A paz de Deus vem à mente quieta - UCEM

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"Não busque mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo" (UCEM)

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O Perdão é a chave para a Felicidade... Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a Paz de Deus.

Um Curso em Milagres

quarta-feira, 7 de abril de 2010

“Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede da Justiça”





Parte 5



Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede da Justiça”



“Esta bem-aventurança visa, sobretudo, os insatisfeitos, os descontentes consigo mesmos, os que sofrem o tormento do Infinito, a nostalgia do Eterno, os que vivem ou agonizam em uma estranha inquietude metafísica, os que crêem mais no muito que ignoram do que no pouco que sabem.”*“Antes de tudo convém esclarecer o que aqui se entende pela palavra “justiça”. Esta palavra, toda vez que ocorre nas sagradas Escrituras, significa a relação ou atitude justa e reta que o homem assume em face de Deus. Não se refere à justiça no sentido jurídico, do plano horizontal, como é usada na vida social de cada dia. Justiça é, pois, a compreensão intuitiva de Deus (a mística) e o seu natural trans­bordamento na vida cotidiana (a ética).“Jesus proclama felizes os que têm fome e sede dessa experiência íntima, os que estão insatisfeitos com o pouco ou muito que alcançaram no caminho árduo da sua cristificação. Sabem que estrada imensa lhes resta ainda a percorrer; mas sabem que é glorioso continuarem a andar rumo a seu grande destino. São como aves migratórias que, à aproxima­ção do outono, percebem em si o tropismo de regiões distantes, nunca vistas, onde a luz e o calor, já em declínio na zona do seu habitat, se acham em plena ascensão. Daí o misterioso magnetismo que as atrai para regiões longínquas.“Para que o homem sinta em si essa espécie de nostalgia metafísica, deve ele ter ultrapassado certas fronteiras de vivência comum; deve sentir certo can­saço — ia quase dizendo pessimismo — da vida terrestre, deve sentir, com maior ou menor intensidade e nitidez, o anseio de algo que nunca viu, mas de cuja existência tem intuitiva certeza. O homem que ainda vive totalmente engolfado nos afazeres da lufa-lufa comum dos profanos, caçadores de matéria morta e carne viva , esse não está maduro para ter fome e sede de um mundo invisível. Antes de sentir essa fome, terá de experimentar o fastio daquilo de que agora tem fome. “Quem bebe desta água (das coisas materiais) torna a ter sede (das mesmas); mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede (das coisas materiais)” porque esta água se lhe tornará em uma fonte que jorra para a vida eterna.“Sendo que as coisas materiais não apagam o desejo; pelo contrário, quanto mais gozadas tanto mais acendem o desejo, porque a posse aumenta o desejo, e o desejo exige novas posses — os profanos têm de intensificar cada vez mais os estímulos para sentirem ainda novos gozos; e, não raro, procuram narcotizar-se com os pequenos finitos de cada dia para não sofrerem a insatisfação de que estas coisas não podem dar definitiva satisfação. Em vez de ultrapassarem a barreira das quantidades e entrarem na zona da qualidade, tentam aumentar as quantidades - assim como quem bebe água salgada para apagar a sede, acendendo-a cada vez mais.”*“O divino Mestre proclama felizes os que sofrem essa fome e sede da experiência de Deus, porque eles serão “saciados”.“É certo que, um dia, em outros mundos, essa nostalgia será satisfeita, porque a natureza não engana seus filhos, impelindo-os a um alvo fictício. Se existem terras tropicais adivinhadas pelas aves migra­tórias das zonas frias, não pode deixar de existir aquele mundo que os anseios metafísicos dos melhores dentre os filhos dos homens sentem nas profundezas da alma.“Ainda que o finito em demanda do Infinito tenha sempre diante de si itinerário ilimitado, e jamais chegará a um ponto onde lhe seja vedado progredir ulteriormente — porque não há “luz vermelha” nos caminhos de Deus — é certo que o humano viajor chegará a um ponto em que a sua compreensão e amor de Deus o tornará profundamente feliz.”


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