no campo localizado em uma das colunas laterais.
Boa leitura e muita saúde para todos nós!
Alexandre Feldman






quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre as nossas crianças - Mestre Saint Germain





Saint Germain com relação aos nossos filhos: (por filhos se entende: crianças de ambos os sexos)
"Relativo aos filhos:
Quando os filhos alcançam os anos de maturidade, a melhor coisa que os pais podem fazer é colocar, conscientemente, os filhos nas Mãos de Deus, o que significa liberá-los completamente à Proteção e aos Cuidados da "Poderosa Presença EU SOU" de cada um e envolvê-las nos Raios de Luz e de Amor vindos do coração do Corpo Eletrônico acima da criança.Cada vez que a presença ou o pensamento dos filhos esteja em evidência, regozije-se de que a Plena e Perfeita Inteligência de Deus está agindo em seu pensamento e sentimento, governando com perfeição toda a ação exterior. Isto coloca o filho na Presença e Poder da Ação Divina de uma maneira maravilhosa. A ansiedade dos pais em relação aos filhos, é em 90% (noventa por cento) dos casos, a causa da ação errada - especialmente a ansiedade provinda da mãe.Esta é uma verdade tremenda e muito pouco compreendida. A mãe, tendo sido quem construiu o corpo da criança - com isto eu quero dizer que ela forneceu a substância da qual a forma foi construída - estabeleceu uma linha pessoal de contato com a criança nesta encarnação; e se a mãe apenas soubesse, do ponto de vista iluminado, que ela tem o poder de moldar os filhos no mais maravilhoso e perfeito ser, ou direi até, de manter o foco pelo qual a criança é moldada num perfeito ser humano.Por outro lado, se a mãe permite ansiedade, que é uma forma sutil de medo, constantemente governando-a, seu pensamento não pode impedir então de se transmitir à criança, podendo perturbá-la de tal modo e até ser a causa do completo fracasso do filho. O que afirmo acima é de importância extrema quando a mãe possui pensamento inteiramente desgovernado.
Isto ilustra a grande importância dos pais, reconhecendo e sentindo que o filho ou os filhos a quem eles amam, são em todos os momentos, governados pela Perfeita Inteligência de Deus, a "Poderosa Presença EU SOU". No momento em que a ansiedade e o temor tentam interferir, consumi-os e substitui-os com a firme consciência de que "Há somente a Perfeita Inteligência de Deus em Ação na criança e em volta dela". Se todas as mães da América pudessem compreender essa maravilhosa Verdade e vivê-La, uma raça majestosa nasceria daí para frente. Esta é uma grande Lei Natural que ainda não foi compreendida mesmo entre os Estudantes, a não ser em um grau muito pequeno. Conheci muitas circunstâncias em que o intenso medo dos pais pelos filhos levou-os à própria coisa que temiam, e é uma das causas de tanto atraso no progresso da humanidade. Às vezes, o filho é suficientemente adiantado, que pode, sem o conhecimento do exterior, ser poupado do temor e da ansiedade dos pais. Isto na verdade é uma felicidade. Que fique totalmente claro que eu não estou de forma alguma criticando ou condenando as mães, mas lamento intensamente a falta de compreensão deste maravilhoso ponto vital. Presumo que Emily Cady (escritora) compreendeu este ponto mais esclarecidamente do que qualquer outro professor do mundo exterior de hoje e fez os mais sinceros esforços para trazer isto a seus leitores".
Do livro: "Instruções do Mestre Ascensionado Saint Germain" - da Ponte para a Liberdade.

Ataque e defesa




"Quando percebemos que alguém está nos atacando, em geral, partimos para a defesa e encontramos uma forma, direta ou indireta, de revidar. O ataque sempre nasce do medo e da culpa. Ninguém ataca, a não ser que se sinta ameaçado e acredite que, com essa atitude, vai conseguir demonstrar sua força, à custa da vulnerabilidade do outro. Na verdade, o ataque e uma forma de defesa e, como todas as formas de defesa destinadas a manter a culpa e o medo fora da nossa consciência, ele, na verdade, alimenta o problema. A maioria de nós apega-se á crença de que atacar pode realmente nos dar algo que queremos. Parece que esquecemos que atacar e defender não trazem paz interior.
Para sentir paz em vez de conflito, é necessário mudar a nossa percepção. Em lugar de ver os outros nos atacando, podemos vê-los com medo. sempre estamos expressando Amor ou medo. O medo é, na realidade, um pedido de ajuda e, por conseguinte, um convite ao Amor. Aí então fica evidente que, para sentir paz, somos obrigados a reconhecer que temos uma opção de determinar o que percebemos.
Muitas de nossas tentativas de corrigir os outros, mesmo quando acreditamos estar fazendo uma crítica construtiva, são realmente tentativas de atacá-los, demonstrando o quanto estão errados e o quanto estamos certos. Seria conveniente examinarmos nossas motivações. Estamos ensinando o Amor ou realizando um ataque?
Quando os outros não mudam de acordo com as nossas expectativas, em geral os consideramos culpados e, desse modo, reforçamos nossa crença na culpa. a paz da mente provém da atitude de não querer mudar os outros, mas de simplesmente os aceitar tais como são. A verdadeira aceitação nunca faz exigências, nem tem expectativas.
Só conseguimos a paz interior quando praticamos o perdão. Perdoar é libertar-se do passado e constitui, portanto, o meio de corrigir as concepções equivocadas".

Gerald Jampolsky - "Amar é libertar-se do medo"


texto enviado p/ Eliane
Imagem: Internet

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ainda sobre o tempo...




Aprendi que o tempo é vida e que perder tempo é perder qualidade na vida. Posso dividir o meu tempo, observando três coisas básicas: 1º, sobre o que é importante, 2º, sobre o que é urgente e 3º sobre o que é circunstancial.
Texto enviado pelo amigo Franco.
Imagem: Internet

Diz o Mestre...




Desejo dizer-vos algumas palavras à guisa de conclusão e isso para induzir os discípulos a reconhecerem que, quando dizem "EU SOU" para o que quer que desejem não somente põem em ação a Grande Presença "EU SOU" para a realização, como também devem sentir profundamente que Ela contém em Si o Poder Auto-sustentador, Auto-emanante e Auto-expansivo. Ainda que a repetição seja proveitosa e muitas vezes necessária para produzir uma convicção mais profunda, no atual grau de adiantamento dos discípulos eles devem ter mais consciência do Seu Poder inato, inerente, auto-sustentador. Isto dará à consciência externa uma compreensão mais ampla do Poder sustentador da "Grande Presença" de modo que, se a atividade exterior da mente estiver ocupada com outros afazeres, poderá, mesmo assim, dirigira carga do "EU SOU" para qualquer realização, uma vez por hora, sem interferir em nada no trabalho do discípulo. É um grande erro do discípulo deixar que se registre em sua mente a idéia absurda de que não tem tempo para essas coisas, quando um só momento lhe basta para realizar com vigor a Atividade Potente e Invencível de sua "Presença EU SOU" em tudo aquilo que exija sua atenção. Esta afirmação pode ser muito útil: "EU SOU a Poderosa Presença ordenando o tempo, todo o tempo de que necessito para a realização e aplicação desta Poderosa Verdade".

MESTRE SAINT GERMAIN
Livro de Ouro


Texto enviado p/ Claúdia
Imagem: Internet

Lutando





Num momento estava lá, no momento seguinte desapareceu. Em determinado momento, estamos aqui, e em outro momento já passamos. E por este simples momento, quanta confusão nós armamos -- quanta violência, ambição, luta, conflito, raiva, ódio. Apenas por um momento tão breve! Estamos tão-somente aguardando o trem na sala de espera de uma estação, e criando tanta confusão! Brigando, machucando-nos uns aos outros, tentando possuir, tentando comandar, tentando dominar -- quanta política! Então, o trem chega, e você se foi para sempre.
Osho Take it Easy, Volume 1 Chapter 13
Comentário:
A figura desta carta apresenta-se completamente coberta por uma armadura. Apenas se vê o seu olhar de cólera, e o branco dos nós das mãos fechadas. Olhando a armadura mais de perto, você pode ver que ela está coberta de botões, prontos para detonar se alguém apenas roçar neles. No plano de fundo aparece a sombria seqüência das imagens que passam pela mente desse homem -- duas figuras lutando por um castelo. Um temperamento explosivo ou a raiva reprimida, escondem com freqüência um profundo sentimento de dor. Nós achamos que, espantando os outros para longe, poderemos evitar ser machucados ainda mais. Na verdade, acontece exatamente o inverso. Ao cobrir nossas feridas com a armadura, estamos impedindo que elas sejam curadas. Ao agredir os outros, impedimos a nós mesmos de receber o amor e o alimento afetivo de que precisamos. Se esta descrição parece corresponder ao seu caso, então está na hora de parar de brigar. Existe muito amor à sua disposição, basta deixá-lo entrar! Comece por perdoar a si mesmo: você merece.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Matar tempo é deixar que o tempo nos mate ...




Você pode desperdiçar sua vida facilmente, porque ela é curta demais.
Mas isto é estranho: se você pergunta às pessoas: "Por que vocês estão jogando cartas? Por que estão jogando pôquer? Por que estão tão envolvidas nesse jogo de xadrez?", elas dizem: "Para matar o tempo".
Como se tivessem mais tempo do que precisam. Como se o tempo fosse tão inútil que é preciso matá-lo.
O tempo é a coisa mais preciosa. Quando ele passa, passa para sempre. E nós não temos muito tempo; a vida é realmente bastante curta. Ela passa tão depressa que entre o nascimento e a morte não há um período muito longo.
E as pessoas matam o tempo sem saber que, na verdade, o contrário é que acontece: o tempo é que as mata.
Osho, em "Meditações Para o Dia"

Imagem: Internet


Invista seu amor na outra pessoa agora...




"Todos podemos aprender a abreviar nossos períodos de raiva e levá-los a uma rápida solução. A raiva acaba sempre por dissipar-se. Por que então deter-se no sofrimento desnecessariamente? Tente esta técnica em seus relacionamentos.
Perdoe o passado. Aprenda com ele e desapegue-se dele. As pessoas estão em constante crescimento e mudança. Por isso, você não deve fixar-se em uma imagem antiga, limitada e negativa de uma pessoa. Veja como ela é agora. O seu relacionamento está sempre vivo, sempre mudando.
Invista seu amor na outra pessoa agora, no presente. Não se arrependa, não lamente por erros passados. O passado... passou. Comece neste exato instante. Nunca é tarde demais para expressar o seu amor e a sua compaixão.
Tente visualizar o seguinte: veja a barreira que separa você de seus seres queridos se desfazer, preenchendo o espaço com uma energia repleta de beleza. Não somos blocos de gelo flutuando isolados, mas sim a água que os conecta. Veja e sinta essa conexão. Mande a sua luz e o seu amor para os outros. De alguma maneira, eles o receberão. Estamos sempre mutuamente conectados. Ajude o outro a eliminar o medo. O que você fizer a partir do amor, a partir do seu coração, retornará a você dez vezes multiplicado.
O amor é eterno. O amor não acaba quando a relação termina. O amor não acaba nem mesmo com a morte física.
O amor, em si, permanece, mesmo se o ser amado morreu. Visualize essa pessoa e envie para ela pensamentos e comunicações positivas. Seu relacionamento está vivo e as transformações podem continuar ocorrendo".
Brian Weiss - "A divina sabedoria dos mestres"
Texto enviado p/ Eliane
Imagem : Internet

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Eu estou determinando a ver as coisas de modo diferente




"O mundo que vemos e que parece tão insano pode ser o resultado de um sistema de crenças que não está funcionando. O sistema de crenças afirma que o passado cheio de medo vai se estender até um futuro igualmente cheio de medo, tornando passado e futuro uma coisa só. É a lembrança do medo e da dor que nos deixa tão vulneráveis. É esse sentimento de vulnerabilidade que nos faz querer controlar e prever o futuro a todo o custo.
O antigo sistema de crenças supõe que a raiva ocorre porque fomos atacados. Supõe também que o contra-ataque, por sua vez, e justificado e que somos responsáveis por "proteger" a nós mesmos, mas não somos responsáveis pela necessidade de nos proteger.
Mas é possível mudar o sistema de crenças. Para isso é necessário olhar de outra maneira cada uma das nossas amadas suposições e valores do passado. Isso significa abandonar todo e qualquer investimento no apego ao medo, à raiva, á culpa e ao sofrimento; significa deixar o passado ir embora suavemente e, com ele, todos os antigos medos que continuamos estendendo até o presente e o futuro.
"Estou determinado a ver as coisas de modo diferente" significa que estamos verdadeiramente dispostos a nos livrar do passado e do futuro a fim de viver o agora tal como ele realmente é.
A maior parte da minha vida, agi como se fosse um robô, reagindo ao que as outras pessoas diziam ou faziam. Agora reconheço que minhas reações são determinadas somente pelas minhas decisões. Reivindico minha liberdade exercendo o poder de tomar a decisão de ver as pessoas e os eventos com Amor em vez de medo.
Todas as vezes em que se sentir tentado a ver com os olhos do medo, repita a si mesmo com determinação:
'Não sou um robô - sou livre. Estou determinado a ver as coisas de modo diferente'".
Gerald Jampolsky - "Amar é libertar-se do medo"
By Eliane
Imagem: Internet

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Entrega




"Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.
Entregar-se significa deixar de viver analisando, apegando-se a velhos preconceitos. É dar um salto no abismo, é acolher o novo de mente aberta.
Muitas pessoas não ousam sequer deixar o lar dos pais para estudar fora, com medo do novo, do imprevisível. Quando vão a uma festa, querem saber de antemão tudo o que vai acontecer. Quando estão com alguém, querem que as coisas aconteçam à sua maneira. Com isso, restringem-se a uma vida repetitiva.
Numa noite escura, um homem andava no meio de uma floresta. De repente, ele caiu. A única coisa que conseguiu fazer foi segurar-se em um galho. Quando olhou para baixo, só viu escuridão. Começaram então os pensamentos catastróficos: “Eu vou cair neste abismo e vou morrer... Este galho não vai agüentar, eu vou me machucar todo”. À medida que o tempo passava, o galho ia se desprendendo, e cada vez mais o homem se desesperava, com medo de cair e morrer. A claridade foi chegando com a manhã, e então ele percebeu que estava com os pés a apenas quarenta centímetros do chão e que todo o seu medo e sofrimento tinham sido infundados.
Assim fazem as pessoas que não se soltam das raízes do passado para voar em direção aos sonhos do presente. Ficam com medo de se arrebentar, quando, na realidade, o salto a ser dado tem pouco mais de quarenta centímetros: a distância que separa o cérebro do coração.Este é o grande salto a ser dado: parar de viver o tempo todo se analisando e deixar de ouvir o “juiz” que existe na sua cabeça. Passar a viver os acontecimentos, em vez de ficar julgando a si mesmo, o outro e tudo o que está ocorrendo.
Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções.
Na entrega, tornamo-nos transparentes para o outro, despidos de qualquer máscara, o que possibilita ao ser amado nos ver e nos sentir exatamente como somos"


Roberto Shinyashiki


Texto enviado p/ Eliane.

Não há nada de errado com você




"O medo de haver alguma coisa errada conosco é nosso maior obstáculo à alegria. Na verdade, não existe outro obstáculo.
Quando você decide que tem alguma coisa errada em você, algo ruim, alguma carência ou insuficiência, sua vida reflete essa crença. Diante disso, você tem a impressão de que os outros o rejeitam, que o mundo se fecha para você, que o destino é malvado, que a vida está contra você, que os céus o estão punindo. Na verdade, é você que está se condenando e sabotando aquilo que é bom. Assim, tudo precisa de esforço, os sucessos são muito árduos, a felicidade é breve, o amor sempre dá errado e não há paz.
Não há nada de errado com você. Certamente que sua percepção pode estar com problemas. E seu raciocínio pode estar falho. E você pode tomar decisões inconvenientes. Por exemplo, você pode decidir que verá defeitos que ninguém vê em você. Você pode tentar convencer o mundo de que não é digno de amor. Dê a essas idéias estranhas todo o poder, se quiser, mas quem você é - seu Eu incondicionado - permanecerá íntegro, digno e são.
A verdadeira psicoterapia é o processo de modificar seu modo de se ver. A mudança acontece sempre que você pratica a auto-aceitação incondicional, sempre que você se dá um tempo. A mudança acontece sempre que você opta pela bondade no lugar do julgamento, pelo perdão em vez da auto-agressão, pelo riso e não pela condenação. A vida sempre melhora quando você se trata melhor.
O ato final (e único) da cura consiste em aceitar que não há nada de errado com você. Experimente fazer este exercício hoje, Insista em procurar o que há de bom em todas as pessoas que você encontrar. Veja a luz em seus olhos, em seu rosto, em seu sorriso e em sua presença. Faça uma reverência mental para a luz presente em todas as pessoas com quem você encontrar hoje. Acima de tudo, não diga a ninguém que há alguma coisa errada com elas. Quando você lança essa luz sobre os outros, a fortalece em seu interior".
Robert Holden - "Mudanças acontecem"
Texto enviado p/ Eliane
Imagem: Internet

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Meta de Um Curso em Milagres







O Curso freqüentemente fala da sua meta; não a busca da luz, de Deus ou da Verdade, mas do verdadeiro perdão, o desfazer do ego e seu sistema de pensamento. Seu foco principal é a Expiação, que é o completo perdão, mais propriamente do que Deus. Deus é, mas os obstáculos para a consciência do Amor parecem obscurecer aquela Realidade. A teologia é apresentada para o aprendiz a fim de ajudar o aprendiz a distinguir entre ilusões e verdade para que os obstáculos da consciência do Amor possam ser removidos. O seu propósito não é fazer com que as palavras sejam especiais ou religiosas ou sagradas. Seu único propósito é dar à mente dividida as ferramentas para escolher o Espírito Santo vendo o que é falso e assim curando a separação. O observador aprendeu fixando na memória a esfera perceptiva do tempo e espaço; e agora o tempo e o espaço serão usados para desaprender. A verdadeira religião não é encontrada na palavra, ou num texto sagrado, é encontrada no desfazer da crença de que a santidade é encontrada na forma.
Fonte:
http://miracleshome.org/portuguese/publications/a_meta_de_UCEM.htm


Image by JUDY ARNDT

Os amantes



É preciso ter em mente estas três coisas: o amor de nível inferior é o sexo -- este é físico -- e o refinamento maior do amor é a compaixão. O sexo encontra-se abaixo do amor, a compaixão está acima dele; o amor fica exatamente no meio. Bem pouca gente sabe o que é o amor. Noventa e nove por cento das pessoas, infelizmente, pensa que sexualidade é amor -- não é. A sexualidade é por demais animal; certamente, ela contém o potencial para transformar-se em amor, mas ainda não é amor, apenas potencial... Se você se tornar consciente e alerta, meditativo, então o sexo poderá ser transformado em amor. E se a sua atitude meditativa tornar-se total, absoluta, o amor poderá ser transformado em compaixão. O sexo é a semente, o amor é a flor, compaixão é a fragrância. Buda definiu a compaixão como sendo "amor mais meditação". Quando o seu amor não é apenas um desejo pelo outro, quando o seu amor não é apenas uma necessidade, quando o seu amor é um compartilhar, quando seu amor não é de um pedinte, mas de um imperador, quando o seu amor não está pedindo nada em troca, mas está pronto para dar apenas -- dar só pela total alegria de dar --, então, acrescente a meditação a ele, e a pura fragrância é exalada. Isso é compaixão; compaixão é o fenômeno mais elevado.
Osho Zen, Zest, Zip, Zap and Zing Chapter 3

Comentário:
Aquilo que chamamos de amor é na verdade todo um espectro de modos de se relacionar, abrangendo desde a terra até o céu. No nível mais terreno, o amor é a atração sexual. Muitos de nós continuamos presos nesse nível, porque o condicionamento a que fomos submetidos sobrecarregou nossa sexualidade com toda sorte de expectativas e de repressões. Na verdade, o maior "problema" do amor sexual é que ele nunca perdura. Só quando aceitamos tal fato é que podemos celebrá-lo pelo que ele realmente é -- dar as boas-vindas a seu aparecimento, e dizer adeus com gratidão quando ele se vai. Então, à medida que vamos amadurecendo, podemos vivenciar o amor que existe além da sexualidade, e que honra a individualidade singular do outro. Começamos a compreender que o nosso parceiro funciona freqüentemente como um espelho, refletindo aspectos desconhecidos do nosso ser mais profundo, e ajudando-nos a nos tornarmos completos em nós mesmos. Esse amor é baseado na liberdade, não em expectativas nem na necessidade. Em suas asas, somos levados cada vez mais alto em direção ao amor universal, que vivencia tudo como uma coisa só.


Como comer uma bicicleta?





Segmentando é mais fácil realizar sonhos

O que há em comum entre a Muralha da China e uma parede da sua casa?E qual a semelhança entre comer um elefante e comer uma bicicleta? E entre comer uma tonelada e andar mil quilômetros?Vamos ver algumas coisas que qualquer ser humano comum faz. Uma pessoa com 30 anos já viveu mais de 12 mil dias. Vamos arredondar para 10.000 para facilitar as contas e descontar os anos iniciais.Supondo que você ingere 1 quilo de comida por dia, em 30 anos terá comido 10 toneladas. Portanto, você come uma tonelada a cada 3 anos. Sem contar as bebidas.E se anda 1 quilômetro por dia em média (pouco, não?), também a cada 3 anos você anda mais de mil quilômetros. Em 30 anos, 10 mil quilômetros. Em uma vida, dá para dar a volta no planeta, na linha do Equador onde a volta é maior (claro, é preciso um bom motivo).Você talvez já esteja sabendo como comer um elefante: um pedacinho de cada vez. Quanto à bicicleta, um americano moeu a dele e misturava uma pequena porção de fragmentos a cada refeição. Completou a obra em três meses.Portanto, se você quiser comer uma bicicleta, andar milhares de quilômetros ou construir algum sonho, e se você não tem um gênio de lâmpada, parece que só há um jeito: um pouquinho de cada vez!
Virgílio Vasconcelos Vilela
Imagem: By Roberto Venzke

Visão...




Pensai em que vós não sois dotados de mais do que dois olhos; pois em verdade vos digo que todo olho que vê, seja na Terra, acima ou abaixo dela, é uma extensão de vossos olhos. Na medida em que a vista de vosso próximo for nítida, será nítida a vossa vista. A medida que a vista do vosso próximo for diminuída, a vossa também será diminuída.
Em cada cego sois privados de um par de olhos que, se vissem, constituiriam um reforço para os vossos. Conservai a vista de vosso próximo para que possais ver melhor. Preservai a vossa para que o vosso vizinho não tropece e caia, obstruindo, talvez, a vossa própria porta.

De O livro de Mirdad

Definições


As definições são sempre do passado, enquanto a vida é sempre do presente.
A vida está em constante mudança, tudo está mudando a cada momento, mas as definições permanecem fixas, continuam estáveis. Não há crescimento, não há mudança nelas.
Elas são como as nossas fotografias. Suponha que alguém tire a minha foto: agora essa imagem permanecerá fixa e estática, enquanto eu estou ficando mais velho a cada momento.
A vida é como uma pessoa viva; definições são rígidas e sem vida.
Osho, em "The Heartbeat of the Absolute"
Imagem por ivolkof

O corpo está na sua mente...



"Uma das coisas mais importantes não é tornar o universo do tempo e do espaço real. Você é inocente porque ele não é real. Não espiritualize o universo. Não espiritualize a matéria ou a energia. A energia parece matéria para você algumas vezes apenas por causa da maneira com que você percebe a ela e a si mesmo. Você percebe a si mesmo como estando em um corpo, então, o corpo lhe diz o que sentir. Mas você deveria ser aquele que diz ao corpo o que sentir. Você não está no corpo; o corpo está na sua mente."

PURSAH - Sua Realidade Imortal


Do blog da Any

Nunca Suplique. Agradeça




P- Isso significa que não posso pedir o que desejo? Está dizendo que rezar pedindo algo na verdade nos impede de consegui-lo?
R- Essa é uma pergunta que é feita há séculos - e que sempre foi respondida. Contudo,vocês não ouviram a resposta, ou não acreditaram nela.A pergunta é respondida novamente, em termos e linguagem atuais, deste modo:Você não terá aquilo que pedir, e tampouco não pode ter tudo que quer. Isso ocorre porque o seu próprio pedido é uma afirmação de carência, e você dizer que deseja algo apenas produz essa experiência - a do desejo - em sua realidade. Portanto, a oração correta nunca é de súplica, mas sim de gratidão.Quando você agradece a Deus antecipadamente pelo que escolheu experimentar em sua realidade, de fato reconhece que isso está lá... realmente. Logo, a gratidão é a afirmação mais convincente para Deus; uma afirmação de que mesmo antes de você pedir, Eu atendi o seu pedido.Então, nunca suplique. Agradeça.
P- Mas se eu agradecer antecipadamente a Deus por alguma coisa, e ela nunca acontecer? Isso poderia levar à desilusão e amargura.
R- A gratidão não pode ser usada como um meio de manipular Deus: de enganar o universo. Você não pode mentir para si mesmo.Sua mente conhece a sinceridade de seus pensamentos. Se você disser "obrigado, Senhor, por tais e tais dádivas", e o tempo todo estiver muito claro em sua mente que essas dádivas não existem em sua realidade atual, não poderá esperar que Deus veja isso menos claro do que você, e o produza para você.Deus sabe o que você sabe, e o que você sabe é o que aparece como sua realidade.
P- Mas então, como posso ser sinceramente grato por algo que sei que não tenho?
R- Fé. Se tiver apenas a fé de uma semente de mostarda, moverá montanhas. Você passa a saber que tem, porque Eu disse isso; porque Eu disse que, antes mesmo de você pedir, Eu lhe darei; porque Eu disse de todos os modos possíveis, através de todos os mestres que conhece, que tudo que escolher, escolhendo em Meu Nome, terá.

P-Mas muitas pessoas dizem que suas preces não foram atendidas.R- Nenhuma prece - e uma prece não é nada mais do que uma afirmação fervorosa do que é a realidade - deixa de ser atendida. Todas as preces e afirmações, e todos os pensamentos e sentimentos! são criativos. Até o ponto em que forem tidos fervorosamente como verdadeiros se manifestarão em sua experiência. Quando é dito que uma prece não foi atendida, o que de fato aconteceu foi que opensamento, a palavra ou o sentimento mais fervoroso tornou-se mecânico. Contudo, o que você precisa saber - e esse é o segredo - é que o pensamento por trás do pensamento - o que poderia ser chamado de Pensamento Responsável - é que sempre é o pensamento controlador.Portanto, se você suplicar terá muito menos chances de experimentar o que acha que está escolhendo, porque o Pensamento Responsável por trás de todas as súplicas é o de que você não tem agora o que deseja. Esse Pensamento Responsável se torna a sua realidade.O único Pensamento Responsável que poderia repelir esse pensamento é o baseado na féem que Deus sempre atenderá a todos os pedidos. Algumas pessoas têm essa fé, mas sãomuito poucas. O processo da prece se torna muito mais fácil quando, em vez de ter de acreditar queDeus sempre atenderá a todos os pedidos, a pessoa entende intuitivamente que o pedido em si não é necessário.Então a prece é de agradecimento. Não um pedido, mas uma afirmação de gratidão peloque é verdade.(Texto extraído do Livro Conversando Com Deus - Neale Donald Walsch) http://avidaimpessoal.blogspot.com/


Texto enviado pela amiga Any.
Imagem: Internet

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Comer demais ( parte final )


Kenneth: Bem, a fome final, é claro, é a fome por Deus. E, se você redefinir “fome”, que soa como algo mais físico, para significar “anseio”, seria a mesma coisa. O que todos nós ansiamos ou pelo que sentimos fome é por Deus. Nós sabemos que existe algo faltando. Todos sabem, bem dentro de si mesmos, que existe algo faltando. Assim como está em uma maravilhosa lição do livro de exercícios, “Eu me aquietarei por um instante e irei para casa” (LE-pI.182), que diz no início, que todos se sentem como um estrangeiro aqui, todos sentem que esse mundo não é o seu lar. Todos.
Nessa lição muito linda, Jesus diz, “Ninguém aqui deixa de saber do que falamos”. Esse mundo não é o nosso lar; não pertencemos a ele; existe algo faltando. Mas então, é claro, o que as pessoas fazem, como a lição também explica, é encobrirem esses sentimentos e se unirem em especialismo aos outros. Nós nos mantemos ocupados e fazemos todos os tipos de coisas: tentamos tornar nossos corpos mais bonitos, nossos apartamentos e lares mais bonitos, nosso planeta mais bonito; queremos tornar tudo bonito, porque é aqui que vivemos. É claro, isso nunca funciona. Esse é o anseio e a fome que todos têm. O que o ego sempre faz é transferir essa fome e esse anseio da mente para o corpo. Essa é outra forma de entender por que o corpo foi feito da forma que foi. O corpo está sempre ficando com fome. Acho que, para propósitos práticos, podemos deixar de lado a fome normal que o corpo vai experimentar através do dia, assim como a necessidade normal de dormir. Isso é parte do sistema do ego, mas basicamente existem limites normais. Vamos falar, ao invés disso, sobre a fome anormal, voraz, que você sente mesmo quando acabou de comer há uma hora, e seu corpo não está precisando de comida – ou você sente que tem que dormir quatorze ou quinze hora por dia, quando seu corpo não precisa disso. É disso que estamos falando: a fome e necessidade excessivas.
Isso é realmente o ego pegando o senso de ansiedade e falta, os sentimentos que todos temos de sermos órfãos e sem lar, e transferindo-os para o corpo. Então, passo a ter necessidade de lidar com os sentimentos físicos de estar faminto e assim por diante. O Curso também explica que o corpo não sente nada de forma alguma. Não é o corpo que sente fome; não é o corpo que sente impulsos sexuais ou dor; é a mente que então transfere sua crença de falta para o corpo (T-19.IV-C.5:2-4; T-28.VI.1-2). Aí, isso se torna um estratagema de distração, uma cortina de fumaça, porque sentimos que é o corpo que tem que ser saciado; e então, vamos atrás de qualquer coisa que vá fazer isso. Mas isso nunca funciona, porque o anseio subjacente nunca é preenchido. É por isso que o sistema é “perfeito”, porque ele se perpetua continuamente. É por isso que, assim como você estava dizendo, Betty, nunca é suficiente: eu quero mais e mais. É o ego continuamente nos forçando a nos focalizarmos no corpo em vez de no mundo, o que vai prover o corpo com o que ele precisa, para que nunca consigamos o que realmente precisamos. Mais uma vez, se eu puder iniciar a idéia de convidar Jesus ou o Espírito Santo para se unirem a mim quando for comer, quer eu coma de forma sensata ou me delicie, vou começar a desfazer aquele sistema de pensamento.

Susan: Então, o comportamento realmente não importa.

Kenneth: Comportamento não importa – isso é o que aprisiona você o tempo todo. É aí que você sempre pega Jesus, você vê. O que ele promete a você é paz, amor, felicidade e inocência na sua mente; e você diz, “Eu não quero isso, eu quero um corpo magro”. Você estabelece a condição dessa forma – como a história que contei sobre Helen e sua exigência inegociável de Deus
[1]. Você diz a Jesus que isso é inegociável: eu quero perder nove quilos.

Susan: Certo.

Betty: E se você me amasse, iria permitir que isso acontecesse.

Susan: Sim, você iria fazer com que isso acontecesse.

Kenneth: Isso mesmo. E inconscientemente, você estabeleceu que não vai perder os nove quilos. Veja, foi você que escolheu ganhar os nove quilos, não ele. Mas você se esqueceu disso, e depois o culpa. É um sistema invulnerável. Como o Curso diz: o sistema do ego é à prova de tolos – não à prova de Deus, mas à prova de tolos (T-5.VI.10). Ele é hermético em si mesmo. Então, você se sente perfeitamente justificada em desistir dele, desistir do seu Curso, desistir das dietas, desistir de tudo. Aí, você se sente tão mal, que simplesmente come ainda mais; mas o que você tem que fazer é perceber que a coisa toda foi inventada. Você está estabelecendo isso de maneira a falhar. O Curso diz que a máxima do ego é “busque, mas não ache” (T-12.IV.1). É isso o que você está fazendo, porque você pode estar fazendo o que ele lhe pede em termos de convidá-lo a entrar, mas está fazendo apenas parte disso. Você está fazendo a forma, mas não o conteúdo.

Susan: Então, estou fazendo a forma. E, é claro, não a estou fazendo universalmente: eu separo a comida, as circunstâncias nas quais convido o Espírito Santo. Então, você está dizendo para convidar o Espírito Santo a entrar em tudo? Apenas continuar generalizando?

Kenneth: O ponto central todo que já discutimos outra vez sobre os sundaes com calda de chocolate quente é que se você pudesse comer um sundae de chocolate com Jesus ou com o Espírito Santo ao seu lado, então, não haveria qualquer culpa
[2]. Isso funciona, e realmente funcionou para você até seu ego pular para frente, sabotá-lo, e dizer, “O que você quer dizer com funcionou? Você engordou 2 quilos essa noite”! Mas você perdeu dois quilos de culpa, e isso o ego não lhe diz. O que você realmente quer aprender é que você é sem culpa, e não importando o que acreditar ter feito a Deus ou a Jesus, isso não teve efeito sobre Seu amor por você. É isso o que você realmente quer aprender. E seu ego está com tanto medo que diz “Não, não, não, eu não quero aprender isso; quero perder peso”.

Judy: Então, o que acontece é que seu objetivo continua mudando. Ela quer se assegurar do resultado, que é o de que ela perca quilos na balança, mas o objetivo realmente é estar com Deus – você sabe, alinhar-se com o Espírito Santo para que seu relacionamento com Deus se aprofunde. Mas eu vejo que sempre existe inconsistência aí; nós não ficamos consistentemente nessa companhia.

Kenneth: Isso é assim porque estamos com medo da meta. Mas o que você quer fazer, como o Curso diz em muitos trechos diferentes, é manter seus olhos, sua mente, sempre focalizados na meta (veja, e.g., T-17.VI; T-20.VII0. O objetivo é ser sem culpa, e se sentir amoroso e pacífico. A inconsistência de que Judy está falando é a de que nós ficamos com medo dessa meta, porque para o ego, ser sem culpa é ser culpado. Esse é o problema. Mas então, o que você faz é o que todos fazem quando isso falha: em vez de dizer, “Ah, falhou porque eu estava com medo de ser sem culpa”, nós dizemos que falhou porque Jesus não veio, ou ele mentiu para mim, ou o Curso não é verdadeiro.

Susan: Ou que o Curso não funciona.

Betty: Também, que não vamos alcançar a salvação até que todos nós o façamos. Isso é muito difícil para mim. Eu posso alcançar alguma perda momentânea de culpa, e então, isso não importa. Eu não me importo com a balança e as roupas que continuo comprando maiores, mas o resto da Filiação vai olhar para mim e ficar bem “desagradável”.

Kenneth: Por que você os está atrasando?

Betty: Não, porque eles também não são sem culpa. E então, vão ver minha gordura.

Kenneth: Certo. E eles vão atacá-la porque não querem vê-la em si mesmos.

Betty: Então, é difícil para mim andar por aí me sentindo bem, quando outras pessoas não querem ficar perto de mim porque sou gorda.
Kenneth: Mas, se elas forem boas estudantes do Um Curso em Milagres, o que é responsabilidade delas não sua, vão reconhecer que quando ficam zangadas com Betty ou transtornadas porque ela está acima do peso, é realmente por causa delas mesmas. E então, elas deveriam se sentir gratas a você, porque você é a tela na qual elas podem projetar sua própria gordura interna.

Betty: Então, eu me sinto abandonada por elas, porque existe agora uma separação entre nós.

Kenneth: Não tem que existir. Não tem que haver uma separação na sua mente. Você sabe, você poderia ver essas pessoas como seus irmãos e irmãs. Elas podem manifestar sua culpa de outras formas que não seja ganhando peso, e você a manifesta estando acima do peso. Mas vocês ainda são irmãos e irmãs porque vocês compartilham o mesmo sistema de pensamento do ego. Vocês também compartilham a mesma ânsia por Deus, mas é por isso que aquela lição do livro de exercícios é tão útil. Todos nós compartilhamos a mesma ânsia de voltarmos para casa, e não sabemos como fazê-lo. Nós não sabemos onde ela está. De fato, sentimos que a perdemos e que estamos presos aqui. É como estar em um oceano em um bote salva-vidas. Você sabe que essa não é sua casa, não sabe onde o lar está, e não pode chegar lá – você está simplesmente em um miserável bote salva-vidas, no meio do oceano. Se você percebesse que todos estão em um bote salva-vidas, veria que a maneira de sair dali é se unir aos outros botes salva-vidas, para que vocês possam todos juntos ir para casa.
O ego, então, sempre vai mantê-la separada. Perceber a mim mesmo como separado dos meus irmãos e irmãs pelo fato de estar acima do peso e eles não, ou por eles estarem transtornados pelo fato de eu estar acima do peso, é a forma do ego de olhar para isso. A outra forma de olhar para isso é a de que estamos todos transtornados, e estamos todos perdidos, e vamos expressar nosso especialismo de formas diferentes. Se você vir isso dessa forma, não vai ver o fato de estar acima do peso como uma interferência, ou como um artifício de separação. Esse então se torna um artifício útil, uma forma útil de você perceber que, apesar do que fizer com seu corpo, você ainda não é separada de ninguém mais, e apesar de toda a comida que está colocando em sua boca, você ainda não é separada de ninguém mais ou de Deus. Você usou isso dessa forma, mas não tem que ser dessa forma.

Judy: Sabe, acho que essa foi uma das lições no Curso que mais me prenderam. Ontem, nós três estávamos falando sobre as causas e maneiras nas quais nos unimos, e eu disse que eu sempre era uma pessoa “causal”. Eu sempre me senti tão separada de todos no mundo que me unia a grupos, ou tentava me envolver em coisas diferentes, pensando que alguém mais tinha algo que eu não tinha. E então, quando eu entrava em um novo círculo de amigos ou em uma nova causa, descobria que não havia nada lá para mim. Eu ainda tinha esse sentimento de vazio, e depois cheguei à lição “Vou me aquietar por um instante e irei para casa”. A lição basicamente diz que esse não é o seu lar – ninguém está em casa aqui. Houve um sentimento de muita satisfação, porque eu sabia que não tinha mais que procurar coisa alguma – que a busca realmente era interna. E, mais uma vez, estabelecer um relacionamento mais profundo com Deus; o que eu não faço o tempo todo, mas sei que é onde a meta realmente está. Eu sei que é isso o que a verdade é para mim. Nós passamos muito tempo basicamente falando sobre isso ontem. Nós falamos sobre o movimento dos direitos civis, e movimentos das mulheres, e entrar em instituições educacionais, conseguir notas. Eu passei por tudo isso. Eu tinha que consegui-lo. Eu tinha que fazê-lo. Essas eram as metas que eu estabeleci. E então, depois de tudo, eu ainda estava de volta no ponto em que tinha começado.

Kenneth: Você ainda está faminta.

Judy: Ainda faminta? Sim. Então, começo a me empanturrar de M & Ms.

Betty: Ou morrendo de fome. Aqui estivemos falando sobre comer demais e comer além, e depois, existem pessoas que se matam de fome; pessoas que, a partir do medo – em alguns casos a partir do medo de que ficarão gordas – se matam de fome e não comem. Elas não aceitam a nutrição e o amor.

Kenneth: Veja, o ego nos pega de qualquer forma: não importa se você se torna anoréxica, ou se simplesmente come o tempo todo. No final, deveríamos realmente pensar na comida como uma expressão de canibalismo, o que realmente é como o ego fez o mundo e o corpo: existe alguma coisa faltando e existe algo lá fora de que preciso, e que vai me preencher. A comida literalmente faz isso. Nós fazemos isso o tempo todo – psicologicamente em nossos relacionamentos, mas a comida é um tipo de expressão literal disso. E, basicamente, qualquer coisa que esteja fora de nós, temos que matar para poder comer. Em outras palavras, para que um corpo permaneça vivo, quer seja um corpo humano ou outro chamado organismo vivo, ele tem que matar outra coisa e ingeri-la – quer esteja matando uma cenoura, ou uma vaca, ou um peixe, ou seja o que for.
Essa atividade contém a memória do que fizemos com Deus
[3]. O ego não existe se não ficar sobre a morte de Deus. Então, nós matamos Deus e O comemos, e isso, é claro, é o que é a Eucaristia. Os católicos, na missa, ritualisticamente e no rito da comunhão, comem o corpo de Jesus, para que sua santidade, amor e vida se tornem a sua própria, mas à custa dele. Ele é o sacrifício. É a idéia de ter que matar. O manual para professores diz, em um sentido, que a regra do mundo é “matar ou ser morto” (MP-17.6:11). Esse é o mundo do ego em nossas mentes. Comer alimentos, então, se torna uma memória desse pensamento. Portanto, não é surpresa, novamente, que quase todos tenham questões egóicas em relação à comida. A culpa não é porque comemos algo que estava vivo; a culpa é porque acreditamos ter comido Deus, simbolicamente é claro, porque no início, não havia corpos. O ego nos diz que nós matamos Deus. Nós O roubamos, e então, sobre Seu corpo morto construímos nosso reino.
Só para simplificar, as pessoas podem reagir a essa culpa de duas maneiras. Uma é apenas continuar na culpa: quanto mais culpado eu me sinto, mais tenho que encobrir toda a dor. Eu simplesmente continuo fazendo as mesmas coisas que me tornam tão culpado. As pessoas que são anoréxicas, ou as pessoas que simplesmente não comem muito porque têm medo de aumentar 2 centímetros na cintura, ou 2 quilos na balança, estão passando pelo que chamamos de “formação reativa”. Elas fazem o oposto: elas tornam o “pecado” do canibalismo real e então dizem, “Eu não faço isso, e vou provar a você, ao mundo e a Deus que não o faço, porque sou magro. Se eu fosse gordo, isso seria uma prova. Eu estaria andando por aí, dando testemunho ao fato de que sou um canibal vivo: fui eu que roubei Deus. Mas, se eu puder andar por aí magro o tempo todo, então, Deus não pode apontar o dedo para mim; Ele vai apontar o dedo para as pessoas gordas. Aí, eu magicamente espero que por não comer e por continuar magro, vou me salvar da ira de Deus e provar a Ele que não sou o culpado. As pessoas que têm que fazer isso são tão gordas quanto aquelas que o são fisicamente, porque elas são muito culpadas. É a culpa que é o sobre-preso, a obesidade. Portanto, dizer que eu quero ser magro é uma forma de dizer que eu quero ter a ilusão de ser inocente. Isso é sempre medido pela forma, e é por isso que nunca funciona.

Susan: Então, é por isso que queremos ser magros, basicamente; para termos a ilusão de não sermos os culpados. Eu não faço isso; outra pessoa sim.

Kenneth: Sim, e eu estar acima do peso, então, se torna um símbolo: eu canibalizei; eu roubei algo de fora e coloquei dentro de mim.

Susan: Isso é interessante porque nos leva de volta a outra coisa que você disse, e eu gostaria de mencionar novamente: por que as pessoas atacam as pessoas gordas, por que a sociedade tornou a gordura algo ruim. Você disse algo sobre atacá-la porque não queremos vê-la em nós mesmos. Você poderia falar disso outra vez?

Kenneth: Basicamente, isso iria se encaixar muito bem no que acabei de dizer. O cerne do sistema de pensamento do ego é o canibalismo. Nós canibalizamos Deus, e, quando o Curso fala sobre os relacionamentos especiais, ainda que não use a palavra “canibalismo”, é disso que está falando – que nós arrancamos a verdade de si mesma (T-16.V.10-11). Nós acreditamos ter roubado Deus e ter roubado uns dos outros. E se esse é o cerne do sistema do ego, é aí que nossa culpa está. Então, nossa culpa é baseada em nosso canibalismo, e aí, nós vivenciamos isso na forma, no corpo. Depois, nós fizemos um corpo que literalmente tem que canibalizar para poder sobreviver. Nós, portanto olhamos torto para os assim chamados primitivos que são canibais físicos, comendo carne humana. Mas é isso o que todos nós fazemos. Quer seja carne humana, carne animal, carne vegetal, ou seja o que for. É isso o que fazemos. E é aí que a culpa está. A única forma do ego poder sobreviver é roubar continuamente de Deus. Esse pensamento egóico então é incorporado em um corpo, o que significa que a única maneira do corpo egóico poder viver é roubar continuamente de outros corpos. E uma vez que é isso o que a comida faz, se eu tiver excesso de peso, essa é a prova de que sou a culpado. Mas todos nós sentimos isso, quer pesemos 45, 90 ou 226 quilos. Eu me sinto culpado porque roubei de Deus. Mas, se eu sou magro, tenho a ilusão de que sou inocente disso. E vejo você andando por aí com 115 quilos e digo, “Ah, meu Deus, essa é a prova; a prova de que eu não fiz isso”. E então, eu odeio você. Parte de mim está tentando se livrar disso, então, eu me sinto muito bem por você ser aquele que Deus vai punir. Mas, bem lá no fundo, sei que você está exibindo meu pecado diante de Deus, e, em algum ponto, Deus vai me encontrar.
Acho que essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas nos Estados Unidos transformaram Nixon em um vilão durante sua gestão – porque ele foi pego. Seu erro foi em relação às fitas e ao arrombamento, e tudo o mais, porque todos roubam e trapaceiam – esse é o mundo do ego. Mas ele foi pego. E ele foi pego de tal forma que teve que deixar a presidência. Esse era o tanto que ele era mau. Nós o odiamos porque primeiro vimos o pecado nele. Mas o ódio real é que ele expôs isso para todos nós. E é por isso que odiamos todos os estupradores e todos os criminosos, e todos os que trapaceiam, e todos os rombos financeiros que sofremos com o comércio interno, títulos falsos, e tudo o mais – porque eles estão mostrando o que está profundamente dentro de todos os outros. E eu tentei tão duramente manter isso oculto. Então, eu emagreço, me mantenho magro, e estou em ótima forma, parecendo tão inocente. Aí, você passa na minha frente, explodindo de todos os lugares da sua roupa, e a gordura é muito protuberante – e, meu Deus, sou eu mesmo que estou vendo em você, e a odeio por isso.

Susan: Então, me diga por que em nossa sociedade americana as mulheres estão ficando mais magras? É popular nos movimentos femininos culpar os designers por isso, porque eles são tão gananciosos que só querem pessoas famintas em suas roupas. Mas isso é apenas realmente a superfície. O que está realmente acontecendo? Se você olhar para a moda hoje, em 1990, vai perceber que tem que ser muito mais magro do que tinha que ser em 1988 para usar as roupas que os designers estão agora exibindo.

Kenneth: Isso segue o mesmo padrão: a tentativa de parecer inocente. Então, ser magro é um valor real em nossa sociedade. Nem sempre foi assim. Havia culturas e épocas nas quais ser pesado era visto como um valor. Olhe para uma mulher nas pinturas de Rubens: elas são todas um pouco corpulentas, e isso era visto como algo desejável.

Judy: Durante os anos da Depressão, você sabe, isso era sinal de prosperidade.

Kenneth: É útil ver que isso é puramente relativo. Em outras palavras, é como você olha para isso, que é o ponto central do Curso, obviamente. (veja, e.g., T-21.V.1; T-22.III.3-8). Então, enquanto as formas mudam, o significado é sempre o mesmo. O significado é que eu decido qual forma vai provar que eu sou inocente, e que sou uma boa pessoa. Atualmente, uma das formas favoritas em nossa sociedade é ser magro. Então, a atração, a necessidade e a obsessão em estar magro é para dizer, “Eu sou inocente”.

Susan: Então, pelo fato de estarmos pedindo às mulheres para serem cada vez mais magras, nossa sociedade está se sentindo mais culpada, a culpa sendo só uma forma de dourar a pílula? Poderíamos fazer essa comparação?

Kenneth: Penso que existe um perigo em sugerir que nossa sociedade está ficando mais culpada – não estou certo de que esse é o caso. É apenas que a forma muda, e agora, a forma na qual vou demonstrar minha inocência é sendo magro. Durante a Depressão, mais uma vez, a forma na qual minha inocência seria manifestada seria sendo pesado, porque ser magro significaria que não tinha qualquer dinheiro e, em última instancia, significaria que Deus me puniu. Então, isso acaba se tornando que vou provar que Deus me ama porque sou gordo ou pareço realmente saudável. Isso prova que eu tenho dinheiro, prova que Deus não me puniu e arrancou de mim tudo o que era meu – da forma que Ele fez com Jó, por exemplo. É por isso que a história de Jó é uma história tão fantástica sobre o deus do ego, não o Deus real. Deus tira. Deus dá a você tudo, e depois Ele tira de você. Então, ter todo o meu dinheiro, e depois o perder em 1929, prova que sou um fracasso. O que roubei de Deus, Ele agora roubou de volta de mim. Ele me encontrou. Levou muito tempo, mas Ele me achou, e descobriu onde eu escondi todas as jóias e tudo o que roubei Dele. Ele tirou tudo de mim, e agora, não tenho nada. Portanto, ser magro prova que sou o culpado e que Deus me puniu. Assim, durante aquele período, a maneira de provar que Deus não me puniu – Ele puniu você – era eu ser gordo. Isso significaria que era próspero, o que significaria que não perdi meu dinheiro, o que significaria que Deus não o roubou de mim. Estou fora da mira. Em nossa época atual é diferente, mas é a mesma idéia.

Susan: Poderíamos dizer então que o que estamos fazendo é simplesmente seguindo esse sistema de pensamento até sua conclusão natural? Quero dizer, um ano você é magro, então, você tem que ser menos culpado, e aí quer ser um pouco mais magro no ano seguinte, talvez. Nunca estamos felizes com a comida; nunca vamos ser felizes com nossos corpos. Nunca vamos ser magros o suficiente; nunca vamos ser voluptuosos o suficiente. É por isso que existe a cirurgia plástica e todas essas coisas.

Kenneth: Certo. Nunca vamos ter o corpo perfeito. O que todos querem, quer seja um homem ou uma mulher, é terem um corpo perfeito. E você decide o que é perfeito. Então, em uma época, é ser magro, em outra, é ser gordo. E é um corpo perfeito porque quero negar o que o corpo realmente é. O corpo é o símbolo de que eu roubei Deus, que eu sou o maior pecador no mundo. O corpo, portanto, tem que ser imperfeito, o que obviamente acontece porque está sempre ruindo. O corpo tem que ser imperfeito porque vem de um pensamento imperfeito. Então, o que eu quero fazer é magicamente negar o pensamento imperfeito, porque é daí que vem toda a minha dor e miséria e culpa. Eu nego isso dizendo, “Mas veja, eu sou perfeito. Eu finalmente consegui fazer do meu corpo o que ele deveria ser; é o tamanho perfeito, a largura perfeita, o peso perfeito, a cor perfeita, o perfeito isso, o perfeito aquilo, e assim por diante. Eu finalmente fiz isso. Provei que sou inocente”. E então, no dia seguinte, eu levanto e algo ruiu. Eu tenho um resfriado, ou engordei um quilo, ou surgiu uma espinha, ou meu cabelo está ficando um pouco grisalho – e isso significa que Deus me encontrou. Minha defesa não funciona e não sou perfeito. Isso me leva diretamente de volta ao pensamento imperfeito, que é o de que sou culpado. E é por isso que não tem fim.

Judy: Ken, ao falar com Susan e Betty ontem, disse a elas que a maior parte da minha vida eu fui magra, e que é só recentemente que estou tendo um problema com meu peso, e eu disse que odiava a mim mesma tanto quanto odeio agora, senão ainda mais, quando era mais magra. Mas, no entanto, existe algo que simplesmente me mantém presa ao corpo. Eu meio que entrei nesse comportamento obsessivo também, porque estou evitando fazer outro trabalho que é muito mais importante do que me focalizar no meu corpo.

Kenneth: O corpo, é claro, é a grande distração, e é por isso que o ego o fez. É uma distração maravilhosa. Nós ou pensamos que ele é a salvação ou pensamos que é o inferno. E a salvação realmente vem quando reconhecemos que o corpo não faz qualquer diferença. O que importa é o propósito que damos a ele. Então, você poderia ser gorda ou ver a si mesma como gorda e não ficar aborrecida com isso, e ser grata porque essa é uma sala de aula na qual poderia aprender que o seu corpo não é quem você é (Veja e.g., T-19.IV-B.10,14).

Susan: Isso me faz voltar a outra pergunta que estive guardando, que você citou mais cedo – a idéia de que quando a culpa se vai, a gordura se vai. Isso também é um pouco duvidoso para mim, e me deixa um pouco nervosa.

Kenneth: Quando a culpa se vai, a obsessão com a gordura se vai – é isso que você quer. Você quer estar sem culpa, o que obviamente então significa estar sem a obsessão pela gordura. Mas o que você faz é estabelecer isso em sua mente de tal forma a provar que Jesus está errado.

Susan: Então, para mim, manter a gordura vai significar que isso não funciona: Jesus não está comigo, não importando quantas vezes eu peça a ele para se unir a mim; isso não vai funcionar para mim.

Kenneth: Sim, você quer isso do seu jeito. Não apenas você, mas todos. Nós queremos a salvação do nosso jeito. Basicamente, queremos ter nosso bolo e comê-lo. Queremos ter Deus, mas queremos ter Deus em nossa própria pequena caixinha. E então, você quer ser sem culpa, mas também quer estar sem a gordura – o que significa que ainda está tornando o corpo real, ainda está tornando a gordura real, todos os quais significam que ainda está presa.

Susan: Então, tão assustador quanto possa parecer, isso poderia ser parte do meu processo de perdoar a mim mesma – uma vez que tenho tal ódio intenso da gordura no meu próprio corpo –: aprender que posso ser gorda, mas pacífica também. Eu odeio pensar nisso.

Kenneth: Ah, sim. Acho que essa seria uma lição maravilhosa. Você pensa que não quer essa lição porque sua gordura é um grande problema. A razão real pela qual você não quer essa lição é que você vai realmente se sentir pacífica – é isso que você teme. Existe aquela maravilhosa seção no texto, “O medo da redenção”, onde Jesus diz que nosso medo real não é da crucificação: nosso terror é da redenção (T-13.III.1-5). É disso que você está realmente com medo: se você liberar sua obsessão em relação à gordura, vai ser feliz. E então, para proteger a si mesma de ser feliz, você continua enlouquecendo a respeito da comida e do seu corpo. Isso é estabelecido para que você nunca se sinta feliz, o que é exatamente o que seu ego quer.

Betty: Você estava falando sobre o corpo perfeito. Eu adorei a imagem de Susan de que quando você morre e finalmente vai ver Deus, lá está Ele... corpulento, ondulando em camadas de gordura. Ah, meu Deus, eu poderia ter sido gorda esse tempo todo – e feliz. Eu queria ser magra e a gordura era tudo o que realmente é!

Kenneth: E feliz. Pense em todas as estátuas do Buda gordo. Nós fazemos Deus à nossa própria imagem, obviamente, mas a idéia seria a de que você poderia simplesmente ser tão feliz nesse mundo estando acima do peso, quanto abaixo do peso ou magra.

Betty: Temos falado sobre toda a nossa insatisfação com o corpo, quero dizer, se os cabelos são crespos ou lisos, ou se são longos ou curtos, ou se faz maquiagem ou não, ou se usa tênis, ou seja o que for.

Kenneth: Tudo é a mesma coisa. Nós nos identificamos com nossos corpos, e em um sentido, o objetivo do ego é o mesmo que o do Espírito Santo, mas termina de forma totalmente diferente. O objetivo do Espírito Santo, obviamente, é que sejamos sem culpa. É isso que o ego nos diz que é o seu objetivo para nós também. Ele nos diz que vamos ser sem culpa. Seu objetivo subjacente, seu verdadeiro objetivo, é claro, é nos manter culpados. Mas ele nos diz que seu objetivo é que fiquemos sem culpa, e então, ele pega a culpa em nossas mentes e a projeta no corpo. Então, nós dizemos que o corpo é o problema – agora, temos algo mais tangível. O que realmente acontece é que a culpa na mente permanece lá. Então, agora a culpa está no corpo, e o ego diz, “Bem, agora vou tornar seu corpo perfeito. E depois, você se sentirá sem culpa e vai se sentir maravilhoso”. Uma das formas principais disso – e é por isso que estamos aqui hoje – é a crença em que o que vai me deixar sem culpa e o que vai me fazer sentir bem é ser magro. E aí, ouço o plano do meu ego para a salvação, e é isso o que ele é: sua tradução é, “Vou ser magro”. Então, eu luto e luto para me tornar magro. O ego está sempre preocupado com o corpo. A culpa em minha mente repousa muito segura e feliz, e nunca é tocada.

Susan: Você sabe, é muito difícil ver que nós projetamos em nossos corpos da mesma forma que projetamos nas pessoas. Se eu ficar transtornado com algo que Betty fizer, se eu a acusar de ser egoísta e ficar mesmo transtornada, posso ver que projetei em Betty uma auto-acusação de ser egoísta, e a pessoa que tenho que perdoar é a mim mesma. Mas, quando fazemos isso com nossos corpos, uma vez que nos identificamos apenas como corpos, é muito difícil entender que estou projetando no meu corpo. Quando estou acusando meu corpo de não poder ser amado pelo fato de ser gorda, é apenas outra projeção, como se eu estivesse fazendo isso com Betty.

Kenneth: Não é diferente, porque seu corpo está fora da sua mente tanto quanto o corpo de Betty. Não faz diferença.

Susan: Isso é mais difícil de ver para mim.

Kenneth: Sim, mas essa é a saída para você: perceber que você está ajeitando tudo para que sempre se sinta culpada, e então, possa culpar outra pessoa. Em última instância, você vai culpar a Deus por isso. Em um sentido, você escreveu as regras e tem todas as cartas, porque você poderia controlar se o seu corpo ganha peso ou não. Se o seu propósito é provar que Deus é um mentiroso e que você é um fracasso, você poderia fazer isso porque estabeleceu as regras para que vá ganhar peso e, portanto, sempre vai ganhar peso.

Susan: Você vai falar sobre isso? Eu ouvi você dizer antes que a gente não engorda por causa das calorias na comida, mas por causa de uma decisão que tomou.

Kenneth: Certo – assim como fumar não lhe dá câncer: a culpa lhe dá câncer. Uma decisão de ser culpado na sua mente é o que lhe dá câncer. É a mesma coisa. Você ganha peso porque sua mente dá ao seu corpo uma instrução que diz, “Ganhe peso, porque é isso que vai provar que você é feio, sem valor, pecador e separado”. Como Betty continua dizendo, a comida mantém você separado. Ela certamente mantém você separado do seu Ser real. Ela mantém você separado do Amor de Deus em você. Mantém você separado de Jesus porque você o culpa. E o mantém separado das outras pessoas porque está com muita vergonha de si mesmo. E assim por diante. Ganhar peso, então, vem do desejo de ser separado – um desejo de culpar a si mesmo, um desejo de ser culpado. Foi a mente, a mente egóica, que fez o corpo e as leis do corpo. Agora, uma das leis do corpo é que se você comer cinco sundaes com calda de chocolate quente, vai ganhar peso. Você vai ficar um pouco doente também, mas vai aumentar seu peso. É isso o que faz você ganhar peso. É a mesma idéia que dizer que se eu levantar esse relógio e deixá-lo cair, ele vai cair até o chão por causa da lei da gravidade. Ele não cai por causa da lei da gravidade – não existe lei da gravidade
[4]. A mente fez a lei da gravidade que diz que se eu segurar o relógio e o jogar, ele vai cair. Mas, se minha mente mudasse essa lei, se minha mente mudasse o que quer, então, eu podia soltar o relógio e ele iria flutuar no ar. Ele não cai por causa da lei da gravidade; ele cai porque nós fizemos a lei da gravidade e nos colocamos sob seu domínio.

Susan: É por isso que algumas pessoas podem comer quantidades absurdas de comida e não ganharem peso, e outras comem pouco e ganham peso.

Kenneth: Sim – porque foi assim que nossas mentes foram estabelecidas. Então, aqueles de nós que têm sobrepeso se sentem culpados e terríveis porque nós comemos e ganhamos peso, e existe outra pessoa que come e não engorda nada. Não aceitamos a responsabilidade por termos feito a nós mesmos dessa forma. Eu poderia perceber, no entanto, que fiz a mim mesmo dessa forma para que pudesse me sentir culpado em relação ao que estou fazendo. Então, o que quero mudar não é a aparência do meu corpo; o que eu quero mudar é como minha mente pensa (T-21.in.1). Tudo está na minha mente: eu engordo quando como sundaes com cobertura quente porque eu programei a mim mesmo dessa forma.

Susan: O sundae é o vilão para mim.

Kenneth: Sim, ele é o vilão para você porque você estabeleceu o mundo em termos de alimentos bons e maus. O que você realmente fez foi projetar no mundo e na comida uma divisão que está na sua mente. Existe o bem e o mal em você; e a divisão final é as duas facções que guerreiam entre si na mente: o ego e o Espírito Santo. Meu ego é bom e o Espírito Santo é mau. Mas tudo é visto em termos de dicotomia e opostos. Essa é a divisão que você colocou no mundo: existem os bons e os maus alimentos. Então, existe uma Susan boa e uma Susan ruim. Existe a Susan boa quando ela come comida boa, e a Susan ruim quando come comida ruim.

Betty: Hoje em dia, as teorias vigentes sobre vícios vêem o comer compulsivo como evitar os sentimentos. Eles falam sobre sentimentos agora. Então, você está falando sobre sentimentos de culpa; eles falam sobre sentimentos de dor e perda. É tudo a mesma coisa.

Kenneth: Sim, é basicamente tudo a mesma coisa. Eu acho que o Curso leva isso ainda um passo adiante. Comer é uma maneira de bloquear os sentimentos. Eu estou ansioso, e então, bloqueio isso. Eu vou me empanturrar de camadas de comida, camadas de álcool ou camadas de drogas, ou qualquer que seja o vício – dinheiro, posses, ou sexo. Qualquer que seja a obsessão, isso vai encobrir a ansiedade e a dor. Então, nesse sentido, isso seria similar.

Betty: Podemos falar sobre a ansiedade e a dor? Eu disse antes que se você parar de comer, então, vai realmente entrar em contato com um pouco daquela culpa e depois olhar para isso, e vai se libertar para realmente lidar com isso junto com o Espírito Santo. Mas agora vamos falar nesses termos: estou fazendo isso para aliviar a ansiedade, e não tenho que sentir dor, e não tenho que... Então, o que são os sentimentos?

Kenneth: Uma das coisas que o ego tem feito é tornar tudo muito, muito complicado. Existe apenas um sentimento na mente, que é a culpa – ou nós poderíamos usar a palavra “medo”. Você poderia falar sobre sentimentos de ansiedade, sentimentos de pânico, sentimentos de inadequação, sentimentos de insegurança, etc., etc.; mas todos eles basicamente vêm da mesma coisa. É para isso que não queremos olhar. O que o ego faz é pegar os sentimentos de culpa ou a crença na culpa que está na mente, transferi-los para o corpo, e depois teremos certos sentimentos no corpo, quer seja no corpo físico ou no corpo psicológico (a personalidade da pessoa). Então, é disso que temos que cuidar (T-18.VI.2-6; T-18.IX.4-5).
Veja, o ego sempre nos leva cada vez mais longe do lugar onde o problema está. O problema, em última instância, é a culpa na minha mente: eu me sinto não-merecedor do Amor de Deus, porque acredito que me separei Dele. Eu transfiro isso para o meu corpo, e depois me sinto mal, por exemplo, porque fui privado quando era criança. Esse sentimento emocional de ter sido privado como criança não tem nada a ver com os meus pais; em última instância, ele tem a ver com o que eu fiz com Deus. Isso é traduzido diretamente no sentimento corporal de vazio: existe uma falta em mim e eu tenho que enchê-la de comida. Então, a comida se torna o significado simbólico do amor, o que obviamente acontece. Assim, eu me sinto privado de amor, em falta de amor, e aí, tenho que encher meu corpo de amor, que é a comida. Eu não quero lidar com o sentimento de dor de que meus pais não me amaram, então, simplesmente me encho de comida. Mais uma vez, como eu disse no início, a cada vez em que ingiro um bocado de comida, estou crucificando meus pais e dizendo, “Se vocês tivessem me amado e se tivessem sido sustentadores como deveriam, então, eu não teria que me fartar e parecer tão feio e gordo – é tudo sua culpa”. Nesse sentido, o que as pessoas estão falando é verdadeiro: a comida é uma defesa. É uma defesa contra olhar para mim mesmo.
Agora, onde o Curso iria diferir é em dizer contra o que a comida é uma defesa: não é o que aconteceu há quarenta anos, quando meus pais não me deram amor suficiente. Isso é uma defesa contra uma decisão que estou tomando nesse exato instante. Mas que isso é uma defesa é verdade – comer demais é uma defesa, assim como comer de menos é uma defesa. É uma forma de nos manter longe de sentimentos ou pensamentos que estão sob isso. Mais uma vez, o Curso redefine o que esses pensamentos são.

Betty: Você acabou de equacionar culpa a medo. Poderia apenas falar sobre isso um minuto?

Kenneth: Basicamente, como você sabe, eu falo sobre o pecado, culpa e medo. Nós nos sentimos pecadores porque nos separamos de Deus. Nós nos sentimos pecadores por causa do que fizemos, e depois ficamos com medo da punição de Deus (veja p.2 acima). Nós falamos sobre eles como se fossem entidades distintas. Essa é uma forma fácil de falar sobre eles, porque nossas mentes estão orientadas a pensarem em termos lineares. Na realidade, é tudo a mesma coisa. É uma constelação do mesmo pensamento. O Curso com freqüência vai de um lado para outro entre o pecado e a culpa, ou a culpa e o medo. E então, foi isso realmente que fizemos. A seção “As duas emoções” fala sobre o medo e o amor: “um tu fizeste, o outro foi dado a ti” (T-13.V.10). Então, Deus nos deu amor e nós o substituímos por medo. Mas você pode com a mesma facilidade usar a palavra “culpa”. E basicamente não é uma emoção, ainda que essa seção fale sobre emoções. O amor certamente não é uma emoção. O Amor de Deus não é uma emoção como a conhecemos. E o medo realmente é um pensamento. Nós o experienciamos como uma emoção porque os pensamentos são traduzidos em experiências corporais para nós pelo ego. Então, eu sinto medo e sei o que é o medo, e nós falamos sobre o medo como uma emoção. Mas, em última instância, ele é um pensamento. Ele é o pensamento de estar separado de Deus e o pensamento de ser punido. Então, eu sinto minha adrenalina aumentar e me sinto muito ansioso, e sinto que tenho que minar o sentimento ou sufocá-lo – escapar dele, etc. Mas é basicamente um único pensamento.

Susan: Em termos do que Betty acabou de dizer, não existe mágica também. Embora não exista nada errado com ela, não existe mágica para chegarmos a esses sentimentos. Em outras palavras, o que Betty está dizendo é que o pensamento prevalente na teoria sobre os vícios é que você está sufocando os sentimentos, e a melhor coisa a se fazer é parar de sufocá-los: lidar com os sentimentos. Mas isso é uma armadilha também. Não existe mágica em lugar algum. Quero dizer, realmente não importa. Poderia funcionar para você; poderia ser útil, mas não é o caminho mais certo para se fazer isso.

Kenneth: Isso mesmo.

Susan: Uma vez que todos esses sentimentos estão representados em tudo o que fazemos de qualquer forma, e é tudo apenas culpa, então, a única coisa que “funciona” é convidar o Espírito Santo a entrar. É isso o que você está dizendo?

Kenneth: Sim, absolutamente certo. Esse é o ponto de partida: reconhecer que todos os nossos problemas vêm da culpa, e que a culpa deriva da crença em sermos separados de Deus. Esse é o problema. O Curso diz de novo e de novo o quanto isso é simples – existe um único problema, e uma única solução. O problema é a separação, e a solução é o Espírito Santo (LE-pI.79,80). O que nós fazemos é pegar essa culpa, que é abstrata, e que é o pensamento profundamente enterrado em nossas mentes, e depois projetá-la no corpo. A forma que a culpa assume – que estamos discutindo especificamente aqui – é a forma de excesso de peso e comer demais. Eu me sinto culpado, e então me sinto gordo e feio. E isso prova para mim o quanto sou sem valor e culpado. Se eu pudesse sempre ter claro que o problema não é o número na balança pela manhã, mas ao invés disso, que eu me sinto separado de Deus, e se eu pudesse continuar mantendo isso em mente, então, a solução não seria baixar o número na balança, mas convidar o Espírito Santo para olhar para o problema comigo. Esse é sempre o ponto de partida. Por exemplo, eu posso convidá-Lo para tomar um sundae de calda quente comigo, e depois me sentir bem sobre isso e bem comigo mesmo também. Eu iria me sentir bem a meu respeito por causa da Presença Amorosa que chamei à minha consciência. É isso o que eu quero. Então, o Espírito Santo me ajuda a olhar para minha obsessão com a comida e para minha fome voraz, e me diz que isso não é um grande problema: “Sua fome real é por Mim, e estou bem aqui com você. Eu sou o que você quer, não o sundae com calda. Mas, até você poder Me aceitar e aceitar o Meu Amor, vou me unir a você ao comer o sundae”.
Helen costumava levar Jesus com ela quando ia fazer compras. Ela era obcecada com compras. Ela também era obcecada com comida, mas resolveu o problema sendo muito restrita consigo mesma. Helen sempre sentiu que Jesus ia com ela e lhe dizia onde fazer compras. Era reconfortante para ela sentir que ele não a estava condenando nem julgando. E ele nem uma vez disse a ela para não fazer compras, até muitos, muitos anos depois
[5].
Uma tarde, eu me lembro de ter saído do Centro Médico para ir fazer compras. Nós costumávamos ir pela Quinta Avenida até a Lord & Taylor e a Altmans, e então íamos a todas as lojas de sapatos da Avenida 34. Esse era o nosso ritual. Naquele dia, Helen disse, “Ele me disse” (ela nem sempre dizia “Jesus”), “que eu não deveria mais fazer isso – que não era mais uma coisa boa para mim”
[6]. Agora, isso aconteceu depois de muitos e muitos anos. Desse ponto em diante, nunca mais fomos fazer compras – certamente não aquele tipo voraz e obsessivo de compras. Mas levou muito, muito tempo. E sua experiência, que era realmente importante para ela, era a de que Jesus não a condenava porque ela estava usando suas roupas e suas compras para evitá-lo. Era óbvio que era isso o que ela estava fazendo. Iríamos passar várias horas no sábado indo a todas essas lojas sem nunca encontrar qualquer coisa, apenas para – no final do dia – passarmos meia hora rezando junto com Jesus. Era quase como se ela tivesse que fazer todas essas coisas primeiro, para que depois pudesse passar vinte minutos ou meia hora com ele. O dia todo estava destinado, em certo sentido, como uma distração em relação a ele, e ao mesmo tempo, era sua forma de fazer transigências e dizer, “Bem, vou lhe dar um pouco de tempo depois, mas você vai ter que me dar várias horas”.

Susan: Estamos fazendo a mesma coisa em relação à comida.

Kenneth: Exatamente.

Susan: Vamos a todos os restaurantes, comeremos todas as comidas, teremos todas as refeições e talvez depois...

Kenneth: Então, nós dizemos a Jesus, “Se eu tiver ganhado qualquer peso, então, ao inferno com você; não vou deixá-lo de forma alguma”. A idéia é levá-lo com você, quer “ele” seja Jesus ou o Espírito Santo ou Deus – qualquer termo que você vá usar. Isso a capacita a não se sentir tão culpada. E esse é o propósito. A idéia é sempre manter em mente qual é o propósito – e ele não é você ser magra. O propósito é você se sentir bem sobre si mesma. Mas se sentir-se bem sobre si mesma estiver ligado ao tamanho da sua cintura, então, você estará acabada. Por outro lado, se sentir-se bem sobre si mesma estiver ligado à Presença do Espírito Santo em sua mente, então, o fim será feliz. Essa Presença é constante, e nunca muda. Essa é a idéia. Esse é o valor de abrir espaço para Jesus estar com você, quer seja comendo “boa” comida ou comida “ruim”. Isso é realmente o que você tem que aprender: que ele vai estar com você quando você comer saladas, e vai estar com você quando você comer sundaes com calda quente. Essa é a maneira de ensiná-la que isso não faz qualquer diferença: “Meu amor por você não depende de você ser boa ou má”.

Susan: É como uma das primeiras lições do livro de exercícios que diz para olharmos ao redor do quarto, mas não excluirmos coisa alguma (LE-pI.1,3; LE-pI.2.2). Você está dizendo a mesma coisa.

Kenneth: Exatamente a mesma coisa.

Susan: Simplesmente soa muito simples. Não fácil, mas agora, a cada passo do caminho, não importando qual ele seja, não importando o que você está fazendo, não importando qual julgamento você fez sobre isso, convide o Espírito Santo a entrar; ponto final. Fim da história.

Kenneth: É isso o que você faz. Então, olhe com Ele, dê um passo atrás e O observe enquanto você se farta, ou enquanto come uma salada com apenas 150 calorias. Dê um passo atrás e observe com Ele enquanto faz isso. É isso que vai ajudá-la a começar a colocar uma distância entre você mesma e a comida, e mudar o propósito da comida. A comida então se torna santa, em vez de um símbolo da sua não-santidade, da sua culpa, da sua pecaminosidade, do seu fracasso. Ela se torna um símbolo lhe dizendo que esse é o caminho através do qual Jesus ou o Espírito Santo vai lhe ensinar que Ele a ama (LE-pII.5.4; T-8.VII.3).

Susan: Mesmo quando você está se fartando.

Kenneth: Mesmo quando você está se fartando. Não faz qualquer diferença.

Susan: Porque você está fazendo isso com o Espírito Santo.

Betty: O Espírito Santo usa tudo. Com o Espírito Santo, tudo pode se tornar uma lição de perdão.

Kenneth: Certo. Esse propósito de perdão então se torna a importância de tudo no mundo. Na realidade, você deveria pensar sobre isso muito literalmente em termos de comida. Existe outra linha no Curso que diz que o Espírito Santo nunca tira seus relacionamentos especiais de você; Ele os transforma (T-17.IV.2; T-18.II.6). Ele nunca vai tirar os sundaes com calda de você – Ele vai transformar seu significado. E, quando o significado muda, com o tempo, a fome por ele vai mudar. A fome pelo sundae com calda é para punir a você mesma, e manter Deus longe, e para manter seu verdadeiro Ser longe de você – esse é o “verdadeiro” significado disso. Essa é a fome por tudo isso. Quando você leva Deus com você, então, a coisa toda muda e é aí que a ânsia se vai. Mas você não pode sabotar isso por depois pular sobre a balança.

Susan: Mas se você subir na balança, convide o Espírito Santo mais uma vez. E, também, quando você ficar transtornado pelos números terem subido, convide o Espírito Santo mais uma vez, e não importando aonde seu ego vá, você o segue de perto com o Espírito Santo bem ao seu lado. Então, simplesmente continua fazendo isso.

Kenneth: Essa é a resposta.

Susan: E então, a única fé pedida aqui, é a fé que se você fizer isso com o Espírito Santo ou com o Amor de Deus, ou a memória de Deus, ou seja o que for, eventualmente, vai se sentir melhor.

Kenneth: Isso mesmo. E então, você pára: eu vou me sentir melhor; não vou ser magro – vou me sentir melhor.

Susan: Então, seu foco tem que estar em se sentir melhor, não em nada mais.

Kenneth: Sim, esse é o objetivo. Como já dissemos, você estabelece o objetivo primeiro. Existe uma seção no texto chamada “Estabelecer a meta”, que explica isso otimamente (T-17.VI). Se o objetivo é ser magro, então, é isso o que consegue, mas não vai encontrar a paz. Se o meu objetivo é ser sem culpa, me sentir bem sobre mim mesmo e sentir o Amor de Deus dentro de mim, então, vou ver o ato de comer o sundae com calda quente como o meio de alcançar esse fim. Se eu vir o objetivo como o de perder peso, então, vou ver que o objetivo de não comer o sundae é perder peso, e provavelmente vou falhar, porque isso foi estabelecido para falhar. Mas, se eu vir o ato de comer o sundae como o meio de alcançar a meta de ser sem culpa, e comer o sundae com Jesus ao meu lado, vou me sentir sem culpa, e então, venci, e Jesus venceu também. Veja, a sua maneira é que alguém vai vencer e alguém vai perder. Você vai estar certa, e vai provar que ele está errado. Se a meta, no entanto, é que ambos estão certos, e que ambos estão certos porque eu quero ser sem culpa, e esse é o propósito de eu comer – quer seja um sundae ou uma cenoura – então, vou comer, me sentir sem culpa, e dizer, “Realmente funciona”.

Susan: Então esse também seria o propósito da minha gordura. O propósito da minha gordura, porque eu segui você, passei por todos os passos, e estou comendo os sundaes e comendo qualquer tipo de comida, e sou gorda – o propósito da gordura vai provar que eu sou sem culpa: usar a gordura como a lição transformadora de que Deus me ama.

Kenneth: Certo. E a gordura então se torna sua amiga. Existe uma linha maravilhosa no manual para professores que diz, “Não te desesperes, então, por causa das limitações [ele está se referindo às limitações do corpo]. É tua função escapar delas, mas não ser sem elas” (MP-26.4:1-2). Nós podemos traduzir agora em termos de gordura: “Não se desespere, então, por causa das limitações da sua gordura. É sua função escapar dela, mas não ser sem a gordura”. Em outras palavras, é sua função escapar da culpa e da raiva, da falta de esperança, do desespero, inadequação e auto-ódio que você associou com a gordura; mas sua função não é ser sem ela. Isso não significa que você não vai estar sem ela algum dia, mas que essa não é a função. A função é escapar da culpa ou da interpretação que você colocou sobre a gordura. Se for isso que é a lição, então, você será grata à gordura, porque aprendeu uma lição que teria levados milhares e milhares de anos para aprender dentro da ilusão do tempo – que é a lição de que você é sem culpa.

Susan: E então, a intensidade do meu ódio em relação à gordura será a intensidade da minha cura, a profundidade da minha cura, uma vez que eu realmente aprenda essa lição – eu agora seja criada nesse nível. É isso o que você está dizendo?

Kenneth: É isso que estou dizendo.

Susan: Eu nunca pensei que seria feliz por ser gorda. Uau!

Betty: Espere, isso ainda não aconteceu.

Kenneth: Deixem-me ler algo como uma forma de encerrar. É do livro de exercícios, a seção que responde à pergunta, “O que é o corpo?”. Vou ler só uma parte disso. Podemos traduzi-la em termos do que fizemos com o tópico do sobrepeso: nós fizemos o corpo para atacar e manter Deus distante, e nós fizemos a gordura como uma forma de provar que tivemos sucesso. Nosso corpo, então, se tornou um símbolo terrível do nosso pecado contra Deus. O corpo não desaparece e nem o sobrepeso desaparece; mas a função muda, e, por mudar essa função, ou o propósito do corpo, ele então se torna santo. Basicamente, o que fizemos com o corpo é que o usamos para nos identificarmos com nossa culpa e medo, como uma defesa contra o que realmente queremos nos identificar, que é o Amor de Deus ou o Amor de Cristo que nós somos. Aquilo com o que nos identificarmos é o que vai provar a nós quem nós somos. A seção termina com a idéia de que deveríamos nos identificar com o amor e não com o corpo. E então, é possível usar o corpo como o meio de nos lembrarmos de que somos realmente amor, e trazer o Espírito Santo ou Jesus conosco é o que faz isso. Mais uma vez, é tudo uma questão do que o corpo é para nós. Então, vamos encerrar com minha leitura de partes dessa seção do livro de exercícios:

O corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes do seu Ser de outras partes. É dentro dessa cerca que ele pensa viver, para morrer quando ela decair e desmoronar. Pois no interior dessa cerca, ele pensa estar a salvo do amor. Identificando-se com a própria segurança, ele considera ser aquilo que é a sua segurança. De que outro modo poderia ele ter certeza de permanecer dentro do corpo, mantendo o amor do lado de fora?...
O corpo é um sonho. Como outros sonhos, ele às vezes parece retratar a felicidade, mas pode retroceder subitamente para o medo, onde nascem todos os sonhos. Pois só o amor cria em verdade e a verdade nunca tem medo. Feito para ter medo, o corpo tem que servir ao propósito que lhe é dado. Mas podemos mudar o propósito ao qual o corpo obedecerá mudando o nosso pensamento quanto ao quê ele serve.
O corpo é o meio pelo qual o Filho de Deus retorna à sanidade. Apesar de ter sido feito para cercá-lo irremediavelmente no inferno, a perseguição do inferno foi trocada pela meta do Céu. O Filho de Deus estende a mão para alcançar o seu irmão e para ajudá-lo a caminhar pela estrada junto com ele. Agora o corpo é santo. Agora, ele serve para curar a mente que ele tinha sido feito para matar.
Tu te identificarás com aquilo que pensas ser a tua segurança. O que quer que seja, acreditarás que és um com ela. A tua segurança está na verdade e não em mentiras. A tua segurança é o amor. O medo não existe. Identifica-te com o amor e estás seguro. Identifica-te com o amor e estás em casa. Identifica-te com o amor e achas o teu Ser. (LE-pII.5.1,3-5).







[1] Ausência de Felicidade: A história de Helen Schucman e Sua Transcrição do Um Curso em Milagres, 2ª.ed., p. 76-77.
[2] O final do manual para professores (MP-29.3:3) enfatiza como buscar a orientação do Espírito Santo coloca um fim na culpa. Uma vez que escolhemos nos reunir ao Amor de Deus em vez de continuarmos separados dele, somos capazes de finalmente corrigir o equívoco que fizemos no instante original, então, o amor agora toma o lugar do terror.
[3] Lembrem-se novamente da Introdução, e da nossa discussão sobre os princípios metafísicos do Curso.
[4] Estou falando metafisicamente. Na realidade, não existe lei da gravidade, uma vez que não existe universo material. O mundo é simplesmente um pensamento de separação em nossas mentes; um pensamento que está profundamente enterrado em nossas mentes inconscientes, e é compartilhado por quase todas as outras pessoas.
[5] Ausência de Felicidade, 2ª.ed., PP.229-230, 426-27).
[6] Com isso, Jesus quis dizer que Helen agora era capaz de liberar suas defesas contra ele.



Uma Aplicação dos Princípios do Um Curso em Milagres p/Kenneth Wapnick, Ph.D.Traduzido por Eliane
Imagem: internet
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