A importância de uma cultura do diálogo e de uma cultura de paz são temas tratados nos últimos anos pelas Nações Unidas e estão recebendo cada vez mais atenção na sociedade global. O desafio que enfrentamos está em plantarmos firmemente as sementes de compreensão, respeito, benevolência, compaixão, sinceridade, amor incondicional, e promover seu crescimento para que possam florescer e dar frutos no mundo do século XXI. Para conseguir isso, é de importância vital ter um solo rico e fértil, em outras palavras, uma firme e sólida base filosófico – espiritualista que norteie a jornada individual em direção à paz interior. É de suma importância o entendimento de que a paz mundial se inicia dentro de cada um de nós. É preciso desenvolver uma consciência cósmica, pois a humanidade pertence a uma única família, que inclui vários povos e etnias. Não é uma família limitada apenas aos seres humanos, mas envolve também todos os seres vivos de nosso planeta.Somente desenvolvendo uma consciência de que fazemos parte integrante da natureza e do quanto dependemos de tudo e de todos para podermos sobreviver, é que se desenvolve uma profunda admiração pela perfeição e maravilha da criação. Essa admiração nos leva, inevitavelmente, de encontro com a evidência de uma Consciência Criadora que se manifesta através da criação.Faz-se urgente sairmos da ilusão da separatividade, ou seja, do mundinho egóico no qual nos sentimos auto-suficientes ou vítimas, importantes demais ou um zero à esquerda, procuramos levar vantagem em tudo ou não reivindicamos absolutamente nada, nem mesmo o que é de direito, etc... Essa é uma pequena mostra da dualidade à qual a ilusão da separação nos leva. E saibamos que esse caminho não prospera no solo da espiritualidade.De acordo com o budista Daisaku Ikeda, em mensagem enviada a um simpósio intitulado “A Cultura Pluralista e a Harmonia Global”, realizado na China em outubro de 2007, “Um dos pilares centrais da base espiritual é representado, no Confucionismo, pela doutrina do Meio (centralidade) e, no Budismo, pelo ensino do Caminho do Meio... A doutrina do Meio refere-se, naturalmente, a um modo de vida que evita os extremos. Não se trata, no entanto, de uma condição passiva nem neutra, nem de uma simples média dos dois extremos. É um modo de vida livre, dinâmico e sem entraves, firmemente arraigado na realidade. Sua vibrante sabedoria tem o apoio do “caminho do Céu”, ou seja, dos “princípios supremos.” E a sinceridade, a benevolência, a compaixão, a compreensão, a paciência, o amor incondicional referem-se ao comportamento humano que está de acordo com esse caminho. O Caminho do Meio também é uma forma de viver em que correspondemos às constantes mudanças e situações da vida individual e da sociedade humana, com base na “sabedoria da verdade” que age de acordo com as circunstâncias que mudam e, portanto, nos dá condições de criarmos nossos valores de forma livre e contínua. Nossas crenças não podem ser imutáveis. Por sinal, alguém já disse que a única constante que existe no mundo, é a mudança.O budismo, a kabbalah e outras tantas filosofias de vida propõem o “princípio da unicidade” do Universo e do eu. Isso seria o despertar da ilusão de separatividade.No filme “O Código de Moisés”, ainda não lançado oficialmente no Brasil, entendi racionalmente algo que minha alma aceitava, mas que minha mente não compreendia, ou seja, a frase que O Criador teria dito a Moisés no episódio da “sarça ardente”: - “I AM THAT I AM”, ou “EU SOU AQUILO QUE SOU”.Até agora eu, cada vez que lia essa frase, ficava intrigada com a falta de sentido ou com a não compreensão do sentido maior que, talvez, eu pudesse não estar captando. Então, simplesmente eu deixava a mente de lado e sentia com o coração o eco do “EU SOU” ressoando dentro de mim e me fazendo pertencer ao todo. Eis que finalmente minha dúvida foi dissipada quando, no filme, a vírgula é colocada no seu devido lugar. É isso mesmo: o código é a vírgula. Articulando dessa forma, agora sim, tudo passa a ter sentido: - “I AM THAT, I AM” ou “EU SOU AQUILO, EU SOU”.A explicação foi claríssima, pois, se entendo que faço parte do todo e que o todo está em mim, posso olhar para uma pessoa carente, para um doente, enfim, para qualquer pessoa, “santo” ou “pecador”, e dentro de mim afirmar silenciosamente, sem preconceitos, sem julgamentos, sem resistência: eu sou aquilo, eu sou. Da mesma forma, ao olhar para um vegetal, para um animal, para tudo que existe na natureza e for capaz de dizer: “eu sou aquilo, eu sou”, estarei compreendendo verdadeiramente o sentido da frase tão usada nos meios esotéricos nos dias de hoje: “Somos Todos Um”. Se conseguirmos sentir, nos recônditos mais profundos da nossa alma, a veracidade da afirmação que Deus fez a Moisés, com certeza mudaremos radicalmente a postura diante de tantos julgamentos que povoam a maior parte dos nossos pensamentos e sentimentos. É preciso mudar, e a hora é agora. Estamos sendo despertados para não perdermos mais tempo.Referindo-me ainda ao filme, vale a pena lembrar do depoimento de um jovem americano que estava nas redondezas das torres gêmeas no famigerado 11 de setembro. Ele conta, com emoção, os horrores da tragédia humana e de como, após um tempo de “paralisamento”, foi impelido a ir de encontro ao palco onde o drama se desenrolava, enquanto outros tantos fugiam amedrontados tentando se salvar. Ele pediu uma máscara aos bombeiros e se juntou a eles sem pensar em outra coisa senão resgatar rapidamente aqueles que ainda estivessem com vida. Disse que jamais irá se esquecer de uma cena que mexeu muito com ele: um senhor, vestido com terno e gravata, teria engatinhado e se esgueirado para debaixo de um dos carros de bombeiros, com o fim de se esconder do perigo, de se proteger. Eis que desmorona parte de um dos prédios, exatamente em cima daquele “porto seguro”! Depois ele viu aquele senhor completamente desfigurado e, por vários dias, não conseguia dormir sem se lembrar disso. A partir desse episódio, a vida desse jovem sofreu uma transformação radical. Percebeu nitidamente a vulnerabilidade do corpo físico e, dentro dele, desenvolveu uma imensa vontade de servir. Portanto, baseados numa filosofia de respeito à vida, podemos, de fato, contribuir com a fertilização de um solo espiritual no qual se edificará uma harmonia interior e, conseqüentemente, será possível acreditar que, se a transformação de cada indivíduo afeta o todo, então não será utópico pensar na possibilidade de alcançarmos uma cultura de Paz no Planeta Terra, à partir da paz interior alcançada por cada indivíduo. Sabemos, sem ilusões, que o caminho é longo, mas é possível. Resta dizer que o filme “O Código de Moisés” foi exibido em mais de 1.500 lugares do planeta, em diversas sessões simultâneas concentradas nos dias 4, 5 e 6 de abril de 2008. Eu assisti no dia 05 de abril na PAX, em São Paulo, ( www.pax.org.br ) com exclusividade, pois é Carmen Balhestero quem tem os direitos dos filmes do Spiritual Cinema Circle ( Stephen Simons ) e Emissary Productions ( James Twyman ) no Brasil, e é ela quem faz a tradução dos filmes para a língua portuguesa.Sou muito agradecida por poder compartilhar com todos aqueles que estão na senda.
por Vera Bassoi
Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=12308
Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=12308
Assista o filme no youtube: O Código de Moisés
Gratidão à amiga Any
Nenhum comentário:
Postar um comentário