A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)

"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)
O Perdão é a chave para a Felicidade... Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a Paz de Deus.

Um Curso em Milagres

sexta-feira, 31 de julho de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O CÓDIGO DE MOISÉS:- CONSTRUINDO UM MUNDO HARMONIOSO E PACÍFICO



A importância de uma cultura do diálogo e de uma cultura de paz são temas tratados nos últimos anos pelas Nações Unidas e estão recebendo cada vez mais atenção na sociedade global. O desafio que enfrentamos está em plantarmos firmemente as sementes de compreensão, respeito, benevolência, compaixão, sinceridade, amor incondicional, e promover seu crescimento para que possam florescer e dar frutos no mundo do século XXI. Para conseguir isso, é de importância vital ter um solo rico e fértil, em outras palavras, uma firme e sólida base filosófico – espiritualista que norteie a jornada individual em direção à paz interior. É de suma importância o entendimento de que a paz mundial se inicia dentro de cada um de nós. É preciso desenvolver uma consciência cósmica, pois a humanidade pertence a uma única família, que inclui vários povos e etnias. Não é uma família limitada apenas aos seres humanos, mas envolve também todos os seres vivos de nosso planeta.Somente desenvolvendo uma consciência de que fazemos parte integrante da natureza e do quanto dependemos de tudo e de todos para podermos sobreviver, é que se desenvolve uma profunda admiração pela perfeição e maravilha da criação. Essa admiração nos leva, inevitavelmente, de encontro com a evidência de uma Consciência Criadora que se manifesta através da criação.Faz-se urgente sairmos da ilusão da separatividade, ou seja, do mundinho egóico no qual nos sentimos auto-suficientes ou vítimas, importantes demais ou um zero à esquerda, procuramos levar vantagem em tudo ou não reivindicamos absolutamente nada, nem mesmo o que é de direito, etc... Essa é uma pequena mostra da dualidade à qual a ilusão da separação nos leva. E saibamos que esse caminho não prospera no solo da espiritualidade.De acordo com o budista Daisaku Ikeda, em mensagem enviada a um simpósio intitulado “A Cultura Pluralista e a Harmonia Global”, realizado na China em outubro de 2007, “Um dos pilares centrais da base espiritual é representado, no Confucionismo, pela doutrina do Meio (centralidade) e, no Budismo, pelo ensino do Caminho do Meio... A doutrina do Meio refere-se, naturalmente, a um modo de vida que evita os extremos. Não se trata, no entanto, de uma condição passiva nem neutra, nem de uma simples média dos dois extremos. É um modo de vida livre, dinâmico e sem entraves, firmemente arraigado na realidade. Sua vibrante sabedoria tem o apoio do “caminho do Céu”, ou seja, dos “princípios supremos.” E a sinceridade, a benevolência, a compaixão, a compreensão, a paciência, o amor incondicional referem-se ao comportamento humano que está de acordo com esse caminho. O Caminho do Meio também é uma forma de viver em que correspondemos às constantes mudanças e situações da vida individual e da sociedade humana, com base na “sabedoria da verdade” que age de acordo com as circunstâncias que mudam e, portanto, nos dá condições de criarmos nossos valores de forma livre e contínua. Nossas crenças não podem ser imutáveis. Por sinal, alguém já disse que a única constante que existe no mundo, é a mudança.O budismo, a kabbalah e outras tantas filosofias de vida propõem o “princípio da unicidade” do Universo e do eu. Isso seria o despertar da ilusão de separatividade.No filme “O Código de Moisés”, ainda não lançado oficialmente no Brasil, entendi racionalmente algo que minha alma aceitava, mas que minha mente não compreendia, ou seja, a frase que O Criador teria dito a Moisés no episódio da “sarça ardente”: - “I AM THAT I AM”, ou “EU SOU AQUILO QUE SOU”.Até agora eu, cada vez que lia essa frase, ficava intrigada com a falta de sentido ou com a não compreensão do sentido maior que, talvez, eu pudesse não estar captando. Então, simplesmente eu deixava a mente de lado e sentia com o coração o eco do “EU SOU” ressoando dentro de mim e me fazendo pertencer ao todo. Eis que finalmente minha dúvida foi dissipada quando, no filme, a vírgula é colocada no seu devido lugar. É isso mesmo: o código é a vírgula. Articulando dessa forma, agora sim, tudo passa a ter sentido: - “I AM THAT, I AM” ou “EU SOU AQUILO, EU SOU”.A explicação foi claríssima, pois, se entendo que faço parte do todo e que o todo está em mim, posso olhar para uma pessoa carente, para um doente, enfim, para qualquer pessoa, “santo” ou “pecador”, e dentro de mim afirmar silenciosamente, sem preconceitos, sem julgamentos, sem resistência: eu sou aquilo, eu sou. Da mesma forma, ao olhar para um vegetal, para um animal, para tudo que existe na natureza e for capaz de dizer: “eu sou aquilo, eu sou”, estarei compreendendo verdadeiramente o sentido da frase tão usada nos meios esotéricos nos dias de hoje: “Somos Todos Um”. Se conseguirmos sentir, nos recônditos mais profundos da nossa alma, a veracidade da afirmação que Deus fez a Moisés, com certeza mudaremos radicalmente a postura diante de tantos julgamentos que povoam a maior parte dos nossos pensamentos e sentimentos. É preciso mudar, e a hora é agora. Estamos sendo despertados para não perdermos mais tempo.Referindo-me ainda ao filme, vale a pena lembrar do depoimento de um jovem americano que estava nas redondezas das torres gêmeas no famigerado 11 de setembro. Ele conta, com emoção, os horrores da tragédia humana e de como, após um tempo de “paralisamento”, foi impelido a ir de encontro ao palco onde o drama se desenrolava, enquanto outros tantos fugiam amedrontados tentando se salvar. Ele pediu uma máscara aos bombeiros e se juntou a eles sem pensar em outra coisa senão resgatar rapidamente aqueles que ainda estivessem com vida. Disse que jamais irá se esquecer de uma cena que mexeu muito com ele: um senhor, vestido com terno e gravata, teria engatinhado e se esgueirado para debaixo de um dos carros de bombeiros, com o fim de se esconder do perigo, de se proteger. Eis que desmorona parte de um dos prédios, exatamente em cima daquele “porto seguro”! Depois ele viu aquele senhor completamente desfigurado e, por vários dias, não conseguia dormir sem se lembrar disso. A partir desse episódio, a vida desse jovem sofreu uma transformação radical. Percebeu nitidamente a vulnerabilidade do corpo físico e, dentro dele, desenvolveu uma imensa vontade de servir. Portanto, baseados numa filosofia de respeito à vida, podemos, de fato, contribuir com a fertilização de um solo espiritual no qual se edificará uma harmonia interior e, conseqüentemente, será possível acreditar que, se a transformação de cada indivíduo afeta o todo, então não será utópico pensar na possibilidade de alcançarmos uma cultura de Paz no Planeta Terra, à partir da paz interior alcançada por cada indivíduo. Sabemos, sem ilusões, que o caminho é longo, mas é possível. Resta dizer que o filme “O Código de Moisés” foi exibido em mais de 1.500 lugares do planeta, em diversas sessões simultâneas concentradas nos dias 4, 5 e 6 de abril de 2008. Eu assisti no dia 05 de abril na PAX, em São Paulo, ( www.pax.org.br ) com exclusividade, pois é Carmen Balhestero quem tem os direitos dos filmes do Spiritual Cinema Circle ( Stephen Simons ) e Emissary Productions ( James Twyman ) no Brasil, e é ela quem faz a tradução dos filmes para a língua portuguesa.Sou muito agradecida por poder compartilhar com todos aqueles que estão na senda.
por Vera Bassoi
Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=12308

Assista o filme no youtube: O Código de Moisés
Gratidão à amiga Any



"É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante.O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.
"Khalil Gibran.

quarta-feira, 29 de julho de 2009


"O amor real é vivido quando não existem condições. Ao existir condição, existirá força. Mas aonde existe amor, nada pode ser forçado. Condições existem apenas onde há divisão. Força é usada onde há dualidade, a idéia de 'eu' e 'você'. Você usa a força por perceber o outro como sendo diferente de você. Mas força não pode ser aplicada quando só existe Um. A própria idéia de força desaparece neste estado. Então, você somente é. A Força Universal corre através de você, você se torna uma passagem aberta. Você deixa a Consciência Suprema tomar conta de você. Você remove os apegos criados por você mesmo, deixando que a corrente do Amor todo-penetrante passe pelo seu curso natural."
Amma
Amad@s, não sei se vocês conhecem AMMA, considerada a Mãe da Eterna Felicidade. O site dela é http://www.ammabrasil.org/ , sugiro que vocês acessem o site e todo o conteúdo, conheçam a história dela (http://www.ammabrasil.org/vida/main.htm) mas acessem sobretudo seus ensinamentos em http://www.ammabrasil.org/ensinos/main.htm . "Curiosamente", o que "ela" fala aponta para o mesmo caminho de diversos ensinamentos, tanto do UCEM quanto de outras tradições.

Medo de Perder (Ciúme)



(Transcrição da Fita Desenvolvimento Comportamental - autor ignorado)

O medo de perder é o maior obstáculo para o nosso crescimento. Sobretudo o medo de perder alguém que nós dizemos amar. Essa emoção é a principal responsável pelo nosso sofrimento vital. Pois temos medo de sermos rejeitados pela pessoa que dizemos amar. O medo de perder aparece sob várias formas.
Medo de sermos criticados, rejeitados, de não sermos importantes, ilustres, amados e medo da solidão. Isso tudo se resume numa só palavra: Ciúme.
Ciúme é o medo de não possuir alguém, de não ser dono de alguém. Na relação ciumenta colocamos nós e o outro como objeto, como se objeto e pessoa fossem a mesma coisa. No ciúme temos medo de algum dia sermos rejeitados, dispensáveis à outra pessoa. Esta emoção é sofrimento de apego, torna a relação confusa, sofrida. Isto já vem de nossa cultura quando dizem que o ciúme é a maior prova de amor. O que é justamente o oposto do amor. Na relação amorosa existe identidade: eu sou independente de você. Perde-se a identidade quando se diz: eu sem você não valho nada, pra mim você é tudo. O amor é solto, livre, vem do verdadeiro querer. Sem prisão de sentimentos, bem o contrário do ciúme, que amarra, prende, condiciona. A pessoa já não é ela mesma, mas ela é o que o outro quer que ela seja. Pra que também ela seja o que o outro quer. É um pacto de destruição mútua. Quando um usa o outro na garantia de não ficar sozinho, de não ser abandonada, passamos a vida inteira com medo de sermos hoje totalmente dispensáveis.
O homem é por definição dispensável, transitório e efêmero, aquilo que passa, isto é bastante real em todas as relações. Hoje somos substituíveis, o mundo sempre existiu sem nós, está existindo conosco e continuará a existir sem nós. Somos necessários aqui e agora. Mas seremos dispensáveis além. O medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade falsa irreal de sermos permanentes, eternos e imutáveis, isso nos leva a crer que as coisas só têm valor, só valem a pena se forem eternas, só se tivermos garantia que sempre será assim como é. Mas como tudo é transitório e mutável pode se transformar. O medo de perder nos leva a um estado contínuo de sofrimento.
As conseqüências do ciúme são bem claras: se eu tenho medo de não ser amado, de ser abandonado, de ser dispensável a alguém, em vez de eu fazer tudo cada vez melhor, vou gastar toda minha energia, minha vida, para provar que já sou melhor, que já sou o primeiro, o que é mentira e nos conduz ao delírio. A falsidade de nossos atos, nossas iniciativas, nossas considerações, é tudo para mostrar que somos bons, fortes, perfeitos, capazes. Gastamos nossas energias para defender o que já possuímos e para conservar o que já ganhamos. O mais valioso para nós é a nossa vida, e esta nós já vamos perder, o resto é secundário. O medo de perder é justificativo, reativo, a pessoa fica sempre com o pé atrás e o outro no frente, sempre se prevenindo para não perder. A pessoa com vontade de ganhar é sempre ativa, sem medo de arriscar, sem medo de perder, sem a vivência antecipada do futuro, vive a beleza do momento, sabe que em tudo existe riscos e oportunidades. No medo da perda só vê os riscos. Na vontade de ganhar não significa ganhar de alguém, mas de si mesmo, a dar um passo em frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais, ninguém chega a seu limite máximo. Idade adulta não é o máximo de nossa vida, de nossa potência. Não existe pessoa madura, mas em amadurecimento. Quando paramos de crescer vem o sofrimento.
Até hoje não vimos um relacionamento deteriorar sem a presença marcante do ciúme, querendo ser o controlador dos sentimentos e ações da pessoa que se diz amar. Um profundo desamor a si mesmo e ao outro também. E a dor da incerteza é a raiva de não ter a segurança absoluta no relacionamento, a insegurança frente ao futuro. A loucura está aí, passamos a vida inteira tentando conseguir segurança. Segurança não existe. Ser seguro não significa acabar com a insegurança, mas sim aceitá-la como inerente à natureza humana. Nós não curtimos o hoje, que é importante, nem nos relacionamentos com os amigos, nem com os filhos. Não temos tempo, estamos cuidando do seu futuro, da nossa segurança.
O ciúme é a incapacidade de vivermos hoje a gratuidade da vida. Hoje é o primeiro dia do resto de nossa vida. Viver é deixar cada dia segundo seu próprio cuidado. O medo daquilo que pode acontecer tira a alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver. Quando temos medo de perder alguém, é porque imaginamos que as pessoas são nossas. E não podemos perder o que não temos. Ninguém é de ninguém. Cada pessoa é única e exclusivamente dela mesma. Podemos perder tudo, bolsa, carteira, casaco, qualquer coisa, jamais uma pessoa.
Medo de perder é a obsessão do primeiro lugar, é querer ser sempre o primeiro em todos os lugares, em casa, no emprego, com os amigos. O primeiro lugar é amarelante, deteriorante, pois quando alguém chega ao cume da montanha só lhe resta descer. O segundo lugar é verdejante, esperançoso ainda tem aonde ir, para onde crescer. A postura do segundo lugar nos leva ao crescimento contínuo por que você se sente em segundo lugar mesmo que estivesse ocupando socialmente o primeiro lugar, não em relação ao outro mas a você mesmo, ou seja ainda teremos por onde crescer e melhorar.
Você sabe porque o mar é tão grande, tão imenso, tão poderoso? É porque teve a humildade de se colocar apenas a alguns centímetros abaixo de todos os rios do mundo, sabendo receber tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, alguns centímetros acima de todos os rios, não seria o mar, seria uma ilha e toda sua água iria para os outros, e ele estaria isolado. É impossível vivermos satisfatoriamente se não aceitarmos a queda, a perda, a morte. Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. Em outras palavras, se temos medo de cair, andar seria muito doloroso. Se temos medo da morte a vida é muito ruim. Se temos medo da perda, o ganho nos enche de preocupações. Esta é a figura do fracassado, dentro do sucesso. Pessoas quanto mais ganham, quanto mais melhoram na vida mais sofrem. Para a pessoa que tem medo de ficar pobre, quanto mais dinheiro tem, mais preocupada fica. Quanto mais sobe na escala social, mais desgraçada é a sua vida. Em compensação se você aprende a cair, a errar, a perder ninguém o controla mais. Pois o máximo que pode acontecer a você é cair, errar, perder, e isso você já sabe.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade, o ganho, a perda, o acerto, o erro, o triunfo, a queda, a vida e a morte.

Recebi p/ e-mail da Noemi

terça-feira, 28 de julho de 2009

Desapego


Maturidade espiritual é estar pronto para abandonar tudo. Abrir mão é o primeiro passo, mas o abrir mão verdadeiro (real) é o insight (a compreensão) de que não há nada para se abrir mão, uma vez que nada é sua propriedade.

[Nisargadatta Maharaj]

Você concorda ou... Você compreende?



De muitos modos podemos estar diante de um Ensinamento transmitido pelos que alcançaram conhecimento universais e cósmicos. Concordar é bem diferente de compreender. Conforme o Agni Yoga, ciência conhecida dos estudiosos das coisas do espírito, “é preciso distinguir entre os que compreendem e os que concordam”. Os que compreendem o Ensinamento não tardarão a aplicá-lo na vida. Os que concordam balançarão a cabeça e exaltarão o Ensinamento como sabedoria maravilhosa, contudo não aplicarão essa sabedoria na vida”. Os que concordam são muitos, porém, como floresta seca infrutíferos e sem sombra. Aceitam prontamente as vantagens, mas ficam amedrontados ao primeiro obstáculo. Os que compreendem são poucos, mas, como esponjas, absorvem o conhecimento e estão prontos a lavar os males do mundo com o líquido precioso. Quem compreende não deixa de aplicar o Ensinamento, pois, compreendendo o seu ajustamento ao objetivo, aceita-o como solução para a vida. E você? Como recebe o Ensinamento?
Retirado do jornal Sinais de Figueira nº2 /Deluca

A cura dos apegos

Sabemos que o apego é um obstáculo que um dia todos teremos de superar. Ele surge quando não compreendemos o la­do interno da vida e não esta­mos em contato com a essência das coisas. Por falta desse contato, fi­camos habituados à forma externa e nos apegamos a ela.
Em nosso convívio com os demais, é como se considerássemos somente o corpo, o rosto, a personalidade das pessoas, esquecemo-nos de que em sua verdadeira essência elas são al­mas, e de que, como almas, estão presentes em todos os lugares.
Muitos de nós gostaríamos de nos tornar mais desapegados. Mas co­mo fazer is­so? Como encontrar a essência das coi­sas, como não nos prender a aparências? Temos muitos vícios de pensamento e hábitos de linguagem, e chegamos a dizer coisas que, se pensássemos melhor, veríamos que não correspondem à realidade.
Dizemos, por exemplo: “Aquela espécie de pássaros desapareceu”; ou: “Aquele homem morreu” e assim por diante. Na verdade, é um engano dizer que as coisas acabam ou morrem, pois não é isso o que de fato acontece: na verdade, é a essência das coisas que transmigra; sai de uma forma e entra em outra.
Portanto, nada acabou quan­do uma espécie de pássaros já não é vista no plano físico. E nada acabou quando se diz impropriamente que uma pessoa morreu. Dentro das novas espécies de pás­saros permanece a essência das espécies extintas; e dentro das pessoas que estão nascendo hoje encontra-se a essência que habitava corpos de outras épocas.

Nada se perde, tudo evolui. Ter consciência disso é o primeiro passo para nos desapegarmos das formas externas, concretas. Depois, numa segunda etapa, desapegamo-nos de coisas mais sutis, como, por exemplo, as afetivas. A vida pode levar-nos a mudar de atividade externa várias vezes. Nossa intenção de servir e de melhorar, e não a forma externa das atividades, é o fio que as pode interligar, dando-nos impressão de coerência e harmonia e não de percalços e contrastes. Se consideramos as mudanças como se fossem incômodas, as transformações podem parecer-nos drásticas.
Entretanto, não há diferença alguma entre as várias atividades quando as exercermos com o mesmo espírito. O espírito com que se fazem as coisas, isso é o importante — e não tanto o que se faz. Convivem harmoniosamente no universo energias que constroem e energias que destroem. As primeiras criam e alimentam formas. As últimas possibilitam que a essência abandone as formas que já não lhe cor­respondem.
Ambas as energias são necessárias para que a vi­da prossiga seu curso. Como o espírito que nos move poderia realizar um trabalho de crescente qualidade, se a certa altura não surgisse outra forma para ele animar? A cura dos apegos soluciona os mais diversos problemas. Podemos en­tão encontrar resposta para muitas perguntas: Como en­con­trar a essência das coisas? Como faço para me desapegar de uma idéia? Como faço para me de­­sapegar de minha atual maneira de ser? Como faço para me soltar do que me prende? Como faço para transcender os meus defeitos? Como faço com essa enfermidade que os médicos não sabem tratar? Como faço pa­ra preencher o vazio que sinto em minha vida?
A resposta para todas essas perguntas é uma só: ir para dentro do próprio coração, para dentro do próprio ser. Lá a consciência da alma, que é universal, desde sempre nos aguarda. É no coração que se curam os apegos, porque ali está a essência de tudo. Ali nada nos falta.


Da Série Sínteses de palestras de Trigueirinho A cura dos apegos Irdin Editora

Partilhado p/ Deluca

segunda-feira, 27 de julho de 2009

"O rio passa ao lado de uma árvore, cumprimenta-a,alimenta-a, dá-lhe água...e vai em frente, dançando. Ele não se prende à árvore. A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda gratidão, e o rio segue em frente. O vento chega, dança ao redor da árvore e segue em frente.E a árvore empresta o seu perfume ao vento...Se a humanidade crescesse,amadurecesse, essa seria a maneira de amar.
"(Osho)



Ensinarás a voar…Mas não voarão o teu voo.

Ensinarás a sonhar…Mas não sonharão o teu sonho.

Ensinarás a viver…Mas não viverão a tua vida.

Ensinarás a cantar…Mas não cantarão a tua canção.

Ensinarás a pensar…Mas não pensarão como tu.

Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem…

Estará a semente do caminho ensinado e aprendido!

(Madre Teresa de Calcutá)

A BENÇÃO DO AMOR




“Em verdade perante Deus,por mais amplo o surto de evolução que nos caracteriza a existência,não haverá progresso real sem a benção do amor”.
(Emmanuel)

"Cada vez que você resiste e se defende de uma emoção, a dor prolonga-se. Você deve permitir-se sentir o que quer que seja: raiva, ciúmes, depressão, tristeza ou ódio. Permitir-se sentir é demonstrar honestidade em relação ao sentimento e aceitá-lo. Em última análise, você aceita o sentimento não porque ele seja verdadeiro, mas porque o Amor é verdadeiro. Em outras palavras, a dor está sempre de passagem. É algo transitório e que acaba. Mas seu Eu incondicionado permanece intacto e para sempre repleto de amor, integridade e ausência de dor. portanto, aceitar-se é uma preparação para o Amor. O estado de defesa não cura, mas o amor sim. Condenação não cura, a gentileza sim. A resistência não cura; a aceitação sim".
Robert Holden - "Felicidade Já"
Uma ótima semana, com muita aceitação, paz e alegria!
Recado enviado por minha amiga "anja" Eliane

A busca espiritual - Trigueirinho

Muitos perguntam como começar a busca espiritual, mas na verdade essa procura não tem um começo definido: a certa altura da vida tomamos consciência de que ela existia. Esse despertar para a busca está inserido na evolução do ser, que é contínua. No princípio pensa-se que a vi­da é uma coisa e a busca espiritual outra. Mas não é assim: tudo o que acontece em nossa vida nos leva gradualmente à união com a totalidade. As orientações que encontramos nos livros sobre a busca espiritual estimulam nosso caminhar. Mui­tas delas elevam-nos a mentalidade, despertam-nos a aspiração e ajudam-nos a agir de forma coerente com o que vai em nosso íntimo. Entretanto, como cada um de nós é uma criatura singular, a busca é feita de maneira individual e única. Ela se constitui de todos os fatos da vida, das energias que a pessoa manifesta, das circunstâncias em que se acha. O que ocorre é, portanto, diferente do que ocorreu com os autores dos livros sobre o assunto: é sempre algo imprevisível e inédito. As informações servem como referência ou como esclarecimento, mas não de­veríamos esperar passar pelas etapas da busca espiritual da mesma forma como foram descritas. Consideremo-nos uma obra de Deus, original, e vivamos nossa apren­dizagem sentindo-nos muito espe­ciais para Ele, amando-o imensamente por nos ter criado.Nossa atitude básica deve ser a de não criarmos obstáculos, a de nos manter como observadores lúcidos e dispostos a captar os mais discretos sinais. A partir daí, recolhemos os ensinamentos que todas as coisas nos transmitem e valemo-nos deles com adaptabilidade, inteligência e, principalmente, amor e gratidão. Quando a fé está presente, continuamos a usar o livre-arbítrio, mas para optar por seguir a vontade superior e não a vontade pessoal. Posteriormente, mais amadurecidos nesse caminho, podemos escolher entregar o próprio livre-arbítrio ao eu interior.E mesmo quando temos de exercer o discernimento, podemos fazê-lo sem jamais esquecer que somos guiados e que tudo acabará como o eu interior realmente prevê. Nossas escolhas se tornam, portanto, uma procura de fazê-las coincidir com a vontade maior, do profundo do ser. A entrega ao eu superior não quer dizer ausência de razão.A razão continua existindo, e não temos de aboli-la. O exercício é usá-la sempre que necessário, da melhor forma, porém a serviço de algo maior. É ofertá-la continuamente à sabedoria que está além, para que as energias superiores a alimentem e transfigurem.Ao ficarmos inteiramente receptivos às energias superiores, usamos os atributos que temos sem nenhuma culpa ou reserva, sabendo que jamais estamos sós. As energias que agem por nosso intermédio acabam por nos ampliar a consciência, e vemos então que não existe uma vida e nós, separados dela. Nossa própria vida fica à disposição da grande Vida que a inclui, e nada mais resta de fora.

Da Série Sínteses de palestras de Trigueirinho A busca espiritual

Enviado p/ Deluca

TEMPO CERTO Paulo Coelho



De uma coisa podemos ter certeza: de nada adianta querer apressar as coisas; tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto. Mas a natureza humana não é muito paciente. Temos pressa em tudo e aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca, por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo. Mas alguém poderia dizer: Qual é esse tempo certo?
Bom, basta observar os sinais. Quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano enviarão sinais indicando o caminho certo. Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação qualquer. Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa.
Basta você acreditar que nada acontece por acaso. Talvez seja por isso que você esteja agora lendo estas linhas. Tente observar melhor o que está a sua volta. Com certeza alguns desses sinais já estão por perto e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre conspira a seu favor quando você possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.

Enviado por Deluca p/ orkut

domingo, 26 de julho de 2009


Toda decisão que você toma - toda decisão - não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre Quem Você É. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um modo novo. Todos eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui. (Neale Donald Walsch)

Amor


O Amor é a força mais curativa do mundo.Nada penetra mais profundo do que o Amor ele cura não apenas o corpo, nem apenas a mente mas também a alma. Então, tornamo-nos um ser total, completo e ser total é ser sagrado. A saúde física é um fenômeno superficial pode acontecer através da medicina, pode acontecer através da ciência. Mas o centro mais profundo do ser pode ser curado somente através do Amor. Aqueles que conhecem o segredo do Amor conhecem o maior segredo da vida. E então, não há miséria para eles, nem velhice, nem morte."
(OSHO
)

LUZ




O trabalho interior deve ser feito em silêncio e profundidade,com uma aura de humildade - respeitando todos aqueles que vierem bater na porta de nossa vidas.Se seguimos o propósito de preencher com dignidade e graça constantes, outros tomarão emprestado a Luz que geramos para iluminar seus próprios caminhos. Assim nos tornamos como um viajante na noite que com seu farol ilumina o difícil trajeto de muitos.(Brahma Kumaris)

sábado, 25 de julho de 2009


Relacionamentos Especiais e especialismo

obs.
O Curso a que o autor se refere no texto é o Livro: Um Curso em Milagres
O que eu tenho descrito até agora sobre a raiva é realmente uma forma que a projeção pode tomar. É a mais óbvia forma de ataque às quais o Curso se refere como relacionamentos especiais. O conceito mais difícil de ser compreendido no Curso e ainda mais difícil de ser colocado em prática e, de fato vivido é a idéia do "especialismo" (que significa a idéia,condição ou estado de ser especial ou de ver outros como especiais) e a transformação dos nossos relacionamentos especiais em relacionamentos santos. Relacionamentos especiais vêm em duas formas. A primeira é o relacionamento especial de ódio - do qual nós temos falado - onde encontramos alguém e fazemos dele o objeto do nosso ódio de modo a que possamos escapar do verdadeiro objeto do nosso ódio, que somos nós mesmos. A segunda forma é o que o Curso chama de relacionamentos especiais de amor. Esses são os mais poderosos e os mais insidiosos porque são os mais sutis. E, ainda uma vez,não há nenhum conceito mais difícil no Curso para compreendermos e aplicarmos a nós mesmos do que esse. Relacionamentos especiais não são mencionados no livro de exercícios ou no manual de forma alguma e não aparecem no texto até o capítulo 15 e, a partir daí, por quase nove capítulos, isso é quase tudo o que se lê. A razão pela qual o amor especial é tão difícil de ser reconhecido e é tão difícil de combater é que ele aparenta ser algo que não é. É difícil esconder de você mesmo o fato de estar com raiva de outra pessoa. Você só pode conseguir isso por pouco tempo. O amor especial é algo totalmente diferente. Ele sempre parecerá ser o que não é. De fato é o mais tentador e o mais enganador fenômeno deste mundo. Basicamente segue os mesmos princípios que o ódio especial, mas faz isso de forma diferente. O princípio básico é que tentamos nos livrar da nossa culpa vendo-a em uma outra pessoa. Portanto, é apenas um fino véu disfarçado que encobre o ódio. O ódio, mais uma vez, é apenas uma tentativa de odiar outra pessoa de modo a não termos que odiar a nós mesmos. O que eu gostaria de fazer agora é mostrar a vocês basicamente como isso funciona de três formas diferentes - como, com a finalidade de nos salvar da culpa através do ‘amor’, o ego está realmente reforçando a sua culpa através do ódio.Vamos em primeiro lugar descrever o que é o amor especial e depois falaremos sobre como ele funciona. Se vocês se lembram, bem no início quando eu estava falando sobre culpa e listando palavras que designam culpa, uma das expressões que usei foi acreditarmos que haja alguma coisa faltando em nós, que exista uma certa carência. O Curso se refere a isso como o“princípio da escassez” e, com efeito, essa é a base de toda a dinâmica do amor especial. O que o princípio de escassez nos diz é que há de fato algo faltando dentro de nós. Há algo que não foi preenchido, não há plenitude. Devido a essa carência, nós temos certas necessidades. E essa é uma parte importante de toda a experiência da culpa. Assim, mais uma vez, nós nos voltamos para o ego e dize-mos: “Ajude-me! Essa sensação de não ser nada, ou esse vazio, ou esse sentimento de que há algo faltando é absolutamente intolerável; você tem que fazer alguma coisa.” O ego diz: “Está bem, aqui está o que você vai fazer”. E, em primeiro lugar, ele nos dá um tapa na cara por dizer: “Você está totalmente certo; você é apenas uma criatura miserável e não há nada que possa ser feito para mudar o fato de que está lhe faltando algo que é de importância vital para você”. E claro que o ego não nos diz que o que está faltando éDeus, porque se nos dissesse isso, escolheríamos Deus e ele deixaria de existir. O ego nos diz que algo inerentemente nos falta e não há nada que se possa fazer para remediar isso. Mas,depois nos diz que há algo que podemos fazer sobre a dor dessa falta. Embora continue sendo verdadeiro que nada vai mudar essa falta inerente em nosso ser, podemos olhar para fora de nós mesmos buscando alguém ou alguma coisa que possa compensar o que está faltando dentro de nós. Basicamente, o amor especial declara que eu tenho certas necessidades que Deus não pode satisfazer porque, repetindo, inconscientemente eu fiz de Deus um inimigo e, portanto, não posso buscar auxílio no Deus verdadeiro dentro do sistema egótico. Mas quando encontro você, uma pessoa especial com certas qualidades ou atributos especiais, eu decido que você vai satisfazer as minhas necessidades especiais. Daí vem a expressão “relacionamentos especiais”. As minhas necessidades especiais serão supridas por certas qualidades especiais em você, e isso faz de você uma pessoa especial. E quando você suprir as minhas necessidades especiais da forma que eu as estabeleci, então eu amarei você. Assim, quando você tiver certas necessidades especiais que eu possa satisfazer para você, você me amará. Do ponto de vista do ego, isso é um casamento feito no Céu. Portanto, o que esse mundo chama de amor é realmente especialismo, uma distorção grosseira do amor tal qual o Espírito Santo o veria. Uma outra palavra que descreve esse mesmo tipo de dinâmica é ‘dependência’. Eu passo a depender de você para satisfazer as minhas necessidades e farei com que você dependa de mim para satisfazer as suas. Enquanto nos dois fizermos isso,tudo estará ótimo. O especialismo é basicamente isso. A sua intenção é compensar a falta que percebemos em nós mesmos usando uma outra pessoa para preencher esse vazio. Fazemos isso da forma mais clara e mais destrutiva com as pessoas. Contudo, podemos também fazer com substâncias, ou com coisas. Uma pessoa, por exemplo, que é alcoólatra está tentando preencher o vazio em si mesma através de um relacionamento especial com a garrafa. Pessoas que comem demais estão fazendo a mesma coisa. Pessoas que tem mania de comprar roupas demais, ganhar um monte de dinheiro, adquirir um monte de coisas, ou ter status no mundo - é tudo a mesma coisa. Na realidade, uma tentativa de compensação por nos sentirmos mal em nós mesmos através de algo externo que fará com que nos sintamos melhor. Há um subtítulo perto do fim do texto que diz “Não busques fora de ti mesmo” (T-29.VII). Quando buscamos fora de nós mesmos, estamos sempre buscando um ídolo, que se define como um substituto para Deus. Realmente, se Deus pode satisfazer essa necessidade. Nesse caso, o especialismo faz o seguinte: ele serve ao propósito do ego parecendo proteger-nos da nossa culpa, mas durante todo o tempo ele a reforça. Faz isso de três formas básicas que vou explicar sumariamente agora. A primeira é a seguinte: se eu tenho essa necessidade especial e você vem e a satisfaz para mim, o que eu fiz realmente foi fazer de você um símbolo da minha culpa. (Estou falando nesse momento só a partir do ponto de vista do ego; não nos vamos ocupar do Espírito Santo agora.) O que fiz foi associar você com a minha culpa, porque o único propósito que eu dei ao meu relacionamento e ao meu amor por você é que ele sirva para satisfazer as minhas necessidades. Portanto, enquanto num nível consciente eu fiz de você um símbolo de amor,num nível inconsciente o que eu fiz realmente foi transformar você num símbolo da minha culpa. Se eu não tivesse essa culpa, eu não teria essa necessidade de você. O próprio fato de eu ter essa necessidade de você me lembra, inconscientemente, que eu sou na realidade culpado. Assim, essa é a primeira forma na qual o amor especial reforça exatamente a culpa da qual o seu amor está tentando defendê-lo. Quanto mais importante você passa a ser na minha vida,mais você me lembrará de que o propósito real ao qual você está servindo é me proteger da minha culpa, o que reforça o fato de que eu sou culpado. Uma imagem desse processo que pode ajudar é imaginar a nossa mente como um pote devidro no qual esteja toda a nossa culpa. O que queremos mais do que tudo nesse mundo e manter essa culpa dentro do pote; nós não queremos saber dela. Quando buscamos um parceiro especial, estamos buscando alguém que seja a tampa desse pote. Nós queremos que essa tampa feche o pote hermeticamente. Enquanto ele estiver bem fechado, a minha culpa não pode emergir para a consciência e, portanto, eu não saberei dela, ela fica dentro do meu inconsciente. O próprio fato de eu precisar de você para ser a tampa do meu pote me lembra que há uma coisa terrível no pote que eu não quero deixar escapar. Mais uma vez, o próprio fato de eu precisar de você está me lembrando, inconscientemente, que eu tenho toda essa culpa. A segunda forma através da qual o amor especial reforça a culpa é a “síndrome da mãe judia”. O que acontece quando essa pessoa que veio para satisfazer todas as minhas necessidades começa a mudar e não satisfaz mais essas necessidades da mesma maneira? Seres humanos infelizmente tem essas qualidades: mudar e crescer; eles não são sempre os mesmos, assim como gostaríamos que fossem. O que isso significa, então, quando a pessoa começa a mudar (talvez não precisando mais de mim como precisava no início) é que a tampa do pote começa a soltar-se. As minhas necessidades especiais não mais serão satisfeitas da forma que eu queria. À medida que essa tampa começa a se abrir, a minha culpa de repente me ameaça vindo para a superfície e escapando. A culpa escapando do pote significa que eu passo a estar consciente de que realmente acredito que sou terrível. E farei qualquer coisa nesse mundo para evitar essa experiência.Num certo ponto no Êxodo, Deus diz a Moisés: “Ninguém pode contemplar a minha face e viver”. Nós podemos declarar a mesma coisa sobre a culpa: ninguém pode olhar a face da culpa e viver. A experiência de confrontar o que realmente acreditamos sobre nós mesmos,como somos terríveis, e tão avassaladora que fazemos qualquer coisa no mundo contanto que não tenhamos que lidar com ela. Assim, quando essa tampa começa a afrouxar e a minha culpa começa a borbulhar subindo para a superfície, eu entro em pânico porque de repente sou confrontado por todos esses sentimentos devastadores que tenho sobre mim mesmo. A minha meta é então muito simples: conseguir fechar hermeticamente de novo essa tampa tão rápido quanto possível. Isso significa que eu quero que você volte a ser o que era antes. Não existe nenhuma forma mais poderosa para conseguir que alguém faça o que você quer do que fazer com que essa pessoa se sinta culpada. Se você quer que qualquer coisa seja feita por uma outra pessoa, você fará com que ela se sinta bem culpada e ela fará o que você quer. Ninguém gostade se sentir culpado. A manipulação através da culpa é a marca registrada da mãe judia. Os que não são judeus também conhecem isso. Você poderia ser italiano, irlandês, polonês. Tanto faz, porque a síndrome é universal. O que eu vou fazer é tentar tornar você culpado e direi qualquer coisa assim: “O que aconteceu com você? Você costumava ser uma pessoa tão decente, boa, amorosa, preocupada com os outros, sensível, gentil, compreensiva. Agora, olhe para você! Como você mudou! Agora você não dá a mínima. Você é egoísta, só pensa em si mesmo, insensível,” e assim por diante. O que eu estou realmente tentando fazer é tornar você tão culpado que você acabe voltando a ser como era antes. Todo mundo sabe disso, certo? Agora, se você está jogando o mesmo jogo de culpa que eu, você fará o que eu quero, a tampa volta a se fechar, e eu amarei você como amava antes. Se você não faz, e não joga mais esse jogo, eu vou ficar com muita raiva de você e o meu amor vai rapidamente virar ódio (que é o que era o tempo todo). Você sempre odeia a pessoa da qual depende pelas razões que eu dei no primeiro exemplo, porque a pessoa da qual você depende está sempre lembrando a você a sua culpa, que você odeia. E portanto, por associação, você também odeia a pessoa que pretende amar. Esse segundo exemplo mostra que isso é o que realmente é. Quando você não mais satisfizer as minhas necessidades assim como eu quero que sejam satisfeitas, começarei a odiar você. E eu te odiarei porque não consigo lidar com a minha culpa. É o que se chama o fim da lua-de-mel. Nos dias de hoje, isso parece acontecer cada vez mais depressa. Quando as necessidades especiais não são mais satisfeitas da forma que costumavam ser, o amor vira ódio. O que acontece quando a outra pessoa diz que não vai mais ser a tampa do seu pote é bastante óbvio. Nesse caso, eu acho outra pessoa. Assim como uma das lições no livro de exercícios declara:“Pode-se achar outra” (L-pI.170.8:7), e com bastante facilidade. Assim, você apenas passa a mesma dinâmica de uma pessoa para outra. Você pode fazer isso muitas vezes, repetindo sempre, até que faça alguma coisa com o seu problema real, que é a sua própria culpa. Quando você realmente deixar que essa culpa se vá, estará pronto para entrar em um relacionamento diferente. Isso será amor tal como o Espírito Santo o vê. Mas até que faça isso,e a sua única meta é manter a sua própria culpa escondida, você apenas procura uma outra tampa para o pote. E o mundo sempre coopera muito bem para acharmos pessoas que satisfaçam essa necessidade para nós. E entramos em toda uma série de relacionamentos especiais um depois do outro, um processo que o Curso descreve com detalhes bastante dolorosos. A terceira forma na qual o especialismo é um disfarce para o ódio, e para a culpa ao invés do amor, se mantém tanto para os relacionamentos especiais de ódio quanto para os de amor.Sempre que usamos as pessoas como um veículo para satisfazer as nossas necessidades, não estamos realmente vendo quem elas são; não estamos vendo o Cristo nelas. Ao invés disso, só estamos interessados em manipulá-las de forma a que a venham a satisfazer as nossas próprias necessidades. Não estamos realmente vendo-as como a luz que brilha nelas; estamos vendo-as na forma particular de escuridão que corresponderá a nossa forma particular de escuridão. E sempre que usarmos ou manipulamos qualquer um para preencher as nossas necessidades, estamos realmente atacando-o porque estamos atacando a sua verdadeira identidade como Filho de Deus ou Cristo, vendo-o como um ego, o que reforça o ego em nós mesmos. O ataque é sempre ódio, assim não podemos deixar de sentir culpa per ter agido assim.Essas três formas nos mostram exatamente como o ego vai reforçar a culpa, mesmo se nos diz que está fazendo outra coisa. É por isso que o Curso descreve o relacionamento especial como o lar da culpa. Mais uma vez, o que faz o amor especial ser tal devastação e uma defesa tão eficaz do ponto de vista do ego e que ele parece ser o que não é. Quando o amor especial acontece pela primeira vez parece ser uma coisa tão maravilhosa, santa, e amorosa. Todavia, como pode mudar rapidamente, se não formos capazes de ir além do que parece existir para confrontarmos com o problema básico que é a nossa culpa. Ha um subtítulo importante no texto que se chama “Os dois retratos” (T-17.IV). Descreve a diferença entre o retrato do ego e o retrato do Espírito Santo. O retrato do ego é o amor especial e retrata a culpa, o sofrimento e, em última instância, a morte. Esse não é o retrato que o ego quer que vejamos, porque, repetindo, se realmente soubéssemos o que ele pretende, não prestaríamos nenhuma atenção a ele. Assim o ego coloca o seu retrato numa moldura muito bonita e cheia de enfeites que cintila com diamantes e rubis e todos os tipos de gemas sofisticadas. Nós somos seduzidos pela moldura, ou pelos bons sentimentos aparentes que o especialismo vai nos dar e não reconhecemos a dádiva real da culpa e da morte. Só quando nos aproximamos da moldura e realmente olhamos para ela podemos ver que os diamantes são realmente lágrimas e os rubis gotas de sangue. O ego, de fato, é apenas isso. Essa é uma parte muito poderosa do texto. Por outro lado, o retrato do Espírito Santo é muito diferente. A moldura do Espírito Santo tem muita folga e ela dá espaço para que possamos ver a dádiva real que é o Amor de Deus. Há uma outra qualidade que é muito importante e sempre uma indicação indubitável para percebermos se estamos envolvidos em um relacionamento especial ou em um relacionamento santo. Sempre podemos notar isso pela nossa atitude para com as outras pessoas. Se estamos envolvidos em um relacionamento especial, esse relacionamento será exclusivo. Não haverá espaço nele para ninguém mais. A razão para isso é óbvia, uma vez que tenhamos reconhecido como o ego está realmente funcionando. Se eu fiz de você o meu salvador, e se você está me salvando da minha culpa, então isso significa que o seu amor por mim e a atenção que você me dá vão me salvar dessa culpa que eu estou tentando manter escondida. Mas se você começa a se interessar por qualquer coisa que não seja eu - seja uma outra pessoa ou outra atividade -você não está me dando cem por cento da sua atenção. Qualquer que seja a medida do deslocamento do seu interesse ou da sua atenção para outra coisa ou outra pessoa, nessa medida haverá menos para mim. Isso significa que, se eu não recebo cem por cento, essa tampa do meu pote vai começar a soltar-se. E essa é a fonte de todo ciúme. As pessoas ficam com ciúme por sentirem que as suas necessidades especiais não serão satisfeitas da forma como deveriam. Portanto, se você ama alguma outra pessoa além de mim, isso significa que eu vou receber menos amor. Para o ego, o amor é quantitativo. Há apenas uma certa quantidade disponível. Logo, se eu amo essa pessoa não posso amar aquela com a mesma intensidade. Para o Espírito Santo, o amor é qualitativo e abraça todas as pessoas. Isso não significa que amamos todas as pessoas da mesma forma, isso não é possível neste mundo. Mas, de fato, significa que a fonte do amor é a mesma; o amor em si é o mesmo, contudo os meios de expressão serão diferentes. Eu vou ‘amar’ os meus pais ‘mais’ do que amo os pais de qualquer pessoa nessa sala, não em qualidade, mas em quantidade. O amor será basicamente o mesmo, todavia, como é óbvio será expresso de um modo diferente. Isso não significa que, porque eu amo meus pais vou amar os seus menos, ou que meus pais sejam melhores do que os seus. Tudo o que isso quer dizer é que essas são as pessoas que eu escolhi, pois no meu relacionamento com elas aprenderei o perdão que vai permitir que eu me lembre do Amor de Deus. Isso não significa que você deva sentir-se culpado por ter um relacionamento mais profundo com certas pessoas do que com outras. Há exemplos muito claros disso nos evangelhos, onde Jesus era mais íntimo de certos discípulos do que de outros, e era mais íntimo de seus discípulos do que dos seus outros seguidores. Não quer dizer que ele amasse menos a nenhuma daquelas pessoas, mas que a expressão do amor era mais íntima e profunda com uns do que com outros.Um relacionamento santo significa que, por amar uma pessoa, você não está excluindo uma outra; isso não acontece às custas de ninguém. O amor nesse mundo não é assim.O amor especial será sempre as custas de alguém. É sempre um amor de comparações, onde certas pessoas são comparadas com outras; algumas não são boas o suficiente e algumas são aceitáveis.Do ponto de vista do relacionamento santo, você apenas reconhece que certas pessoas foram ‘dadas’ a você e foram escolhidas por você de modo que você possa aprender e ensinar certas lições, mas isso não faz com que aquela pessoa seja melhor ou pior do que ninguém mais.Repetindo, é assim que você pode sempre distinguir um relacionamento especial de um relacionamento santo: pela medida na qual ele exclui as outras pessoas.


Por Ken Wapnick


"O homem mergulha na multidão para afogar o grito do seu próprio silêncio."


(Tagore)

"A PEQUENA ALMA E O SOL (Neale Donald Walsch( Autor de «Conversas com Deus» )

Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:- Eu sei quem sou!E Deus disse:- Que bom! Quem és tu?E a Pequena Alma gritou:- Eu sou LuzE Deus sorriu.- É isso mesmo! - exclamou Deus. Tu és Luz!A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.- Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus ( o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É ) e disse:- Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?E Deus disse:- Quer dizer que queres ser Quem já És?- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.- Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.- Há só uma coisa...- O quê? - perguntou a Pequena Alma.- Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.- Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá, sem dúvida. Tu e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. “Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz, quando estás no meio da Luz? - eis a questão”.- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma, mais animada.Deus sorriu novamente.- Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.- É aquilo que tu não és - replicou Deus.- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.- Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.
Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exactamente o oposto.- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é – disse Deus. Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.“Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!”- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.- Claro! - Deus riu-se. Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!- Uau! - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando.Posso ser tão especial quanto quiser!- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que queres ser?- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. Não estou a perceber…- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes:É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente.Conheces alguma outra maneira de ser especial?A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena AlmaÉ especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.- Sim! - concordou Deus. E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de.- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?- Ah, sim, isso é muito especial - assegurou Deus à Pequena Alma.- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.- Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.- O que é? - suspirou a Pequena Alma.- Não há ninguém a quem perdoar.- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta!Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados, de todo o Reino, porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer.Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar: Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.- Então, perdoar quem? – perguntou Deus.- Bem, isto não vai ter piada nenhuma! - resmungou a Pequena Alma . Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.
E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:- Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.Vais? - a Pequena Alma animou-se. Mas o que é que tu podes fazer?- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!- Podes?- Claro! - disse a Alma Amiga, alegremente. Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.- Mas porquê? Porque é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti!O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?- É simples - disse a Alma Amiga. Faço-o porque te amo.A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga .Tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançámos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançámos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincámos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau. Fomos ambas a vítima e o vilão. Encontrámo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exacta e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má”, desta vez.Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.- Oh, havemos de pensar nalguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma: Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma. E começou a dançar e a cantar: Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.- O que é? - perguntou a Pequena Alma. O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.- O que é que posso fazer por ti?- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga – no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...- Sim? - interrompeu a Pequena Alma. Sim?A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.- Lembra-te de Quem Realmente Sou.- Oh, não me hei-de esquecer! - gritou a Pequena Alma. Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.- Que bom - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva – a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.
E assim o acordo foi feito.E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito:
Lembra-te sempre - Deus aqui tinha sorrido - não te enviei senão anjos."

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O FÓSFORO E A VELA


Certo dia o fósforo disse para a vela:- Minha missão é te acender.- Ah, não, disse a vela. Tu não vês que se me acendes meus dias estarão contados. Não faz uma maldade dessa não.- Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado, perguntou o fósforo.- Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela.- Tens toda razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério de tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. Tua missão é brilhar. Toda tua dor, tua energia se transformará em luz e calor.Ouvindo isso a vela olhou para o fósforo que já se estava apagando e disse:- Por favor, acende-me. ( desconheço a autoria )
Partilhado p/ Deluca
“Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.”
(Santo Agostinho)
Recebi da amiga Elci

"(...)somos como a madressilva quando se enrola à volta do ramo da aveleira: uma vez a ela ligada e presa, ambas podem durar juntas eternamente, mas, se as querem separar, a madressilva morre em pouco tempo e o mesmo sucede à aveleira. Tal é o nosso caso: nem vós sem mim, nem eu sem vós!


"Trecho do livro Tristão e Isolda

"Qualquer caminho é apenas um caminho, e não há ofensa para si ou para outro em abandoná-lo se é isto que o seu coração diz a você...Olhe para cada caminho bem de perto, estudando-o cuidadosamente.Experimente-o quantas vezes achar necessário.Então pergunte a você mesmo, e somente a você mesmo uma questão: "Esse caminho tem um coração? Se ele tem, é um bom caminho; se não tem, é inútil". D. Juan, brujo Yaqui

A arte da felicidade - Dalai Lama



Acredito que o objetivo da nossa vida seja a busca da felicidade. Isso está claro. Quer se acredite em religião ou não, quer se acredite nesta religião ou naquela, todos nós buscamos algo melhor na vida. Portanto, acho que a motivação da nossa vida é a felicidade.
Quando você mantém um sentimento de compaixão, bondade e amor algo abre automaticamente sua porta interna. Com isso, você pode se comunicar mais facilmente com as pessoas. E esse sentimento de calor cria uma espécie de abertura. Você descobre que todos os seres humanos são exatamente iguais a você e se torna capaz de se relacionar mais facilmente com eles. Isso lhe confere um espírito de amizade. Então há menos necessidade de esconder as coisas e, consequentemente, sentimentos de medo, dúvida e insegurança se dispersam automaticamente



Uma pessoa que já sofreu é perigosa, porque ela sabe que pode se recuperar.

(Filme: Perdas e danos)

quinta-feira, 23 de julho de 2009



"Como são santas as nossas mentes! E tudo o que vemos reflete a santidade dentro da mente que está em unidade com Deus e consigo mesma. Como os erros desaparecem com facilidade e a morte dá lugar à vida que dura para sempre. As marcas brilhantes dos nossos passos indicam o caminho para a verdade, pois Deus é o nosso companheiro enquanto caminhamos pelo mundo ainda um pouco mais. E aqueles que vêm para nos seguir reconhecerão o caminho, pois a luz que carregamos fica atrás de nós, embora também permaneça conosco à medida que caminhamos.
O que recebemos é a nossa dádiva eterna para aqueles que nos seguem, para aqueles que foram antes de nós, ou que ficaram algum tempo conosco. E Deus Que nos ama a todos com amor igual, aquele no qual fomos criados, sorri para nós e nos oferece a felicidade que demos".
Um Curso em Milagres/Eliane

quarta-feira, 22 de julho de 2009


Mais do que as suas inspirações passageiras ou idéias brilhantes, são os seus hábitos mentais cotidianos que controlam sua vida.
Paramahansa Yogananda

A Canção dos Homens

Quando uma mulher, de certa tribo da África, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a “canção da criança”.Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção. Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta. Quando chega o momento do seu casamento a pessoa escuta a sua canção. Finalmente, quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, igual como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo na "viagem". Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção. Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção. A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.
Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém. Teus amigos conhecem a "tua canção" e a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.
Tolba Phanem
Partilhado por Lena no orkut

terça-feira, 21 de julho de 2009

O FÓSFORO E A VELA





Certo dia o fósforo disse para a vela:- Minha missão é te acender.- Ah, não, disse a vela. Tu não vês que se me acendes meus dias estarão contados. Não faz uma maldade dessa não.- Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado, perguntou o fósforo.- Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela.- Tens toda razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério de tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. Tua missão é brilhar. Toda tua dor, tua energia se transformará em luz e calor.Ouvindo isso a vela olhou para o fósforo que já se estava apagando e disse:- Por favor, acende-me. ( desconheçoa a autoria )

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu.Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.Onde leva? Não perguntes, segue-o!
Nietzsche



"Mudar minha mente sobre outra pessoa significa reconhecer que qualquer coisa que ela tenha feito ou não tenha feito não teve efeito sobre minha realidade como Criança de Deus. O amor e a paz que eu posso identificar como vindo de Deus não podem ser tirados de mim simplesmente pelo que ela fez, e se eu não estou sentindo esse amor e paz, não posso dizer de forma válida que é por causa do que ela fez. Ela não deu isso para mim; não é seu amor e preocupação que estão fazendo com que eu me sinta bem. Então, também, não é seu ódio que está me fazendo sentir muito mal. Em outras palavras, o amor e a paz em mim são totalmente independentes do que ela fez ou deixou de fazer".

Kenneth Wapnick - "Nossa gratidão a Deus"
Enviado por Eliane


A vida será sempre uma eterna luta, quando um problema for resolvido, outro virá, quando não, até dois ou mais ao mesmo tempo. Isso não é prova, nem maldade, muito menos Karma, isso é o "sal da vida", é o que nos faz crescer, e nem sempre é vencendo que aprendemos, pois até da dor podemos tirar excelentes lições. A separação inesperada, que gera muita dor, pode ser um alerta para a falta de amor próprio, a demissão do emprego que transtorna e dá medo, pode ser um aviso de insegurança e acomodação, mais um relacionamento que não deu certo, gerando uma grande frustração, pode ser o sinal de "desvalorização pessoal", e se você não se "vender bem", não se valorizar, quem vai querer comprar?Assim como a febre avisa que algo não vai bem no corpo, e pede para você se cuidar, os problemas, as lutas, as dores e decepções, são avisos, sinais claros, de que precisamos modificar algo em nós mesmos, que até sabemos que está errado, mas não nos mexemos, as vezes por comodismo, ou por medo que só existe em nós mesmos... Compreender que somos humanos, com capacidades ilimitadas, mas cheio de falhas ainda, faz abrir um enorme porta, um universo de possibilidades, capaz de transformar-nos, não em super heróis, utopia de criança, mas em pessoas melhores, que é um grande passo para a felicidade. Aceite-se, compreenda-se, renove-se, lute para modificar-se, valorize o que você tem de melhor, mas não esconda embaixo do tapete o que não é tão bom, encare o problema de frente, não tema, não fique imaginando o pior, pois o problema passa, mas você vai ficar, você é eterno, é partícula divina, e tem que ficar de bem com a vida! Sorria, esse pode ser o melhor dia de um novo tempo!Paulo Roberto Gaefke
recebido p/e-mail de Aline Sampaio


A cura é a liberação do medo de despertar e a sua substituição pela decisão de acordar. A decisão de acordar é o reflexo da vontade de amar, já que toda cura envolve a substituição do medo pelo amor. O Espírito Santo não pode distinguir entre graus de erro, pois se ensinasse que uma forma de doença é mais séria do que outra, Ele estaria ensinando que um erro pode ser mais real do que outro. A Sua função é distinguir só entre o falso e o verdadeiro, substituindo o falso pelo verdadeiro.

UCEM 8.IX.5

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz dia do amigo....ou seja todos os dias...



Desejar a perfeição para o ser amado, e sentir alegria pura ao pensar naquela alma,é amor divino, e esse é o amor que há na verdadeira amizade.

Yogananda.

UMA BULA DO AMOR OU DOS AMORES Caio


Vamos falar um pouco da filologia do amor? E por quê tal proposta? É que vejo que até o amor nós já não sabemos mais o que é! Assim, todos os dias, vejo as almas confundidas, desejando ter para dar o que nelas não existe, e, também, chamando de amor aquilo que é ainda instinto primal, e não o desenvolvimento do ser, até chegar ao verdadeiro amor. Muita gente me escreve querendo soluções para seus problemas de amor. Eu, porém, sou apenas mais um irmão andando e aprendendo, no caminho, o que seja "o Caminho sobremodo excelente" do amor. Assim, não é um especialista quem fala, mas apenas um homem que também que ser maduro em seu amor. Aliás, quem acha que já é maduro no amor? Ora, este tal está morrendo e não sabe, visto que o amor jamais acaba também no que tem a nos ensinar! Vamos, então, o mais pedagogicamente possível, dar uma olhada nessa "Bula do Amor". Quem sabe isto possa nos ajudar a todos!? No amor partimos em um movimento ascendente, indo-se da libido, para a paixão, e para a compaixão. É a 'mesma energia psicológica' que ascende e nos atravessa, indo do básico e infantil ao que é adulto e maduro. Assim, muitas vezes, os problemas sexuais surgem em razão de se misturar as formas de amor. Vejamos os níveis do amor:

Amor Pornéia (porneia)Em grego, há diferentes palavras para estas etapas do amor. A primeira etapa é Pornéia (porneia), o amor voraz e devorador, o amor do bebê por sua mãe, o amor de consumo. "Amo o outro, portanto como-o". Este amor é muito lindo em um bebê. Mas é bem menos bonito em um senhor de 60 anos que só quer "comer e devorar". A Pornéia é uma forma de amor que precisa ser respeitada e que ocorre em um momento de nossa evolução. Para crescer, temos necessidade de nos nutrirmos do outro. Mas fazer disso um "comer o outro" como se fosse "comida", faz mal às referencias de outras formas de amar, as quais, só crescem em nós se "pornéia" ficar em seu lugar: no chupão do peito da mãe ou da mulher que se ama, sem consumo carnívoro, pois é com afeto. Amor Pathé e Manía As palavras seguintes, em grego, são pathé e manía. Outro dia li Ovídio em seu livro "A arte de amar" (está nas livrarias dos aeroportos), que de fato é a arte de evitar tornar-se amoroso. Isto porque para os antigos gregos e romanos, estar amoroso era uma doença. Sim, era uma possessão. "A arte de amar" de Ovídio é a arte de evitar cair neste estado de possessão psicológica; o que, na radicalidade proposta por ele, cria mais cinismo do que defesa contra os surtos de loucura apaixonada...!Traduzimos a palavra pathé por paixão e ela está na origem da palavra patologia. É interessante verificar que, na tradição grega, algumas formas de amor são formas de possessão, de manía, como por exemplo: o maníaco-depressivo. A paixão faz-nos passar por estados extraordinários, maravilhosos, mas pode ser também um inferno, pelo ciúme que desencadeia.Este amor não é de consumo, não é um amor devorador, mas é um amor de posse, de dependência e também, uma necessidade. Aqui, o amor não é um dom, é uma necessidade, uma solicitação. Há casos em que uma pessoa está namorando ou casada , mas sente a necessidade de uma outra pessoa, e até sente ciúmes se vê tal pessoa com alguém. E até comenta que 'ama tal pessoa'. Às vezes, o que chamamos de amor não é senão 'posse', 'dependência' e 'necessidade'. Este modo de "amor" pode gerar sofrimentos que podem até mesmo levar a pessoa a matar. Sim, assim conforme diz a voz do povo: "Matou por amor". Na cultura ocidental, pelo número de canções e de romances tristes que ouvimos e lemos, temos a impressão de que não existe amor feliz. Todas as histórias de amor são, ao mesmo tempo, histórias apaixonadas, possessivas, ciumentas e, freqüentemente, dolorosas. É que pathé se transforma em manía com muita facilidade e, por vezes, enlouquece quem já é predisposto ao vício em razão da carência.

Amor Éros Depois vem a palavra Éros, que expressa não somente um amor de solicitação e necessidade, mas também de desejo. Éros era um jovem deus na mitologia grega. É ele que dá asas ao nosso "falo", ao que em nós é "fálico", à nossa necessidade e a nossa libido. Éros é já uma forma muito mais evoluída de amor. Não estamos mais no consumo que caracteriza a criança e o adolescente, mas começamos a viver uma sexualidade adulta. Um amor de uma pessoa por outra, desejando-a e maravilhando-se com ela. Éros é o amor da beleza. Éros é o sexo alado, o sexo que encontra suas asas. Todavia, para os cristãos, a palavra Éros ficou muito próxima da palavra Pornéia. E isto tem gerado muitos problemas de natureza psicológica.

Amor Storgué A palavra Storgué pode ser traduzida como ternura e harmonia, as quais são belas formas de falar de amor. É uma maneira de Harmonizar o seu ser com o ser do outro. Sim, porque os problemas entre os seres humanos são também problemas de "ritmo". É uma experiência muito bela harmonizar sua respiração (seu Sopro), com a respiração do outro. Quando o amor atinge Storgué, em geral, ele está chegando à maturidade e à plenitude. Esta harmonia entre duas pessoas tem como conseqüência uma cura para o ser. Por isto os antigos chineses diziam que da harmonia entre o homem e a mulher depende a harmonia do universo. Neste ponto não estamos mais ao nível da necessidade, da paixão, nem mesmo do desejo. Estamos no mundo da harmonia e, pouco a pouco, nos aproximamos da compaixão.

Amor Philia Chegamos à palavra philia que é muito usada pelos cristãos. Daí vem o nome da cidade da Ásia menor: Filadélfia; cujo nome tem muito significado para os cristãos por ser o nome de uma das "igrejas do Apocalipse", e, também, por ser a palavra da "fraternidade". Esta palavra pode ser encontrada na Filo-sofia (amor à sabedoria) e em Filo-antropia (amor aos seres humanos). Em grego, distinguem-se diferentes formas de Philia. Philia Physiqué é o amor parental, a amizade entre parentes. O amor da mãe ou do pai pela sua criança e vice-versa. É, igualmente, o amor de irmãos. Este , às vezes, é um amor difícil, porque a inveja, a concorrência muitas vezes o destrói. Mas como alguém já disse: "...um irmão é um amigo que a natureza nos dá". Esta é uma forma de relação muito preciosa e que deve ser mantida a todo custo; isto se não houver manipulação e tentativa de abuso e seqüestro emocional.

A Philia Zeiniqué é o amor da hospitalidade, o respeito aos outros, o respeito por aqueles a quem se recebe e acolhe. Temos aqui uma qualidade de relacionamento que é diferente das relações familiares. Não há a mesma familiaridade, mas pode haver a mesma profundidade e pode mesmo ser até mais profundo do que o que acontece entre irmãos de sangue. Podemos ter amigos com quem temos relações mais íntimas que com nossos irmãos, irmãs e pais. A Philia Etairiqué é o verdadeiro amor-amizade entre dois Egos, duas pessoas. É o amor do dar e do receber, uma relação de confiança, ajuda, parceira. E como ensinam os livros de Provérbios e Eclesiastes, aquele que tem um amigo é mais rico que aquele que tem um reino. Porque podemos viver com este amigo o que temos de mais humano. Esta é a riqueza! A Philia Erotiqué é também uma amizade, um amor com respeito, um amor que respeita a liberdade do outro. É uma espécie de amizade-amorosa. Não é muito fácil de entender porque não é paixão, não é dependência, mas há uma qualidade de ternura, de harmonia, de grande respeito e atração que faz dela uma amizade mais profunda. Aristóteles dizia: "Um Homem e uma Mulher podem se unir ao sentirem qualquer tipo de amor, mas só permanecerão unidos se a Philia Erotiqué for o sentimento mais profundo que um tem pelo outro".Às vezes misturamos as formas de amor. Quando Philia Physiqué se mistura com a Philia Erotiqué, há uma forma de incesto. Quando Philia Zeiniqué se confunde com Philia Erotiqué esquece-se o respeito, à distância que se deve àquele a quem se recebe como um hóspede. Não podemos exigir do hóspede uma intimidade que supõe um conhecimento maior, com partilha do seu espírito e do seu psiquismo, ou mesmo com manifestações ao nível do corpo.

Amor Énnoia Há ainda outras palavras para designar o amor. A palavra Énnoia quer dizer dom, a doação e, às vezes, o devotamento. É uma qualidade de amor que manifesta uma grande generosidade do coração. É a libido, a energia vital que se manifesta ao nível do coração como desejo de se dar.

Amor Kháris Kháris significa gratidão. Ter gratidão pela existência do outro. Agradecer ao outro porque ele existe e maravilhar-se pela sua existência. É um grande presente ser amado. Mas nós esquecemos desse amor que é pura gratidão, e, assim, faltamos com a gratidão. Vivemos na ingratidão. Somos como grandes bebês a quem tudo é devido, tudo é normal.

Amor Ágape Finalmente, chegamos à última palavra do Vocabulário grego, Ágape. Podemos traduzi-la como a graça ou gratuidade. Ambas têm a mesma etimologia. É esta gratuidade que faz a gente "amar por nada", por causa de coisa alguma e sem explicação. É porque é! Não sei se você já viveu a experiência de amar sem Ter nada em particular para amar na pessoa. Este "amar" não parte de nossa 'carência', mas sim de nossa 'plenitude'. Sim, esse "amar" não é fruto de nossa sede, mas sim é filho de nossa fonte cheia e que não cessa de brotar...

Amor e Relação Sexual

Como vimos a palavra amor tem sentidos bem diferentes. Não é preciso opô-los uns aos outros. Há uma criança que tem fome e sede, um adolescente que pede para ser reconhecido, nomeado, chamado... etc. Isto porque não podemos esquecer o desejo que nos habita. Somos igualmente capazes de harmonia e de ternura, e seria uma lástima nos privarmos da amizade, da troca, do partilhar, da capacidade de doação e de perdão que habita em nós. E devemos fazer também a experiência do que há de graça, de gratidão e de gratuidade em nós, pois, se assim fizermos, ganhamos a experiência do amor de Deus em nosso interior. Somos convidados a introduzir em nossa libido, em nossas experiências sexuais, em nossas paixões devoradoras, em nosso ciúme possessivo, a compaixão. Introduzir a graça Ágape. Fazer isso não só pela nossa felicidade pessoal, mas também pela cura de nossa sexualidade. Se vivermos no nível da harmonia e ternura, alguma coisa se relaxará em nossa libido. As relações sexuais vão mudar. E o sexo não terá mais a mesma importância "famigerada". Nesse caso, o importante será a relação do meu ser com o outro ser. O amor é mistério. Por isto não conhecemos todas as suas matizes por livro, mas apenas vivendo. Só a experiência do amor nos permitirá visitar todas as nuances do amor. Assim, a relação sexual se tornará um local de evocação de Deus também. Porque o sexo é o local onde se encarna a vida. Por isso é algo sagrado, e não sujo; a menos que quem o pratique o faça a partir dos amores que não amam... Infelizmente em nossa época o sexo tem se tornado um instrumento do mal e do pecado para muitos. Mas na sua origem ele é algo santo se é acompanhado por ternura e por amor que ama. Sim, se é acompanhado pelo coração e se o coração é acompanhado pela sabedoria. Neste instante o sexo se torna um ato profundamente humano e divino. Neste instante o sexo passa a ser o local da Aliança do homem com mulher e, vice-versa; e dos homens com Deus. Estou escrevendo isto como quem escreve uma "bula" apenas para ver se, pela simplicidade, as pessoas discernem diferenciações tão importantes quanto às acima feitas; posto que é por misturá-las e não entendê-las que sofremos e fazemos sofrer sem necessidade.Também, vendo tais níveis de amor, dá pra ver que a maioria de nós ainda está na fase primária: apenas querendo "devorar".O objetivo de todo amor é crescer até chegar a ser Graça! No caso do homem e da mulher, isto não mata Eros, mas apenas o fortalece. No livro de Cantares de Salomão a mulher é amada como "querida minha, pomba minha, imaculada minha e minha irmã". Ou seja: todas as formas de amar estão ali equilibradas! Leia tudo com calma, olhe para o seu próprio coração, e, assim, discirna seus próprios amores; posto que nada é tão opressivo quanto jurar amar com um tipo de amor que não existe em nós; especialmente quando se trata de relacionamento conjugal. Desse modo, não fale jamais do amor que não existe em você, e não o proponha como relacionamento se ele não cresceu em sua alma ainda. Evitar prometer amores que não existem em nós é, no mínimo, sabedoria e saúde para a alma. Pois nada é mais opressivo do que amar sem amor, ou sem a forma de amor demandada. Pense nisto! Nele, Que é Amor, todo Amor, e, por isto, é seu Criador e Inventor em nós,


Cf. também: A Teia do Medo e a Teia do Amor

A Cultura do Medo




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