Convidado a fazer uma preleção sobre a crítica, o conferencista compareceu ante o auditório superlotado, sobraçando pequeno fardo.
Após cumprimentar os presentes,retirou os livros e a jarra d’água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.
Em silêncio, acendeu poderosa lâmpada,enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores colhidas de corbelhas próximas.
Logo após, apanhou da sacola diversos "biscuits" de inexprimível beleza, representando motivos edificantes, e enfileirou-os com graça.
Em seguida, situou na mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.
Depois, com o assombro de todos,colocou pequenina lagartixa num frasco de vidro.
Só então comandou a palavra, perguntando:
— Que vedes aqui, meus irmãos?E a assembléia respondeu, em vozes discordantes:
— Um bicho!— Um lagarto horrível!— Uma larva!— Um pequeno monstro!
Esgotados breves momentos de expectação,o pregador considerou:
— Assim é o espírito da crítica destrutiva,meus amigos! Não enxergastes o forro de seda lirial, nem as flores, nem as pérolas,nem as preciosidades, nem o Novo Testamento, nem a luz faiscante que acendi…
Vistes apenas a diminuta lagartixa…— E concluiu sorridente:— Nada mais tenho a dizer…
Após cumprimentar os presentes,retirou os livros e a jarra d’água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.
Em silêncio, acendeu poderosa lâmpada,enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores colhidas de corbelhas próximas.
Logo após, apanhou da sacola diversos "biscuits" de inexprimível beleza, representando motivos edificantes, e enfileirou-os com graça.
Em seguida, situou na mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.
Depois, com o assombro de todos,colocou pequenina lagartixa num frasco de vidro.
Só então comandou a palavra, perguntando:
— Que vedes aqui, meus irmãos?E a assembléia respondeu, em vozes discordantes:
— Um bicho!— Um lagarto horrível!— Uma larva!— Um pequeno monstro!
Esgotados breves momentos de expectação,o pregador considerou:
— Assim é o espírito da crítica destrutiva,meus amigos! Não enxergastes o forro de seda lirial, nem as flores, nem as pérolas,nem as preciosidades, nem o Novo Testamento, nem a luz faiscante que acendi…
Vistes apenas a diminuta lagartixa…— E concluiu sorridente:— Nada mais tenho a dizer…
Waldo Vieira de “Bem-aventurados os simples”
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