A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

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"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)

"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)
O Perdão é a chave para a Felicidade... Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a Paz de Deus.

Um Curso em Milagres

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ESTÍMULOS





Alguns corpos de dor reagem a apenas um tipo de estímulo ou situação, que em geral é aquele que está em consonância com determinada espécie de dor emocional sofrida no passado. Por exemplo, se uma criança cresce com pais cuja renda familiar era a causa de brigas e conflitos freqüentes, ela pode absorver o medo deles em relação ao dinheiro e desenvolver um corpo de dor que é incitado sempre que fatores financeiros estão envolvidos. Quando adulta, essa pessoa ficará aborrecida ou furiosa até mesmo em relação a quantias insignificantes. Por trás da contrariedade ou da raiva estão questões de sobrevivência e um temor intenso. Tenho visto indivíduos espiritualizados, isto é, relativamente conscientes, que começam a gritar, culpar e fazer acusações no instante em que pegam o telefone para falar com seu corretor de ações ou seu contador. Assim como existem advertências em relação à saúde nas embalagens de cigarro, talvez devesse haver avisos semelhantes em cada cédula de dinheiro e folha de cheque: "O dinheiro pode acionar o corpo de dor e causar a inconsciência total."
Alguém que na infância tenha sido negligenciado ou abandonado por um dos pais ou por ambos desenvolverá, provavelmente, um corpo de dor que será estimulado por qualquer situação que lembre, até mesmo de forma remota, o sofrimento primordial do abandono. Tanto um amigo que se atrase cinco minutos para pegar a pessoa no aeroporto quanto um cônjuge que chega tarde em casa podem deflagrar um ataque violento do seu corpo de dor. Se seu parceiro ou cônjuge o deixa ou morre, a dor emocional que esse indivíduo sente vai muito além da que é natural em circunstâncias como essas. Pode ser uma angústia intensa, uma depressão duradoura e incapacitante ou uma raiva obsessiva.
Uma mulher que tenha sido violentada pelo próprio pai na infância talvez perceba que seu corpo de dor se torna facilmente ativo em qualquer relacionamento íntimo com um homem. Por outro lado, a emoção que constitui seu corpo de dor talvez a faça se sentir atraída por um indivíduo cujo corpo de dor seja semelhante ao do seu pai. O corpo de dor dessa mulher pode ter uma atração magnética por alguém que ele sinta que lhe dará mais do mesmo sofrimento. E, algumas vezes, ela pode confundir essa dor com a sensação de estar apaixonada.
Um homem que foi uma criança indesejada e não recebeu amor nem o mínimo de cuidado e de atenção da mãe desenvolve um corpo de dor marcado por uma profunda ambivalência - por um lado, apresenta um intenso e insatisfeito desejo pelo amor e pela atenção da mãe e, por outro, um forte rancor em relação a ela por ter lhe negado aquilo de que ele precisava desesperadamente. No caso desse adulto, quase todas as mulheres despertam a carência do seu corpo de dor - uma forma de sofrimento emocional. Ele a manifesta por meio de uma compulsão a "conquistar e seduzir" quase toda mulher que vem a conhecer e, dessa maneira, pretende obter o amor feminino pelo qual seu corpo de dor anseia. Esse homem se transforma quase num especialista em sedução. No entanto, assim que um relacionamento se torna íntimo ou seus avanços são rejeitados, a raiva do seu corpo de dor em relação à mãe vem à tona e sabota a relação.
Quando reconhecemos nosso próprio corpo de dor no momento em que ele surge, também passamos a detectar com rapidez os estímulos mais comuns que o colocam em ação, sejam situações, sejam determinadas coisas que as pessoas fazem ou dizem. No instante em que esses estímulos aparecem, nós os vemos de imediato pelo que eles são e entramos num intenso estado de alerta. Em questão de segundos, percebemos também a reação emocional, que é o surgimento do corpo de dor. Porém, nesse estado de presença, não nos identificamos com ele, o que significa que o corpo de dor não consegue assumir o controle sobre nós e se tornar a voz na nossa cabeça. Se estamos com nosso parceiro ou nossa parceira nesse momento, podemos lhe dizer: "O que você acabou de dizer (ou fazer) despertou meu corpo de dor." Portanto, estabeleça um acordo com seu companheiro ou companheira: sempre que disserem ou fizerem algo que desperte o corpo de dor do outro, mencionem isso na hora. Dessa maneira, o corpo de dor não poderá mais se renovar por intermédio do desentendimento entre vocês e, em vez de levá-los à inconsciência, os ajudará a ficar inteiramente presentes.
Toda vez que estamos presentes quando o corpo de dor se manifesta, uma parte da energia emocional negativa que o constitui se queima, por assim dizer, e é transmutada em presença. O que resta dele se retira rapidamente e espera por uma oportunidade melhor para aparecer, isto é, quando estivermos menos conscientes. Isso pode acontecer sempre que saímos do estado de presença, talvez depois de tomarmos alguns drinques ou enquanto assistimos a um filme violento. A mais leve emoção negativa, como uma sensação de irritação ou ansiedade, também pode servir como uma passagem pela qual o corpo de dor consegue retornar. Ele precisa da nossa inconsciência, pois não é capaz de tolerar a luz da presença.
Um Novo mundo - O despertar de uma nova consciência - Eckart Tolle
Imagem: Um mimo da minha filha.

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